CAP. DOIS

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O armário de troféus pareciam uma tortura para mim, cada um deles, brilhando através do vidro, rindo da minha cara, da minha derrota, podia ver o ouro reluzente, a prata espelhada, tudo aquilo que até dias trás não me faziam sentido, agora faziam

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O armário de troféus pareciam uma tortura para mim, cada um deles, brilhando através do vidro, rindo da minha cara, da minha derrota, podia ver o ouro reluzente, a prata espelhada, tudo aquilo que até dias trás não me faziam sentido, agora faziam.

Troféus por esportes diversos, diplomas por línguas diferentes, até cozinhar precisei aprender, praticar instrumentos diferentes, cantar e etiqueta, tudo que aprendi era para me fazer ser uma boa esposa.

Eu odiava aprender a dançar, meus pés doíam, estavam sempre machucados e eu precisava de horas de água com gelo, odiava aprender sobre a história do mundo, era entediante, odiava tocar piano, meus dedos davam cãibras, mas eu era obrigada, quando mamãe me via cochilando ou brincando, me dava uma grande bronca e me impedia de brincar com as filhas dos homens que frequentavam minha casa.

Sempre soube que no fundo eu tinha um propósito maior que todas aquelas garotinhas, mesmo crescendo juntas, algumas delas me afastaram e toda vez que ocorria algum evento, me olhavam torto e me julgavam, mesmo eu sempre estando impecável e esse era o problema, eu era a princesinha da máfia, a garota que levaria a Miazu ao topo outra vez, e como? Por um casamento.

Olhei para o taco em minha mão, feito de madeira e escondido no armário do meu irmão, por ser um artefatos dos antigos esportes que ele gostava de estudar, mas a diferença era que esse, tinha a ponta enrolada com arame farpado, sujo com sangue velho, dono de homens que foram feridos por Artho.

Ergui o objeto pesado, segurando com precisão, eu encarei meu reflexo que o vidro do armário me mostrava e a raiva de ver meu rosto me deu ainda mais impulso para atacar aquelas histórias de como precisei aprender a ser uma boa esposa.

O vidro se estilhaçou, caiu no chão, os troféus foram arremessados pelo quarto e eu terminei o trabalho com mais três pancadas, alguns vidros feriram minhas pernas mas não me doeu, eu não me importava, na verdade, estava me divertindo.

Continuei atacando, amassando e despedaçando os troféus que não foram quebrados, os anos de vida que me custaram para receber aquelas merdas, enquanto na verdade, eu era o troféu.

Esperança, não, eu nunca fui a esperança da Miazu, e nunca seria, porque no instante em que eu pudesse, acabava com aquela facção fraca disfarçada de máfia.

— Ahvi! — Meu nome foi gritado por meu irmão mas eu não parei, estava adorando quebrar aquelas merdas.

— Isso é demais, Artho! — Rodei o taco quando me ergui para olhar o homem desesperado — Agora entendo por que gosta tanto dessa coisa

— Porra, se a mamãe ver isso — Ele levou a mão ate a boca para esconder um sorriso.

Artho Holtzmann era considerado o executor do don da Miazu, quando era um soldado, eu ouvia as garotas falarem sobre o que ele fazia, todas o idolatravam mesmo que meu irmão tivesse a fama por ter matado um homem com pedradas na cabeça, ele era temido, era um matador longe de mim, e não tinha experiência alguma como consiglieri, mesmo assim, meu pai o tornou um.

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⏰ Last updated: Apr 29 ⏰

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Me Encontre Na EscuridãoWhere stories live. Discover now