Invisible String (Spencer Reid)

Invisible String

Meu primeiro show depois da minha volta aos holofotes foi direcionado especialmente aos fãs. Escolhemos cerca de cem fãs e os surpreendemos com um convite especial para ouvir o novo álbum ao vivo pela primeira vez com exclusividade. Eu poderia ter escolhido críticos e os membros da minha gravadora, mas não são eles quem consomem meu trabalho e nada mais justo do que dar a oportunidade para quem realmente merece. Wes me ajudou a filtrar as pessoas certas para esse momento e eu não conseguia ficar menos orgulhosa.

Juntamos todos eles na minha casa em sábado a noite. Uma equipe de paisagismo adaptou o quintal para que pudesse receber a minha banda, um buffet, um bar e uma pequena lojinha para que eles pegassem o que quiserem.

Decidimos que para essa ocasião, eu poderia estar vestida o mais básica possível, para que pudessem ver que eu estava me recuperando bem. Coloquei uma calça jeans mais larga, minha camiseta branca e a camisa xadrez que pertencia a Spencer - ele provavelmente não fazia ideia que eu peguei antes de tudo acabar mal entre nós. Senti que precisava de conforto e aquela simples peça de roupa me trazia o conforto que queria. Me lembrava ele e isso era o suficiente por agora.

As luzes amarelas sobre o pequeno palco de costas para as luzes da cidade dos anjos, os cobertores e as cadeiras espalhadas pelo quintal, as luzes flutuantes na piscina. Estava tudo do jeito que eu imaginava para começar uma nova era da minha vida.

Quando o meu rompimento com Ashton aconteceu, eu imaginei que a maioria dos meus fãs deixariam de me acompanhar ou criariam uma ideia errada de quem eu realmente sou. Felizmente, isso não aconteceu. Eu acabei ganhando mais visibilidade do que imaginei, conquistando um nicho de pessoas muito maior.

Ouvi tantas histórias de pessoas que estavam passando por um momento parecido e que passaram por isso, que me senti acolhida, me senti como uma pessoa comum e não como a Angie, estrela pop. Eu era apenas a Angeline Hotchner. Passei uma grande parte da noite interagindo, conhecendo e aprendendo com tantas pessoas.

No momento que subi no pequeno palco, um sorriso se abriu em meus lábios e as pessoas começaram a fazer barulho, o que me deixou mais feliz. Me sentei no pequeno banquinho e encarei todas aquelas pessoas, que se tornaram meus amigos, e estavam ali por mim. Para me prestigiar.

''Boa noite, pessoal! Estão se divertindo?'' Perguntei, ouvindo aplausos e gritos. ''Pensei que poderíamos tocar um pouco de música para vocês. Que tal algo novo?''

Olhei para Wes que grava tudo para mostrar a Emma depois. Senti pela primeira vez desde que voltei para a cidade que é aqui que eu pertenço.

''Antes de começarmos, preciso falar sobre o meu novo trabalho.'' Segurei o microfone mais perto de mim, percebendo a atenção das pessoas.

''Eu passei uns meses com meu irmão e meu sobrinho, depois do que vocês sabem que aconteceu. Eu pensei que nesse tempo eu não conseguiria compor, ou fazer nada que fosse relacionado a música, mas eu estava errada.'' Demos uma risadinha. ''Eu comprei uma loja, reformei uma loja, passei muito tempo com a minha família, gravei um novo álbum e, bem, tive a oportunidade de me apaixonar novamente.''

Nessa hora algumas pessoas já estavam batendo palmas, sorrindo e gritando mais um pouco.

''Algumas coisas mudaram em mim nesse tempo. O álbum não foi gravado com a minha banda, foi gravada com uma banda de adolescentes, que eu tenho o prazer dizer que ajudei com o que eu soube e dei a eles a oportunidade de conseguirem realizar um sonho. Fizemos música de um jeito diferente, com um som diferente e eu acho que vocês vão adorar o tanto quanto eu.''

Tocamos a primeira música, que era um pouco mais agitada, com um toque de rock que me levou automaticamente para o estúdio da Honey&Gus durante uma madrugada de muito riso e refrigerante de limão. Era uma sensação de nostalgia que me dava alegria de continuar em certos momentos.