Capítulo 04

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Enquanto estava imerso em memórias do passado compartilhado com Maitê, no meu escritório, fui bruscamente despertado por uma interrupção inoportuna: meu celular começou a tocar, rompendo o silêncio que envolvia o ambiente

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Enquanto estava imerso em memórias do passado compartilhado com Maitê, no meu escritório, fui bruscamente despertado por uma interrupção inoportuna: meu celular começou a tocar, rompendo o silêncio que envolvia o ambiente. Suspirei, sentindo a tensão se acumular dentro de mim. Olhei para o visor do telefone e vi o nome de Bernardo piscando, indicando uma ligação urgente.

Com um misto de irritação e curiosidade, atendi a chamada.

— Quantas vezes devo lembrá-los de evitar me ligarem enquanto estou ocupado na empresa? — Deixei escapar um sorriso frio e sarcástico ao proferir as palavras, deixando clara a influência da minha posição na máfia. A pressão do meu trabalho era implacável, e eu fazia questão de demonstrar minha autoridade.

— Chefe, desculpe por desobedecer suas ordens de não ligar enquanto você está ocupado, mas é algo extremamente urgente... e perigoso. — Bernardo falou, com um tremor perceptível em sua voz, evidenciando a ameaça iminente que sentia pairar sobre sua própria vida. Senti uma pontada de preocupação se infiltrar em minha fachada de indiferença.

Enquanto Bernardo continuava a falar, minha mente começou a divagar. Lembrei-me de Maitê, da maneira como ela costumava me acalmar nos momentos de tensão. Uma onda de saudade e arrependimento me atingiu, mas rapidamente a afastei, focando na situação atual.

— Bernado, Bernado... Eu estou quase perdendo a paciência para aguentar suas enrolações. Estou entediado o suficiente para brincar de tiro ao alvo com sua cabeça! — Falei, soltando uma risada sarcástica e sombria, enquanto apontava um dedo ameaçador para a minha própria têmpora. Nesse exato momento, minha irmã adentrou minha sala como um espectro súbito e sem aviso, interrompendo o clima tenso.

Ela olhou para mim com uma expressão de preocupação e surpresa, claramente incomodada com o que estava acontecendo. Percebi que minha atitude estava afetando não apenas Bernardo, mas também as pessoas ao meu redor. Respirei fundo, tentando recuperar minha compostura.

— Peço desculpas, chefe. — Bernardo falou, sua voz estava embargada, quase como se estivesse sendo asfixiado pela situação. — Tivemos uma visita inesperada. Uma mulher surgiu aqui, implorando por uma soma significativa de dinheiro. Alega ser para o tratamento do filho dela, uma criança lutando destemidamente contra o câncer.

Ao ouvir essa notícia, senti como se um tiro tivesse perfurado minha armadura de frieza inabalável. Era como se a atmosfera ao meu redor tivesse estagnado, tornando-se incômoda e pesada. Troquei um olhar de choque com minha irmã, que agora estava visivelmente perturbada com o que estava acontecendo.

Decidi agir. Peguei meu celular e coloquei a ligação em viva-voz, de modo que minha irmã pudesse ouvir a conversa. Olhei fixamente para ela, transmitindo uma mensagem silenciosa de confiança e determinação.

— Bernado, eu quero todos os detalhes que você puder obter sobre essa mulher e o filho dela. — Minha voz assumiu um tom assustadoramente frio e calculista, ecoando pelo telefone. — E se, por acaso, o tratamento do garoto for no hospital xxxxx, peça gentilmente à minha estimada irmã para cuidar da situação. Espero ter sido claro o suficiente... Bernado. Espero que, ENTENDEU A PORRA DO RECADO?

Com um olhar preocupado, Luísa se acomoda na cadeira em minha frente, enquanto eu observo atentamente suas expressões faciais em busca de pistas sobre o motivo de sua visita.

—Aconteceu algo, mana? Quem está doente? - Expresso meu claro desconforto em relação ao assunto, minha mente já imaginando o pior.

—irmão meu problema nao é nada sério então  me fala o seu pois parece bem precupado— a luisa me olha atenta

Luísa suspira e eu volto organizar seus pensamentos e meus documentos antes de responder.

—Há uma mãe desesperada que precisa de uma quantia substancial para o tratamento de câncer de seu filho. Mais tarde, Bernardo me passará as informações necessárias - diz Matteo, com um sorriso gélido estampado no rosto. Ele sente a tensão pairando no ar e, como sempre, oferece seu apoio de maneira peculiar, ao contrário de seu irmão.

Sinto um aperto no peito ao imaginar a angústia que essa mãe está passando, pois poderia ser minha amada Maite enfrentando essa doença implacável ao lado do nosso filho.

—Não hesite em me pedir ajuda, Matteo. Como sua irmã mais nova e médica, estou aqui para o que precisar. Tenha certeza de que vou te ajudar a lidar com tudo isso. E lembre-se, você tem livre acesso ao hospital, caso precise de qualquer tratamento ou suporte médico. Juntos, encontraremos uma maneira de enfrentar essa situação e trazer esperança àquela mãe e seu filho.

A Noites de verão Where stories live. Discover now