capítulo 06

24 3 9
                                    

Com o sono ainda presente e o calor que vinha de se afastar do ventilador, foi até a porta e girou a chave, com um puxão a abriu. A primeira coisa que notou foi o luar que saía pela janela batendo nas paredes e a brisa que deslizava como tinta em uma pintura, deixando partes descobertas. Antes de abri-lo, ele tomou a liberdade de servir-se de um copo d'água enquanto o intruso, que ele já supunha ser, surgia. Ele olhou para a parte inferior da tapeçaria e, como um fantasma miseravelmente esquecido, ficou sentado olhando para a parede, sem se aproximar e só de ver seu olhar sabia que, mais uma vez, havia tomado.

Enzo olhou para cima com olhos brilhantes e suspirou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Enzo olhou para cima com olhos brilhantes e suspirou. Matías franziu os lábios com uma expressão de aborrecimento. -O que faz aqui? Além de assustar os vizinhos.-
Ele se aproximou sem pensar, estendendo a mão para ele se levantar.

-Eu...vim trazer mate cozido para você.-Eu não ia dizer que senti falta. Depois de se levantar pegou a pochete preta, tirou uma caixinha que Matías notou ser a mesma que comprou quando eles estavam juntos.

-Você bebeu de novo? Já passa das três da manhã.

-Um pouco... você está com raiva?.

A voz dele saiu mais rouca e trêmula do que o normal por causa do álcool.

-Como você veio?

Os dois entraram no apartamento, Enzo fechou a porta e o seguiu, sentou-se à mesa da cozinha enquanto Matías procurava alguma coisa nas gavetas.-Um homem me trouxe, o nome dele era...Rorro, talvez fosse o apelido dele, ele não tinha cabelo. Eu disse a ele que era ante-piolhos e ele não aceitou muito bem.

-Foda-se, você pegou carona Enzo? ele te deu um olho roxo ou isso foi antes?

-Antes.

-Olha se alguém te visse, você já estaria no noticiário, não pode sair assim.-Matías suspirou. Os olhos de Enzo, que sutilmente se esforçavam para ter uma visão mais clara, estavam nas costas de Matías, ele tinha pintas que o adornavam seus ombros eram dolorosamente atraentes. Finalmente o menino encontrou um isqueiro na gaveta e virou-se para encher a chaleira com um humor que não ajudou em nada.

-E o que você estava fazendo?-Enzo perguntou estupidamente.

-Estava jogando uno com o cuco.-Ele sorriu sarcasticamente e Enzo o imitou com ternura.

-Eu estava dormindo, Enzo! Obviamente. foi difícil para mim adormecer...

Enzo franziu os lábios com uma expressão triste. Enquanto Matías estava sentado procurando Agustín entre seus contatos, Enzo olhou para ele com saudade.

-Você fica bem sem camisa.

Matías ergueu os olhos lembrando que a tirou para dormir. Ela franziu a testa sem olhar para ele.

-Ah, sim, imagino. Ele respondeu sentindo-se preso.

-Você nunca pensou em ser modelo...? -Ele virou levemente a cabeça e Matías o olhou novamente.

Aquele verão no Uruguai Onde histórias criam vida. Descubra agora