Melhor mandar cartas

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novamente, sem revisão, vou revisar depois
espero que gostem pelo amor de Deus
beijos da pam
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 P.O.V Hiago Guimarães

    Ela é uma princesa. Posso dizer isso com todas as certezas absolutas do mundo, ela é uma princesa. Aquele vestido branco a fez brilhar e não posso deixar de imaginá-la no nosso casamento! O belo cabelo liso preso em dois coques e duas tranças ficou impecável. Passei toda a noite admirando-a ao lado de Vincent que sofria por ser feito de vela. Ela se enturmou bem, conversou com algumas pessoas e pelo que parece trocou números de telefone, o que me deixou feliz. Nos leilões, eu ainda a admirava, do segundo andar, na mesa de Vi e notei como seus olhinhos brilharam olhando para um quadro feio. Comprei. Sem pensar duas vezes, na verdade. Nem me lembro o valor, só sei que ela parecia meio tristonha, provavelmente por não poder comprar. Ser pobre deve ser bem ruim, né? No fim da noite, me despedi dela dentro dos meus pensamentos e segui viagem para casa, cantando vitória.

— Foi incrível, Hiago! Logo mais vocês casam, viu? Certeza! - Vi me alegrava.

— Tenho certeza! Agora, vamos pensar nos nossos próximos passos... - Peguei meu celular para fazer pesquisas enquanto o motorista dirigia tranquilamente até minha casa.

— Hm! - Vi murmurou, terminando de engolir um gole do suco de caixinha que tomava — Sabe o que eu acho romântico?

— O que?

— Cartas! - Iniciou — A gente compra um pombo correio e você envia cartas pra ela! - Fiz uma careta.

— Isso é... - Sorri — Genial! Já que ela não gosta de mensagens talvez goste de cartas! - Ouvi o motorista dar uma tossida.

— Motorista, muda a rota, bora pra minha casa! - O homem apenas concordou. Éramos vizinhos de qualquer forma. — Lá em casa tem um monte de papel de carta, aqueles fofinhos, sabe? Ela vai adorar!

— Onde vamos arrumar um pombo correio até amanhã? - Me perguntei entristecido.

— Manda mensagem pro Timmy! - Meu secretário — Ele sempre consegue tudo.

— Vi, você é um gênio!

No caminho até a casa de Vincent, mandei mensagem para Timmy que disse que resolveria e fiz pesquisas de como escrever uma carta romântica. Ao chegarmos no nosso destino, fomos direto para o escritório de Vi, uma sala escura, com luzes led e um computador enorme, também cheio de leds coloridos. Me sentei em um sofá de couro enquanto ele procurava os papeis pelas gavetas.

— Achei! - Deu quase um grito de alegria, balançando os papéis cheio de desenhos fofos — Minha irmã colecionava esse troço. — Ele me entregou finalmente, junto de uma caneta. — Vou fazer o envelope, aquela pestinha me obrigou a aprender a fazer envelopes também. - Enquanto ele apanhava do papel para dobrar da forma certa, eu apanhava do papel ainda vazio. Eu escolhi um amarelo pastel, com detalhes rosa pastel e desenhos de flores de várias cores.

"Do desconhecido que não quer te sequestrar

Olá! Envio essa carta para saber se gostou do baile, pois pareceu que sim. Se sim, fico feliz e te espero no próximo.

Percebi que se sente desconfortável com as mensagens e resolvi enviar uma carta, espero que assim fique mais à vontade.

Como coloquei ali em cima, sou um desconhecido, mas talvez se salvar meu contato possamos nos conhecer melhor!

Me sinto na obrigação de repetir que estava belíssima naquele vestido branco.

Para futura Lyah Guimarães"

— Vê se está bom! - Entreguei para o meu amigo que finalmente tinha terminado o envelope. Ele pegou e leu cada detalhe, inclusive os corações que eu desenhei ao redor do nome dela.

— Você é o último romântico cara. - Me devolveu a carta junto ao envelope e enquanto dobrava e colocava dentro ele continuou — E se clonarmos o aplicativo de mensagens dela?

— Hm... Assim fica mais fácil saber se ela está gostando ou não de mim.

— Isso! - Entreguei meu celular para ele que pegou e já começou a mexer em um monte de coisa que para mim não faz o menor sentido.

— Sabem que horas são? - Uma voz a mais chamou nossa atenção na porta do escritório. Timmy. — Seis. Seis horas da manhã, fiquem sabendo, do meu dia de folga! - Ele estava com uma gaiola na mão, coberta por um pano — E às 4:43 para ser mais exato, me pedem o caralho de um pombo correio. Para as 7 horas. Vocês são o que? Doentes? - Me levantei e fui abraçá-lo.

— Não acredito que você conseguiu, amigo! - Tirei o pano levemente para curiar o pássaro que estava tranquilo. — Você é incrível, Timmy. - Ele revirou os olhos. Toma esse rato voador. Ele aprendeu o caminho que vocês me mandaram, é só colocar o envelope na patinha dele e levar pra janela e pronto, ele faz o resto sozinho. Agora, irei dormir, com licença. - Ele colocou a gaiola no chão e se retirou sem esperar mais respostas.

— Demoramos bastante nessa carta... - Murmurei pegando o envelope.

— Pior, né? - Vi respondeu de qualquer forma, focado no celular. Fui até o bichinho, abri a gaiola e o chamei para ficar apoiado na minha mão. Sorri quando ele veio sem demora, enrolei o envelope e prendi em algo na sua perninha, parecia uma tornozeleira, mas não sei dizer o que é. Eu iria até a janela, mas lembrei que o escritório não tem uma, assim como a maior parte da casa que no máximo tem uma passada de ar. Suspirei e fui até a porta de entrada da casa e abri.

— Pode ir amiguinho, faz tudo direitinho, ouviu, bem? - O pássaro saiu voando sem olhar para trás. Voltei ao escritório saltitando de alegria.

— Terminei! - Me assustei com Vi abrindo a porta por dentro, bem na hora que iria abrir por fora. — Agora você tem acesso a todas as conversas dela.

— Obrigado... - Peguei o aparelho de sua mão — Não vou invadir a privacidade dela, né? Vou só olhar a conversa dela com aquela amiga.

— Júlia. - Ergui uma sobrancelha.

— Como sabe o nome dela? - Ele sorriu amarelo.

— É um nome bastante comum...

— Sei. Acho que Tommy ficou pela sua casa mesmo, ouvi barulho lá de cima, posso ficar também?

— É claro! Vamos fazer uma boys night!

— Já são quase sete da manhã...

— Uma boys Morning!

— Ótima ideia! - Dormimos pelo resto do dia.

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⏰ Last updated: Apr 22 ⏰

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O mafioso do baileWhere stories live. Discover now