Chapter Six

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Cindy havia se metido numa grande confusão. Ela esfregou seus olhos cansados e tentou pensar numa saída. Era tudo o que ela tinha feito na maior parte das últimas duas semanas.

Dane-se ele. Dane-se ele e sua estúpida testa franzida e atitude grosseira e carranca sexy e lábios esculturais. Dane-se a maneira divertida como resmunga, seu sorriso torto e suas mãos grandes e habilidosas. Dane-se por se desculpar quando estava errado admitir seu mau comportamento e por fazer um esforço para consertá-lo. Dane-se por ensiná-la a escalar com paciência e por se conter, quando podia ter tentado tirar alguma vantagem. Dane-se por fazê- la rir e por deixá-la Com raiva e por fazê-la se importar e por fazê-la querer ter alguém que pertença apenas a ela.. e por fazê-la querer pertencer a ele. Mais do que tudo, dane-se, Aaron, por fazê-la querer pertencer a ele. E dane-se Cole, o contador magricela também, a propósito.

Não estava sendo fácil manter as mãos longe de Aaron, manter o relacionamento deles solidamente na categoria "chefe/funcionária que também são amigos (e fizeram sexo aquela única vez)", mas ela estava conseguindo. E então, Cole invade o escritório de Aaron e conta tudo sobre o destino do bar.

Agora... Agora, ela estava gastando todo o seu tempo livre no computador, fazendo ligações, pesquisas e até atormentando seus professores. Tentando descobrir uma maneira de salvar o Shotguns. E apesar do que dizia a si mesma, não era para manter um bom emprego.

Ela sabia que Aaron era perigoso. Não só por ser alto e musculoso, podendo subjugá-la fisicamente se quisesse. Não, com esse perigo ela não tinha que se preocupar vindo dele.

Ele era um tipo de perigo totalmente
diferente. Um que ela vinha tentando evitar desde que começou a descobrir os garotos.

"Muito bem, Cindy", ela murmurou para o teto de seu quarto.Sua voz cansada soou feérica, como a da sua mãe, e ela estremeceu.

Esticando os braços acima da cabeça, ela virou-se abraçando os travesseiros e escaneou sua pilha de papéis. Ali estava, em preto e branco na sua frente.. a solução para seus problemas. Para os dois, se ela quisesse.

Essa era a pergunta de um milhão de
dólares. Ou de 250 mil dólares, tecnicamente. De toda forma, foi assim que ela formulou isso na tarde seguinte, de pé na frente de Aaron. Talvez fosse melhor ter esperado até conseguir dormir uma noite inteira antes disso, porque ele olhou para ela como se estivesse falando em Swahili ou coisa assim.

- O quệ?

- Estou pedindo demissão.

Aaron olhou para as duas pilhas de papéis muito bem organizados que ela havia posto sobre sua mesa um minuto atrás e depois voltou ao rosto dela. Suas sobrancelhas grossas Se aproximaram e a expressão franzida apareceu no seu rosto, fazendo o coração de Cindy dar um pulo. Ela se forçou a permanecer séria e não se deixar afetar diante da expressão de raiva e confusão dele.

- E o que são estas pilhas de papéis? - O rosnado baixo da sua voz acariciou sua coluna como um dedo aveludado, instantaneamente endurecendo seus mamilos.

- São exatamente o que falei que eram. Planos de negócios. - Ela deu uma batidinha na pilha da esquerda com o dedo.

- Este aqui mostra o que você precisa fazer se quiser manter o bar aberto e eventualmente transformá-lo num negócio lucrativo novamente.

Ele se recostou na cadeira e cruzou os braços sobre o peito largo. Tirando o fato de estar sentado ao invés de em pé atrás do balcão, sua postura era idêntica ao dia em que ela entrou no bar pela primeira vez. Isso pareceu adequado.

- E o outro?

Cindy engoliu em seco, porque aqui ela deu um passo maior do que as pernas. Bem, não custa tentar, ela pensou. Realmente, tudo isso era um enorme passo, bem maior que suas pernas...

- É o que você precisa fazer se quiser
esvaziar o lugar e transformá-lo numa academia de escalada ultra-moderna.

Aaron ficou apenas olhando para ela por baixo de suas espessas sobrancelhas negras. Ela encolheu-se e desviou o olhar, voltando-se para a foto em que ele escalava uma montanha que ficava no Arizona, como ela agora sabia.

- Tentei pensar numa maneira de combinar os dois, sabe? Talvez um bar onde as pessoas pudessem escalar também? Mas... não funcionaria. Só o seguro já seria caro demais. Tinha que ser ou um ou outro. Não pude decidir, então, imaginei que.. bem, o bar é seu, você é quem deve decidir.

- Não será mais meu. Não se eu aceitar seu conselho.

Ela ficou surpresa com acalma dele.
Sinceramente, achou que ele explodiria assim que ela apresentasse seu plano. Ou pelo menos argumentasse sobre o dinheiro. Afinal, ele sabia como ela se sentia sobre a sua poupança.

- Ainda seria seu bar. Eu faria apenas um empréstimo. Você me pagaria de volta. Os termos estão todos aí. - Cindy sentiu o calor surgir na sua garganta. Ela precisava terminar a conversa e dar o fora. O plano era esse. Deixar a papelada, dizer a ele que se demitia e sair. Ela sabia que não era legal abandoná-lo em meio à crise, mas era quinta-feira. Quintas-feiras tinham menos movimento.

Seu coração batia forte no peito enquanto ele franzia o cenho para ela. Queria atravessar por sobre a mesa e subir no colo dele, mas ao invés, fechou Os punhos com força e endireitou os ombros.

- E é por isso que acho que não deveria mais trabalhar aqui. De toda forma, ficaria um clima... estranho.

Sim, seria muito estranho se ela continuasse trabalhando com ele e fingindo que não estava apaixonando-se ridiculamente por aquele idiota teimoso.

- E se eu decidir não aceitar seu conselho? Se eu decidir fechar? Você continuaria a trabalhar aqui até o último dia?

As palavras dele eram calmas, mas
atingiram Cindy como um soco no estômago.

- Eu... o quê? Não! Você. não seja burro, Aaron! Aceite o dinheiro!

A raiva e irritação eram sentimentos
familiares e quentes. Ela apoiou os punhos fechados no quadril olhou fixamente para ele. Aaron afastou os dois planos de negócios para longe e empurrou a cadeira para trás, para se levantar. Ele apoiou os punhos na mesa e inclinou-se, conseguindo elevar-se acima dela apesar do meio metro de distância entre eles.

- Ah, garanto a você, morena, eu realmente não preciso do seu maldito dinheiro!

- Você é um idiota teimoso! Recusaria o empréstimo de uma amiga apenas para... o quê? Salvar seu maldito orgulho?

Ele empurrou a cadeira com força, fazendo-a bater no arquivo Com um barulho alto. Cindy vacilou, mas sem recuar. As narinas de Aaron se inflamaram ao empurrar a pesada mesa para um lado, exibindo músculos massivos, e agarrou-a pelos ombros. Cindy engasgou ao sentir as mãos quentes e ásperas em sua pele.

- Uma amiga? Ê isso que você é, Cindy? Minha amiga?

Ele falou rispidamente, seu hálito com cheiro de canela de mastigar seu chiclete favorito, Big Red, e ela odiava e adorava saber isso sobre ele - tocando suavemente suas bochechas. Incapaz de resistir ao convidativo calor do seu corpo tão próximo ao dela, as mãos de Cindy se levantaram e se torceram na frente da camiseta dele.

- Sim - ela resmungou, agarrando-se
desesperadamente a essa palavra.

Amiga.

Amigos passavam tempo juntos e faziam um ao outro rir e queriam o melhor um para o outro e ofereciam ajuda quando um dos dois precisava.

Amigos podiam até mesmo fazer sexo mais de uma vez e ainda serem apenas amigos. Ela podia fazer isso. Amizade era solo seguro.

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⏰ Last updated: Apr 22 ⏰

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 𝘿𝙚𝙡𝙞𝙘𝙞𝙤𝙪𝙨 𝙏𝙧𝙤𝙪𝙗𝙡𝙚 - Aaron Taylor Johnson (Shortfic)Where stories live. Discover now