Capítulo 43

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O vento gélido chicoteava nossos rostos enquanto nos dirigíamos ao local mencionado por Éry

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O vento gélido chicoteava nossos rostos enquanto nos dirigíamos ao local mencionado por Éry. Optei por ir a cavalo, evitando abrir um portal e recorrer à magia. Com Ava ao meu lado, não podia me dar ao luxo de atrair a atenção de um Trovarghoul, pois sabia que o cheiro da minha magia os atraía tanto.

Viajamos por horas rumo ao oeste de Frosthaven. Deixei um bilhete sobre minha cama, explicando à minha mãe que havia levado Ava para uma busca à insetos de emergência, já que ela havia tido um pesadelo e não conseguia dormir. Não desejava preocupa-la, mas tampouco podia correr o risco de que alguém descobrisse a verdade. Após um bom tempo, finalmente alcançamos o pé da montanha indicada por Ýüny por meio de um feitiço. A montanha revelou um caminho assim que recitei as palavras instruídas pela fada, e seguimos por ele, contornando curvas e desvios.

Quando enfim alcançamos o topo da montanha, o caminho desapareceu. Desmontei e amarrei a correia do cavalo a uma árvore próxima. Antes que eu pudesse voltar-me para ajudar Ava a descer, ela já estava em pé, acariciando a crina do majestoso animal. Não me surpreendia; ela sempre ganhava de mim quando apostávamos corridas a cavalo. Ava aproximou-se e segurou minhas mãos, seus olhos encontrando os meus em meio à leve escuridão, que era invadida pelos poucos feixes de luz da lua.

— Onde estão as pessoas que você quer que eu conheça? — perguntou, mas percebi uma leve hesitação em sua voz.

Naquele instante, comecei a duvidar se havia tomado a decisão correta. Ýüny era uma fada, e Ava estava acostumada com a Sra. Tini, mas ela nunca havia visto um dragão além dos vitrais presentes no palácio. Temi que as coisas não saíssem como planejado. Ajoelhei-me até ficar da altura dela, segurando suas mãozinhas.

— Ava, preciso que você mantenha a mente aberta, está bem? — ela assentiu. — Um deles não é exatamente uma pessoa, mas é extremamente importante para mim.

— Se é importante para você, tenho certeza de que é adorável — respondeu, com o tom amável herdado da minha mãe.

Um sorriso se abriu em meu rosto; não havia motivo para preocupação. Era a Ava, a menina que via beleza em insetos de aparência duvidosa e os amava sem reservas. Beijei sua testa e me levantei, segurando sua mão. Continuamos nosso caminho por alguns segundos, quando fui surpreendida por Ýüny, que voou em minha direção, envolvendo-me num abraço apertado. A abracei ainda mais fortemente.

— Você prometeu que iria me chamar caso houvesse qualquer problema — começou seu sermão enquanto apertava ainda mais seu abraço. — Quase morreu, e nem se deu o trabalho de me avisar. Se não fosse aquele Elfo, eu não saberia de nada. Você prometeu!

Não pude conter minha risada. Como eu a amava.

— Que saudades, Ýü! — falei, entre lágrimas. — Me perdoe, têm sido dias tão intensos.

— Não se preocupe, fadinha. Pretendo não abandoná-la mais com aquele bando de inúteis!

Começamos a gargalhar. Me desvencilhei do abraço para olhar seu rosto. Não haviam se passado muitos dias, mas a saudade que eu sentia dela era imensurável. Os olhos de Ýü desceram até Ava, que estava recolhida atrás de mim, mas mantinha uma expressão de deslumbramento em seu rosto.

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