— Juro que não tive nada a ver com isso desta vez. — Charles rapidamente levanta as mãos, num gesto de rendição.

— Falei com o proprietário da casa, e ele disse que não estava ciente do mofo. Por conta disso, ofereceu-nos a estadia gratuitamente. Mas, ele avisou que o problema não poderia ser resolvido rapidamente. — Liv adiciona, explicando a situação.

— Se estiver tudo bem para Carlos, não me importo de compartilhar o quarto com ele. — Elouise propõe, olhando na minha direção esperando por uma resposta.

— De maneira alguma me importo, está tudo certo — respondo prontamente, acenando em concordância com Elouise. Na verdade, era mais do que certo, era quase um alívio ter uma razão plausível para ela ficar.

Charles, percebendo que sua presença e interrogações talvez não fossem mais necessárias, decidiu mudar o foco.

— Bom, então está tudo resolvido. Vamos aproveitar essa casa sem custo então, certo? — ele tenta suavizar o ambiente com uma piada, antes de pegar Liv pelo braço e se afastar, provavelmente para dar continuidade à discussão em um local mais reservado.

Olhando para Elouise, que parecia ligeiramente mais relaxada agora que a situação do quarto estava resolvida, sugere:

— Que tal darmos uma volta pela praia? Acho que um pouco de ar fresco vai nos fazer bem.

Ela concordou com um sorriso hesitante, e juntos nos afastamos da confusão do grupo, caminhando em direção à praia que se estendia convidativa à nossa frente. Não falamos muito no começo, ambos processando a estranha reviravolta dos eventos que nos trouxeram até ali.

— Sabe, eu realmente aprecio você estar aqui comigo nessa situação estranha — comecei, querendo quebrar o gelo e talvez, aliviar qualquer tensão residual.

— Eu também. É estranho como as coisas aconteceram, mas estou começando a achar que talvez não seja tão ruim assim — Elouise responde, seu olhar perdido nas ondas.

— Eu espero que não seja — digo, sentindo uma verdadeira paz pela primeira vez em dias. A presença de Elouise, a brisa do mar e o som suave das ondas nos proporcionavam um momento de trégua muito necessário.

A conversa leve continuou enquanto caminhávamos, o som das ondas complementando nossas palavras. Aquele passeio inesperado pela praia estava se revelando como um dos momentos mais sinceros e tranquilos que compartilhamos, longe de todas as complicações que geralmente marcavam nossos encontros. Era, em muitos aspectos, um recomeço, ou pelo menos, uma chance para ver onde esse novo caminho poderia nos levar.

— Nunca perguntei diretamente, mas como você está se sentindo trabalhando com a Fórmula 1? — Pergunto a Elouise enquanto caminhamos pela praia.

— Realmente é a realização de um sonho. No início era bastante intenso, mas com a chegada do Julian, tudo ficou mais leve. Ele tem sido um grande apoio. — Ela compartilha com um brilho nos olhos.

— Julian parece ser um cara legal. — Comento, tentando esconder um leve desconforto pela proximidade deles.

— Ele é incrível, me ajuda demais. — Ela confirma.

Meu desconforto cresce ao pensar nos gestos carinhosos que observei entre eles.

— Você e Julian... vocês são um... casal? — Arrisco a pergunta.

Elouise para abruptamente, me olhando surpresa antes de soltar uma risada.

— Julian e eu? Isso é impossível! Ele provavelmente estaria mais interessado em você do que em mim. — Ela brinca.

Maybe it' love || Carlos SainzWhere stories live. Discover now