Capítulo 6

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Calliope

Eu estava no corredor ouvindo a conversa entre Asher e seu amigo, mas no momento em que fiz um barulho, precisei aparecer e agir como não estivesse bisbilhotando. Devo admitir que meu marido se cercou de pessoas que o amam e se importam com ele. E Cash é alguém que pode ficar de olho em mim, escondido dos outros, por isso decidi jogar com cautela, não quero ninguém me odiando.

Ao contrário das outras vezes em que usei meu tratamento de silêncio contra ele, desta, Asher decidiu que respeitaria e dormiu no sofá. Isso ou passou a noite brincando em seu computador, e vendo TV.

— Bom dia. — Me cumprimenta, quando passo por ele abrindo a geladeira, continuo o ignorando, escondendo minha satisfação. É quando ele me segura por trás, me inclinando contra o balcão. — Estou farto dessa merda de tratamento de silêncio, já que vai ser uma pirralha, vou te tratar como uma.

Ele levanta a camiseta que estou usando, em seguida abaixa a cueca que roubei antes de me deitar. Continuo em silêncio, mesmo quando sinto a picada da palma de sua mão contra minha bunda, uma e outra vez, até que minha buceta está pingando de desejo. Quando disse que a maior parte das pessoas não entenderiam o nível de obsessão que temos um pelo outro, não estava mentindo.

Asher segura meu pescoço, me puxando para trás enquanto mantém seu aperto firme.

— Tudo bem, se quer conversar, vamos fazer isso. — Declaro, sem dar o braço a torcer.

Asher me pega e me coloca em cima do balcão, se colocando entre as minhas pernas, seu peito musculoso e tatuagens atraindo minha atenção.

— Olhos aqui em cima, raposinha.

Não me sinto envergonhada por ter sido pega o admirando, o tempo para vergonha ficou no passado.

— Vamos lá, Asher, chega de jogos a vamos direto ao assunto. — Empurro, mas ele segura meu pulso. — O que você quer?

— Você!

É uma resposta simples e direta, e que me deixa irritada.

— Me quer? — Dou risada. — Não é isso o que parece.

— Sei que te devo muitas explicações. — Ele começa a se justificar, então fica em silêncio, seus olhos se estreitando em mim. — Espera um momento, foi você que me deixou.

— Sim, e agora quero o divórcio.

— Nós dois sabemos que isso não vai acontecer, então pare de jogar comigo.

— Jogar? Asher, se esqueceu de quem se colocou na minha vida com o objetivo de chegar até os meus pais? — Encaro irritada. — Ambos sabemos quem tratou nosso relacionamento como um jogo, e não fui eu.

— Eu queria te manter segura, quando me deixou, Lior estava prestes a começar uma maldita guerra com alguém que tinha mais poder que todos nós juntos. — Declara. — Pensa que sou um idiota por manter a única coisa que eu amo, fora de perigo?

Sua declaração apaixonada me cala, e qualquer argumento coerente que tenho em minha mente se vai. Eu queria dificultar as coisas para ele, mas sua sinceridade é algo que mexe comigo de um jeito que não sei descrever. Mesmo na nossa lua de mel, ele era um homem muito protetor, se alguém esbarrasse em mim, era suficiente para o homem enlouquecer.

A história que ele está me contando não é uma novidade, como eu disse, mantive um olho nele, enquanto estivemos separados. E embora não entenda os motivos do amigo dele ter ido atrás de alguém tão poderoso, posso compreender o quanto nos tornamos cegos diante da raiva e do rancor. É essa raiva cegante, que nos leva a lugares que jamais planejamos estar servindo como combustível e nos tornando aquilo que nunca acreditamos que poderíamos ser.

Puzzle irresistível - Obstinados 4Onde histórias criam vida. Descubra agora