𝑀𝑒𝑢 𝑆𝑜𝑙 {𝐼𝑧𝑢𝑘𝑢 𝑀𝑖𝑑𝑜𝑟𝑖𝑦𝑎}

𝑂 𝐼𝑛𝑖́𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑢𝑑𝑜

     𝑇𝑈𝐷𝑂 se repetia de novo, e de novo. Ver meu irmão mais velho sempre tratando tão mal Izuku me dava um aperto no coração. E o motivo? Pelo simples fato se Izuku não ter uma individualidade. Por que ele fazia isso?

     Midoriya era um garoto tão bondoso comigo e com meu irmão, mesmo ele o tratando tão mal. Por que ele se sucedia aquilo? Por que meu irmão tratava tão mal o garoto que eu tanto amo?

     Estava eu no balanço brincando junto com uma colega minha da creche, vejo Katsuki e mais dois garotos se aproximarem de Midoriya que estava brincando na caixa de areia. De novo não. Não escuto, mas sei o que Katsuki falava para ele, cada palavra, eu sabia o que ele dizia 'inútil', 'Deku' eram palavras frequentes que Katsuki falava para ele.

     Sem aguentar mais ver aquilo, saio do balanço e ando bufando até meu irmão, ficando entre ele e Midoriya que já estava com os olhos marejados.

— O que você 'ta fazendo Mitsuri?- ele pergunta.

— Estou defedendo o Izuku! Você não pode falar isso com ele!

— E por que não? Ele é um inútil!

— Não fala assim dele Katsuki!- o empurro.

— Você não vai ganhar nada defendendo um inútil como ele- assim ele saiu.

— Desculpa pelo meu irmão Izu, ele não bate bem da cabeça...

— T-tudo bem Mit-chan. Quer brincar comigo?

— Sim!

     Tínhamos 8 anos naquela época, mas Katsuki nunca parou de zombar e humilhar Midoriya, mas para a infelicidade do meu irmão, eu sempre estava lá para de defender o meu... Melhor amigo.

☀

     Anos se passaram, e estávamos com 15 anos. Estava no ginásio, olhando para o mundo fora da sala de aula, as flores de cerejeiras caiam graças ao vento, as flores caiam no chão, formando uma pequena montanha de pétalas. O professor falava algo, mas não ouvia, sempre tive essa dificuldade de prestar atenção nas coisas e nas pessoas, eu perdia o foco muito rápido. Até que um barulho chama minha atenção novamente para dentro da sala, eram as risadas dos meus colegas. Por que eles estão rindo? Olho para a carteira ao meu lado, e encontro um Izuku cabisbaixo na mesa.

— Qual é a graça? Não estou vendo nenhum palhaço nessa sala, claro além de vocês!

— Senhorita Bakugo, qual a necessidade desse show?- o professor pergunta.

— Show? Os seus alunos estão rindo de colega de classe por uma questão banal, e eu que estou fazendo show?- o encaro com uma das sobrancelhas erguida. — Tem certeza que o senhor é o professor?

— Para a direção, agora!

     Bufando eu pego as minhas coisas, meus olhos se direcionam para os olhos verde musgo que me encaravam, como um pedido de desculpa, dou uma piscadinha na sua direção e ele cora. Olho na direção de Katsuki que encarava o professor com ódio, dou um tchauzinho para ele e saio em direção a biblioteca, eu não sou doida em ir na direção para chamarem a minha mãe. Quando dona Mitsuki quer ser assustadora, ela é.

☀

      Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas saí assim que ouviu o sinal da saída. Passei pelo pátio fora do prédio, vendo a pequena fonte com peixes kinguio, até que vejo algo cair na direção da água pelo seu reflexo, um caderno? Com um movimento da minha mão, uma nuvem de luz segura o caderno e o traz para mim. Era o caderno do Izuku.

— Katsuki...

     Olho para a janela da nossa sala, e vejo um Izuku olhando diretamente para mim, lhe amostro o caderno sorrindo, vendo ele suspirar aliviado. Minutos depois, vejo Izuku correndo em minha direção.

— Obrigada por ter pego o caderno, Mit-chan- disse o esverdeado.

     Era fofo ver a nossa direção de tamanho, poderíamos ter a mesma idade e termos 3 meses de diferença, sendo eu a mais velha. Izuku conseguia ser poucos centímetros mais baixo do que eu, e um pouquinho magricela. Mas para mim ele continuava fofo.

— Você tem que se defender do Katsuki, Izu- digo.

— E-eu sei... Mas.

— Você é medroso demais? Ou o Katsuki é muito assustador?- pergunto, virando um pouco minha cabeça para o lado.

     Pelo seu silêncio, vou acreditar nas duas opções. Katsuki foi o que puxou mais a nossa mãe, ele é idêntico á ela, até mesmo a personalidade. Já eu, puxei mas ao meu pai.

— Izu, você tem que tomar uma atitude, eu não vou ser para sempre sua heroína. Mas eu quero que você seja meu herói um dia.

   Lhe entrego o caderno, onde continha anotações sobre heróis e suas individualidades, mas não somente de heróis, como também de colegas de classe, como eu e Katsuki.

— Muito obrigada Mit-chan, tenho que seguir o seu concelho mesmo. Mas, como poderei ser seu herói, se não possuo individualidade?- o esverdeado perguntou, encarando o chão.

— Izu, você não precisa ter individualidade para der meu herói, basta você continuar sendo maravilhoso como você é.

     Encaro o Midoriya completamente vermelho, era fofo o jeito que ele reagia a algum elogio, me despeço dele e faço meu caminho para casa.

☀

     Enquanto comia meu pote de morangos sentada no sofá da sala, assistindo um desenho animado qualquer na TV, até ser cortado para um notícia onde um civil estava sendo refém de um vilão de lama. Até o cameraman dar zoom no rosto do civil...

— Ai Céus! MAMÃE!- a chamo.

    Dona Mitsuki apareceu desesperada na sala se casa, e encaro desesperadamente a notícia, era Katsuki.

— Ai meu Deus! Onde o seu irmão estava?

— Ele disse que ia ao fliperama com aqueles imbecis dos amigos dele. Mas como isso foi acontecer?

     Eu e minha mãe estávamos atentas a tudo que se passava, ela estava desesperada por nenhum herói ter aparecido ainda. Até que tudo muda, ao ver Izuku correndo na direção do vilão e meu irmão.

— Izuku?!

     Ele também estava desesperado, tentando de alguma forma salvar Katsuki. Ele realmente levou a sério o que eu disse sobre ele ser meu herói? Mas ele está salvando meu irmão não a mim. Mas um ser de repente aparece, para salvar o dia mais uma vez, All Might! Nosso símbolo da paz.

— Katsuki foi um fraco, o Izuku que teve que salvar ele?! Ainda bem que All Might apareceu! Se não seu namorado estava frito, ou enlameado.

     Com toda certeza, dona Mitsuki era a maior apoiadora de mim e Izuku, mesmo não tendo nada.