09 - baile de máscaras

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Abri a minha porta, engolindo o nó na minha garganta. Minha mãe atrás de mim, me deu dois tapinhas nas costas. Tomei coragem e coloquei o pé no corredor, e comecei a andar. Segui reto pelo corredor que tinha coloração bege, quadro dos nossos parentes, nas paredes. O tapete vinho longo no chão. Meus saltos finos faziam barulhos no piso escuro do corredor. Chegando na ponta da escada, eu respirei fundo, descendo com cuidado.

Meu pai conversando com Matteo logo no final da escada, com sua mão no ombro do meu irmão mais velho, que tinha as mãos nos bolsos e uma cara séria. Provavelmente tentando se controlar. Meu pai mexeu o copo com uísque e quando ouviram meus saltos na escada, viraram para mim. Meu pai deixou um sorriso largo e meu irmão um reconfortante, como se ele soubesse o que eu estava sentindo.

Desviei o olhar e continuei a descer a escada. Chegando no final dela, meu pai deixou o copo de vidro na mão de Matteo e se aproximou de mim. Meu queixo tremeu, suas mãos foram para o meu rosto e quando tentei segurar uma lágrima, ele sorriu.

- que bom que você concordou. - ele afastou alguns fios de cabelo do meu rosto. - sabe... você me dá muito orgulho.

- por favor....não deixa eu ir. - sussurrei, desviando o olhar.

- para de birra Sofia! - ele ergueu meu queixo me fazendo olhá-lo. - você vai ir hoje e tratar ele bem, não quero ninguém depois me enchendo o saco. Ouviu? - concordei com a cabeça. - ótimo! Então vamos. - o homem segurou firme em meu braço, me guiando até a porta principal.

- ei! - a voz alta da minha mãe, falou atrás de nós dois, então paramos. - não aperte com muita força. Dmitry quer ela bem e sem nenhum arranhão. - meu pai dessa vez pareceu escutar, por que afrouxou o aperto.

- vá se ferrar! - Matteo bufou, passando pela nossa mãe, esbarrando em seu ombro.

Matteo andou até a gente, em passos duros e largos. Sendo um pouco mais alto que meu pai, ele puxou com força a sua mão do meu braço, que quando dei uma olhada de canto de olho, vi que estava vermelho.

- vocês são os piores pais que eu já vi na minha vida! - ele falou alto, me puxando pro seu lado.

- você não pode falar assim comigo! - minha mãe o repreendeu.

- cala a boca! - ele a olhou sério. - foi como ele disse quando eu tinha 5 anos. Você é só uma cachorrinha, que fica com qualquer homem. Que quando descobriu que tava grávida, contou pro meu avô e ele foi obrigado a te deixar aqui. - minha mãe congelou no lugar, mudando a sua postura relaxa para uma séria. - e você...- ele se virou pro meu pai, o que fez ele recuar um passo. - você sabe o que te espera!

- não, eu não sei! - meu pai sorriu debochado.

- você sabe...ah, como você sabe, seu desgraçado de merda! - Matteo segurou a gola do seu terno o puxando mais pra perto. - e eu vou fazer questão de dar o primeiro disparo. - o sorriso do meu pai sumiu e ele parou. - vou fazer ele te tortura da pior forma possível e vou fazer você implorar por misericórdia e orar. Essa merda não é da boca pra fora e você sabe disso. - Matteo empurrou o homem com força, que vacilou.

- com toda a licença...a limusine está pronta. - um dos homens do meu pai falou, o que fez todo mundo encarar o motorista que tinha a cabeça baixa. - desculpe incomodar em um momento ta...

- suma! - a voz do meu irmão saiu rouca e alta, o que fez o pobre homem arregalar os olhos e sair o mais rápido possível. - pense bem, Afonso Martinez.

- o que você sabe? - meu pai o encarou recuando um pouco.

- Sei que você tem medo dele. Sei que você treme na presença dele e sei que você quer que a sua máfia cresça. - ele levou suas mãos pra sua cintura, mostrando a arma ali. - não se preocupe, eu não vou te matar agora, você ainda vai implorar de joelhos. - Matteo deu de ombros.

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