RIO DE JANEIRO📍
Toquei a campainha três vezes seguidas, equilibrando as duas sacolas de papelão grande, meu celular e a chave do carro nas mãos.
— Que demora. — Letícia murmurou abrindo a porta do apartamento e colocando só a cabeça pra fora.
— Mal agradecida pra caralho ein. Vim aqui na paz, com comida, e você nessa. — entrei, tentando ignorar que ela só estava com um conjunto de calcinha e sutiã cinza da CK.
— Quer que eu diga o que? Não fez mais do que sua obrigação. — revirei os olhos ao ouvir sua fala.
— Um amorzinho, como sempre. — coloquei as sacolas em cima da bancada da cozinha e comecei a abrir elas.
— Trouxe o que? — Letícia ficou na ponta dos pés, tentando ver o que tinha dentro das sacolas de papelão.
— Hambúrguer, batatinha e...— fiz suspense e ela me olhou.
— Guaraná! — comemorou e me deu um beijo na bochecha, puxando a sacola da minha mão, tirando as coisas de dentro.
— Ai, porra! — xinguei quando senti a gata dela agarrar meu pé com as duas patas, me arranhando e me mordendo, com os dentinhos finos. — Para com isso, sua filha da puta.
— Velho, para de xingar a Prada. Por isso que ela não gosta de você. — Letícia pegou a gata alaranjada no colo e beijou o rosto dela. — Trás as coisas pra sala, Bitcoin. Vou colocar o filme. — virou de costas saindo e foi inevitável não olhar pra bunda dela. — E não olha pra minha bunda.
Soltei uma risada fraca, desviando o olhar. Mandada do caralho.
Peguei as coisas e levei pra sala, o ar tava ligado e tava geladinho lá. A TV ligada, o sofá, onde Letícia estava deitada com a gata no colo.
— Porra, que saco. — murmurei quando ouvi meu celular tocar na cozinha e voltei lá, vendo que era o Pig, numa chamada de vídeo. — Fala, pigzada. — atendi, indo pra sala de novo.
— Ta por onde? Cola aqui no cazé, veio um mano novo pra cá, maneirinho ele. — Pig virou a câmera, mostrando um cara no meio dos nossos amigos.
— Cara, tô ocupado agora, não vai rolar de eu ir pra aí agora. — me sentei no sofá e a Letícia me olhou.
— Tu tá na Lele? — Pig perguntou alto pra caralho.
— Não. — menti, segurando um sorriso.
— Tá sim, caralho. Aqui, ele tá lá na Lele. Esses filhos da puta excluindo a gente. — ele foi pra perto dos nossos amigos e eles começaram uma algazarra.
— Calma aê, caralho. — falei dando risada junto da Letícia. — Não fode, porra. Vocês não tem o que fazer não?
— Que isso, tão excluindo a gente agora? — Alvinho perguntou e eu passei a mão no nariz.
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Jogo sujo | Chico moedas
Romance"A questão não é, eu não me decidir, se ligou? Tu não me deixa claro o que é que cê quer também como é que eu vou adivinhar? Assim fica difícil pra nós dois."