piquenique

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   Fernanda Bande

Hoje era domingo, então Alane não viria. Decidir chamar Pitel para fazer um piquenique com os meninos.

Separei algumas guloseimas, frutas, suco e sanduíche. Pitel ficou apenas olhando eu organizar tudo na toalha.

O parque não estava tão cheio, o que era bom já que o Marcelo não costuma gostar muito de multidão.

- Titia, desenha uma casinha pra eu pintar? - Laura entrega uma folha e o lápis para Pitel que logo começa a fazer o que a menor pediu.

- Quer alguma coisa filho? - Marcelo estava sentado ao meu lado apenas olhando a movimentação das poucas pessoas que estavam ali.

- Olha a princesa! - Ele aponta para as duas garotas que estavam deitadas no gramado em cima de uma toalha xadrez vermelha. Elas estavam lendo, não tinham percebido nossa presença.

- É ela mesmo, filho. - Falo fingindo naturalidade, mas por dentro meu coração estava acelerado. - Mas ela já está acompanhada, não vamos atrapalhar.

- É só a palhaça da Bia, vou lá falar com elas. - Pitel fala enquanto se levanta.

- Eu vou também! - Laura levanta rápido e pega na mão da madrinha.

Eu e Marcelo ficamos de longe olhando a interação das meninas, vejo quando Alane olha em nossa direção e levanta. As quatro começam a caminhar em nossa direção, Laura já estava agarrada nos braços da "princesa" dela.

- oi! - Alane coloca Laura em cima da nossa toalha e vau em direção ao Marcelo que dá um abraço rápido. - Oi, Fernanda! - Ela me dá um abraço desengonçado por conta das nossas posições.

- Desculpa atrapalhar sua leitura, o celo viu você de longe e a Laura já foi logo pegando na não da madrinha pra ir falar com você.

- Não me atrapalhou, eu amei esse encontro aqui. - Ela sorrir. - Essa é minha amiga Beatriz.

- Essa é a famosa Bia. - Falo enquanto cumprimento a loira.

- Prazer! Saiba que já é famosa em casa também, Alane não para de falar de você. - Ela fala toda inocente e vejo Alane olhar pra ela. Suas bochechas estavam completamente vermelhas, achei fofa a cena.

- Fica com vergonha não, Alane, Fernanda não para de falar de você também. - Dessa vez sou eu que sinto minhas bochechas ruborizarem.

- Pitel! - Falo envergonhada e Alane me olha com um sorriso tímido.

- Quem quer sorvete? - Pitel pergunta fazendo Marcelo e Laura começarem a pular animados. - Vamos ali comprar com a titia, você também bia!

- Eu não quero não, obrigada. - Bia fala entretida no celular e Pitel dá um tapa em seu braço. - Pensando bem, tá muito calor. - A cena era ridícula, as duas faziam questão de deixarem claro que só queriam deixar eu e Alane sozinhas.

- As vezes eu acho que sou amiga da minha inimiga. - Alane fala quebrando o silêncio.

- Divido desse mesmo sentimento. - Falo e sorrimos. - Como tá as aulas no teatro?

- Muito bem, felizmente. Provavelmente vou apresentar uma peça semana que vem. - Ela sorrir orgulhosa.

- Sério? Posso assistir? - Ela me olha surpresa, mas vejo sua pupila dilatar.

- C-claro, vai ser um prazer! Eu te mando por mensagem direitinho o endereço e horário.

- Vou aguardar então.

- Não sabia que gostava dessas coisas.

- Eu não gosto, eu amo! Pitel fica falando que eu sou quase uma cinéfila.

- Então vou me preparar bastante para ter ótimas críticas sua. - Ela faz uma falsa reverência me fazendo sorrir.

- Tenho certeza que não precisa se esforçar muito. - Um silêncio confortável se instalou.

- Mamãe, olha meu picolé de unicórnio! - Laura sentou em meu colo me assustando um pouco.

- Que perfeito! Quero um pedaço! - Ela estica o picolé e eu tiro uma pequena mordida. - Pergunta se a sua princesa quer.

- Você quer princesa?

- Obrigada, meu bem. Estou um pouquinho resfriada, melhor evitar. - Alane fala e só agora percebo sua voz um pouco rouca e seu nariz vermelho na pontinho.

- Tá tomando remédio? Toma esse suco de laranja, é bom. - Estico a garrafinha com suco natural e ela sorrir agradecendo.

- Você vai precisar tomar injeção? - Laura pergunta enquanto se lambuzava com seu picolé.

- Não, meu bem, ela só está com um resfriadinho bobo. - Respondo.

- Da um beijo no nariz dela, mamãe. - Laura fala inocente.

- Oi? - Alane fala meio tímida.

- Mamãe sempre dar um beijinho em mim e no Celo para passar o resfriado. Beija ela, mamãe. - Sinto meu coração quase sair pelo peito. Alane também não escondia sua timidez com a situação.

Coloco minha mão em seu rosto e deixo um beijo rápido na ponta do seu nariz.

- Prontinho, agora ela vai melhorar. - Tento levar a situação de imã forma descontraída. Eu e Alane nos olhamos cúmplices.

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