O corpo no hotel

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Postado em 08/04/2024.

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Tomioka acordou no quarto de um hotel, ao lado de um homem de cabelos rosados e uma cicatriz no rosto, mas o que o assustou foi perceber que o homem estava morto. Tomioka pulou da cama tropeçando no lençol e caiu no chão de piso frio. Se levantou o mais rápido possível e mal teve tempo de vestir toda roupa, carregando os sapatos na mão. Correu até o elevador e o pegou descendo para o térreo. Assim que as portas se abriram não esperou duas vezes e saiu rapidamente dali, até esbarrando em algumas pessoas.

– Como isso foi acontecer...?

Dizia desnorteado no meio da calçada, sua cabeça rodava e ele nem lembrava como foi parar naquele lugar e nem porque dormiu com aquele homem. "Será que bebi?" Pensava Gyu, enquanto corria em direção a sua casa. E se alguém descobrisse o que aconteceu? Mas uma coisa ele sentia, que não foi ele quem matou aquele homem.

Assim que chegou em casa, Tomioka se trancou e foi tomar um remédio, caindo na cama e olhando para o teto, sua vida era tão pacata e feliz, porque isso tinha que acontecer? E quem diabos era aquele homem, com quem dormiu sem se quer se lembrar dele?

Na manhã seguinte...

Tomioka acordou, tomou um banho gelado para acordar de vez e enquanto se banhava tentava lembrar de alguma coisa, mas não conseguia lembrar de nada da noite passada.
Logo que terminou se secou e vestiu uma roupa simples, mesmo que qualquer coisa ficasse perfeita nele. Então foi até a geladeira e percebeu que não tinha comprado nada para comer, só encontrou uma caixa de leite meio vazia e um pedaço de queijo. Aquele foi seu café da manhã, nem estava com tanta fome assim mesmo. Mas uma coisa era certa, precisaria ir ao mercado.

Quebra de tempo.

Rengoku estava no mercado quando esbarralou em uma pessoa, gentilmente juntando suas compras e sorrindo para o rapaz.

– Mil desculpas, espero não ter estragado nada, estava distraído.

– Hum? ah não tem problema, eu que estava distraído.

Respondeu Tomioka, quando o loiro bateu em si com as compras, tanto as do outro homem, quanto as suas coisas cairam no chão, então se abaixou para juntar.

– Poxa, acho que se misturaram. Ah vejo que você gosta de Yakisoba.

Disse Gyu ao ver os ingredientes espalhados no chão.

– Sim, eu adoro Yakisoba! É uma das minhas comidas favoritas. Parece que nossos gostos estão batendo.

O loiro deu um sorriso animado enquanto ajudava o moreno a juntar as compras de ambos.

– Por acaso você também gosta de comer tanto quanto eu? Se sim, tem algum prato favorito?

Tomioka acabou rindo pela  pergunta do rapaz, enquanto juntava suas coisas, pensava no que mais gostava de comer.

– Sim, eu gosto muito de comer, principalmente sashimi, Yakisoba e uma comida ocidental chamada feijoada, você já ouviu falar?

–  São pratos deliciosos! A feijoada é uma iguaria brasileira, né? Nunca tive a oportunidade de experimentar, mas sempre quis. Parece que temos gostos em comum quando se trata de comida.

Continuou ajudando a juntar os itens, mostrando interesse genuíno nas preferências de Tomioka. Claro, quando se tratava de comida...

– É sim, algum dia você deveria ir ao Brasil, eu nunca fui, mas está nos meus planos. Dizem que é um país muito alegre e que tem uma vegetação muito bonita.
E sobre a feijoada eu poderia fazer pra você, se não se incomodar de ir a casa de um estranho.

Disse o moreno terminando de juntar suas compras e se levantando.

– E além de comida, você tem algum hobby ou interesse especial?

– Um hobby? hum, eu diria que gosto de tomar chá olhando para o mar, não é grande coisa, mas acho a combinação perfeita. E você, tem algum hobby?

– Ah, seria incrível ter a oportunidade de visitar o Brasil um dia! Acredito que seja um país cheio de energia e belezas naturais. E sobre a feijoada, seria maravilhoso experimentar um prato tradicional preparado por você. Seria um prazer ir à sua casa.

Respondeu Rengoku ficando  intrigado com o hobby de Tomioka e sorriu, achando fascinante.

– Tomar chá olhando para o mar? Isso parece ser muito relaxante e inspirador. Quanto ao meu hobby, eu adoro tocar música, especialmente violão. Gosto de criar melodias que expressem os diferentes sentimentos que passam por mim. É uma forma de me conectar comigo mesmo.

– Sabe que idéia isso me passa? um lual, com mar, música, tudo que gostamos, seria perfeito.

Disse Gyu  imaginando o quão perfeito seria.

– Ah então, porquê não vem a minha casa amanhã ha noite? vou fazer feijoada. É uma receita que aprendi com um amigo brasileiro.
Aliás, eu gostaria de te ouvir tocar.

Um lual com mar, música e boa companhia realmente soa como um momento perfeito. Ficaria animado se isso acontecesse um dia.

Deu um sorriso caloroso e aceitou o convite de Tomioka para a feijoada na casa dele.

– Claro, ficaria feliz em ir à sua casa amanhã à noite. Mal posso esperar para experimentar sua feijoada e mostrar um pouco do meu talento musical. Será um momento especial, tenho certeza. Não é um lual, mas teremos música e comida.

Anotou o endereço que o moreno ditou e horário em um pedaço de papel para não esquecer.

– Nos vemos amanhã, então! Até lá, aproveite o resto do seu dia.

– Você também.

Tomioka acenou para o loiro sorridente com também um breve sorriso no rosto, só então se lembrou que não sabia o nome dele.

– Oh é mesmo, o meu nome é Tomioka!

Falou alto para que pudesse ser ouvido, antes de ir conferir o que mais iria comprar.

Remgoku tomou nota do nome de Tomioka mentalmente e acenou de volta com um sorriso.

– Obrigado, Tomioka! Prazer em conhecer você oficialmente. Nos vemos amanhã à noite!

Acompanhou Yomioka com o olhar enquanto ele se afastava e retornava às compras também, animado para o encontro no dia seguinte.

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