Aemond não sabe como sua irmã que sentia repulsa a aproximação de estranhos, permitiu que a Haelyz chegasse perto o bastante para tocá-la. ele poderia julgar que a convivência entre os três, o interesse da menina sobre as histórias que Helaena contava poderia ter influenciado na relação.

ele estava feliz ao ver sua irmã interagindo com outras pessoas, era gratificante vê-la sorrir sem medo enquanto conversavam com Haelyz. -Espero que meu príncipe recupere seus movimentos o mais rápido possível!  - exclamou animada. - Para podermos ajudá-la a encontrar mais insetos desconhecidos, já pensou o quanto seria mais rápido e prático ter três pessoas buscando a mesma causa?

Helaena a olhou estupefata. - você iria junto também…?

-Claro, eu estou curiosa para encontrá-los! - de repente, a animação escapou de suas feições. Aemond observou sua postura contrair, ele rolou seu olhar  para sua irmã que ainda permanecia surpresa - bom… se assim vossa alteza permitir, eu o farei.

-não seja boba, Haelyz. sua presença é mais que bem vinda - Helaena tocou a mão pequena com um sorriso encantador -  minha surpresa foi por ter sugerido fazê-lo sem que eu precisasse implorar - ela olhou feio para seu irmão, que revirou os olhos contra a acusação. ela não necessariamente implorou, só teve que pedir-lo por dias, escrever dez folhas sobre a cultura valiriana e suas conquistas, da-lo um livro novo sobre os conquistadores e ler-lo. - mas enfim, poderia prosseguir com o que disseste antes, sobre os servos com suas Ladys? 

  
O rosto da pequena Haelyz cresceu em um sorriso travesso, seus olhos infantis saíram da vislumbre tristeza para um brilho mais maldoso. - se assim minha princesa desejar, eu estarei mais que disposta em continuar.

seus olhos se encontraram em sintonia, Helaena sorriu contente.

Aemond mais uma vez admirou a ligação das garotas, Helaena parecia completa na presença de Haelyz.

Talvez voltar no tempo não fosse tão ruim assim.  

ou talvez não?
.
.
.
.
.
                                                    Atualmente.
  
                                               Fortaleza vermelha.

Sete meses à frente.

a rainha cutucou a carne da unha já arruinada com os dentes, o gosto metálico do sangue nos lábios deviam tê-la feito parar, mesmo com os dedos machucados ela não conseguia parar… ansiedade que corria no corpo estava consumindo seus sentidos, ela precisava descontar em algo. hoje seria a última avaliação do Meistre, seria a decisão final sobre os movimentos das pernas do seu filho. Aemond estava indo bem, mais bem do que esperavam, seu progresso foi avançando durante os meses. o menino abriu seus olhos no terceiro mês, no quinto conseguiu mexer os braços e, no sétimo mês, Alicent foi acordada às pressas com uma promessa de que seu filho se levantou da cama sozinho da boca de uma serva eufórica.   

ela não pensou duas vezes e saiu disparada mal tendo tempo de fechar o roupão verde cintilante, mas ela não deu importância. ao chegar no quarto seus olhos derramaram lágrimas em abundância, seu menino estava em pé, apoiado na serva com um sorriso orgulhoso, a felicidade cantou dentro dela, era inexplicável por em palavras o sentimento de alívio, ela só conseguia chorar.  

-Alicent, querida - Viserys chamou a atenção da esposa, ela havia esquecido que estava na presença de mais pessoas, seus olhos percorreram a sala do rei encontrando a Mão, a princesa herdeira e o rei. Todos a encaravam. - Pare de roer as unhas, está me deixando ansioso.

Alicent retirou o dedo machucado, ela não encarava ninguém com vergonha de sua conduta. - sim, marido…  - ela cruzou os dedos sentindo uma coceira misturada com a dor contornar os dedos.

SANGUE E FOGOWhere stories live. Discover now