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Como posso ser tão fodidamente azarada? Foi isso que pensei durante todo aquele dia no verão de 2030.
Isso era o que se passava na minha mente enquanto observava aquela janela de hospital, o vaso de flores ao lado enquanto a mente viajava em algo mais além. Me lembrei de como vim parar aqui, foi uma confusão em meio ao shopping mas, antes tudo estava normal, fiz compras após sair do serviço e do nada tudo virou um caos. Um vilão atacou o local e sua confusão levou o prédio abaixo.
Porém, o que ela poderia fazer? Não tenho individualidade como os heróis que tanto via e sonhava se tornar quando era uma criança, então apenas tentei sair viva. Como resultado ganhei um braço quebrado e alguns arranhões mais profundos pela pele e o mais importante, estou viva.
Odeio a sensação de estar em perigo, é horrível, pelo menos temos a sorte dos heróis estarem em nossa sociedade hoje em dia.
Deixo de olhar para a janela e observo o quarto que eu estava, nada como um quarto presidencial, decoração moderna e nada simples, buquês de flores ao redor como se eu tivesse muitas pessoas que se importam com minha pessoa, com certeza meu pai já estava ciente do que aconteceu. Meus pensamentos se dispersam quando a porta é aberta, atraindo minha atenção para quem estava entrando, vejo uma mulher superelegante entrar e quando seus olos cravaram em mim meu corpo congelou brevemente.
⸺ Minha filha, meu bebê ⸺ assim que ela começa a falar me sento mais aliviada, minha mãe deixa a bolsa Chanel que enfeitava seu ombro de lado e corre até mim segurando minha mão com certa força⸺ como você está? Que trágico aconteceu minha querida...
⸺ Mãe, não sou mais o seu bebê ⸺ murmuro com um pequeno bico nos lábios, para ela não importa se estou com quase trinta anos, vou ser sempre o bebê dela. É um pouco irritante.
