CAPÍTULO 02● Deception...

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Aylla González

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Aylla González

Me dei conta da merda que havia realmente acontecido quando vi meu pai entrar pela porta da sala do delegado.

- Boa noite, delegado Ramírez! - Meu pai o cumprimenta e me encara de cenho franzido.

Fecho meus olhos só de lembrar que quando chegarmos em casa vou levar uma bronca daquelas.

- Boa noite, senhor González! - O delegado o cumprimenta de volta ainda sentado em sua carteira.

- Me desculpe pelo infortúnio que é ter minha filha aqui novamente, e pelo mesmo motivo. - Ele diz ao delegado, mas me olhando como se quisesse me esfolar viva.

- É meu trabalho, o que posso fazer? - Ele sorri de lado, batucando sua caneta na mesa. - Mas infelizmente, senhor González, eu não tenho boas notícias para vocês dois.

Os lábios do delegado se comprimem formando uma linha.

- O quê você quer dizer com isso? - Meu pai o olhou confuso.

- Que da próxima vez que sua filha vier a ser presa novamente, não terá como eu ajudá-la. - Ele diz sério e meu pai respira fundo. - Eu posso ter minha OAB caçada e ser suspenso do meu cargo se eu continuar o ajudando.

Merda!

- Fique tranquilo senhor Ramírez, essa é a última vez que verá minha filha no seu escritório. - Meu pai diz tranquilo, mas com rigidez no tom de voz. - Já paguei a fiança e espero que tenha uma ótima noite.

Meu pai disse e logo me levantei do banquinho, para que um policial tirasse minhas algemas.

Então saímos da delegacia direto para casa.

...

Assim que entramos em casa, meu pai vai direto para a adega e abre seu vinho favorito, despeja em uma taça e se senta na sua poltrona como habitualmente.

Ele sempre faz isso, especialmente quando vai me dar bronca.

- O quê você quer dizer com " essa é a última vez que verá minha filha no seu escritório" ? - Digo cerrando os punhos.

- Você tem boa memória quando quer, não é? - Pergunta rodopiando o líquido na taça. - Será que se lembra do que eu disse à você, da última vez que foi presa, Aylla? - Torna a perguntar com um olhar sombrio.

- Desculpa, eu não...

- Eu não quero suas desculpas, Aylla.- Ele diz friamente. - Estou cansado delas, porque você sempre faz de novo, novamente e outra vez. Você não tem dado valor a tudo que eu te dei de mão beijada, carro, cartões de créditos, presentes caros e o principal, sua liberdade para fazer o que quiser.

Não me atrevo a responder, porque tudo que ele diz é verdade.

- Sua mãe e eu, criamos você para ser uma mulher decente, de classe... NÃO PARA SER UMA CRIMINOSA IGUAL AQUELE BASTARDO DO SEU PRIMO, WILLIAM. - Ele gritou tão enfurecido, que veias saltavam no seu pescoço.

As suas palavras me machucaram profundamente. Eu nunca o vi dessa forma, com tanta raiva, decepção.

- Quem diria que minha única filha, seria a minha maior decepção. - Sua expressão fazia jus à última palavra da frase.

- Por que está falando como se eu fosse um monstro? É por quê eu luto? Dirijo em alta velocidade? Por que? - O questiono com os olhos marejados de dor.

- Pelos céus, Aylla! Eu fiz coisas piores que isso na sua idade. O único diferencial entre nós, é que eu sempre dei valor aos esforços da minha mãe e ela nunca teve que me encontrar numa delegacia, com um olho roxo ou drogado. Ela nunca constatou suas preocupações ou teve o nome da nossa família envolvido em escândalos na mídia. É disso que eu estou falando! - Ele disse ríspido. - Você irá para Los Angeles, vai morar com a sua mãe, seu voo é amanhã mesmo!

Arregalo os olhos e me entalo com o baque das suas últimas palavras.

- O quê? Não, eu não vou morar com ela de jeito nenhum! - Digo desesperada.

- Ou você vai morar com ela, ou vai para o convento. Então o que me diz? - Ele ergue as sobrancelhas em interrogação.

- Você não pode tá falando sério...

- Pareço estar brincando, Aylla? Você já não ia pro aniversário do enteado da sua mãe? Agora não vai se preocupar em voltar para casa.

Não, ele não está. Mas me recuso a ir morar com o idiota do Lyan.

- Por favor...

- Estou cansado, decida logo. Tenho uma reunião na empresa amanhã.

Não tenho escolha...

- Ok, vou morar em Los Angeles. - Digo com infelicidade na minha voz.

- Não se preocupe querida, Você vai poder passar as férias da faculdade comigo. Se quiser é claro. - Completa tomando o restante do vinho e batendo a taça na mesa ao lado, com força suficiente para não quebrá-la.

Não pude esconder meu descontentamento, então antes que eu pudesse piorar a situação com minha minha qualidade em ser desbocada, subo as escadas correndo direto para meu quarto.

Ele realmente tem razão. Nunca deixei meu pai dormir uma única noite sossegado.

Sempre que eu saía de casa, ele me ligava de duas a três vezes na madrugada, ou ele mesmo ia ao meu encontro, mesmo que fosse numa cama de hospital ou numa delegacia.

Ele com certeza está cansado de me perdoar e limpar a minha barra. Ele não me mandaria para Los Angeles, se ele não tivesse perdido a confiança em mim.

Sou filha dele e eu conheço a natureza dele melhor que qualquer um.

Meu único problema não é L.A, sim o traste do Lyan.

Merda!

A GARAGEM DO PRAZER +18Where stories live. Discover now