Epílogo - parte 02

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Duelo pela honra


Dutch levantou-se da cama, foi até o baú de armas pegar os revólveres, atravessando silenciosamente o corredor que dava para o quarto onde Isabella dormia com Aurora. Ele parou por um momento à entrada, observando-as com admiração. Ele desejou protegê-las de todos os perigos que estavam por vir. Com um toque suave, deixou uma carícia gentil na testa de Isabella antes de se retirar.

A mulher piscou os olhos sonolentos antes de perceber a presença de Dutch ao lado da cama. Seus pensamentos ainda estavam turvos pela noite, mas ao ver a expressão no rosto dele, soube instintivamente que algo estava errado.

Preocupada e angustiada, Isabella indagou.

— Precisa mesmo fazer isso?

Dutch respirou fundo antes de responder, seu semblante mostrando uma mistura de determinação e relutância.

— Eu preferiria evitar qualquer confronto, mas Joseph precisa ser detido. E se eu não tivesse voltado, como iria resolver? Entregando-se as vontades repugnantes daquele desgraçado?

— Não me julgue por ter medo do que possa acontecer se as coisas saírem do controle e também de estar farta de tanto sofrimento.

— Controle sempre foi algo difícil para nós. Porém garanto que hoje, tudo isso terá um fim.

Enquanto conversavam, Aurora acordou, ao ouvir a voz de seus pais. Ela se levantou da cama e esfregou os olhos sonolentos com as mãozinhas, olhando para Dutch e Isabella com curiosidade.

Isabella sorriu gentilmente para a filha e a abraçou com carinho.

— Bom dia, amorzinho. Como está se sentindo?

— Com sono... — Aurora bocejou, tirando um sorriso dos pais. — Do que estão falando?

Eles trocaram um olhar rápido, pensando no que dizer à filha. Finalmente, Isabella respondeu com cuidado:

— Estávamos apenas conversando sobre algumas coisas importantes.

— Hã... que coisas? Hoje tem aula?

— Não, querida, hoje não terá aula. Acho que seria bom passarmos o dia juntos em família. O que acha?

Notando a incerteza no olhar de Aurora, Isabella acariciou gentilmente seus cabelos.

— Querida, Dutch é seu pai e ele quer seu bem. Sei que parece estranho no início, mas aos poucos vamos nos acostumar com essa nova fase, está bem?

Aurora concordou timidamente, expressando uma mistura de curiosidade e nervosismo diante da figura paterna. Após um momento de silêncio, ela perguntou com voz suave:

— Mamãe, posso dormir mais um pouco?

Isabella sorriu carinhosamente para a filha, acariciando sua bochecha.

— Claro, querida. Pode descansar.

Ao se dirigirem para a sala, Dutch e Isabella se entreolharam em silêncio, compartilhando um momento de conexão e compreensão mútua. Eles sabiam que enfrentariam alguns problemas, mas confiavam um no outro para superá-los.

— Então... acho que está na hora. — Dutch falou, olhando janela afora.

— Ainda acho que não é a melhor maneira. Não sei... talvez não tenha outro jeito? — Isabella perguntou, aflita.

— Não, isso seria provar que sou covarde. Bella, precisa confiar em mim. Essa é a única forma de acabar com a petulância de Fox.

Isabella suspirou profundamente, sentando-se numa cadeira, segurando a cabeça com as mãos, claramente preocupada.

A maldição de Van Der LindeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora