03 - lembranças

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- ainda acho, que com Dmitry, não seria uma boa ideia. - meu irmão deu de ombros, encarando o chão.

- será que você pode calar a boca por um segundo, Martinez? - meu pai o olhou com tédio, fazendo com que meu irmão cruzasse os braços. - pode ir Sofia. Você está liberada. Pense sobre tudo, sobre o baile e peça que sua mãe a prepare para o casamento. - vi de canto de olho, Matteo revirar os olhos. - ela dirá tudo o que você precisará fazer.

Concordei com a cabeça algumas vezes, me levantando com cuidado. Me dirigi até a porta, murmurando baixinho. Abri a porta, a fechando. Automaticamente, minhas costas encostaram na porta de madeira e um suspiro de alívio saiu entre os meus lábios.

- merda, merda...- murmurei baixinho, quase em um sussurro.

- Pare de me encarar assim Martinez, sua irmã casando com o Dmitry, teremos uma parte na máfia da Rússia. Meus homens puderam ter posse de uma parte, sem ser assassinados. - ouvi meu pai dizer.

- de a mão de Sofia para uns dos beliks, isso com certeza será melhor do que o chefe de tudo, que é quase da sua idade. - meu irmão falou alto.

- acha que eu não sei que você terá contato com ela? - algo dentro da sala caiu. - ela saindo do baile. Dmitry a levará para um lugar longe daqui. Depois eles se casaram, e quem sabe nos dê herdeiros.

- para de falar, como se ele fosse três ou quatro anos mais velho que ela. Ele é um velho! A Sofia tem um futuro, mesmo que essa família atrapalhe toda a nossa vida.
- Matteo gritou, batendo forte na mesa.
- como eu queria meter a merda de uma bala na sua cabeça!

Sai dali em passos rápidos e largos. Ficar ali me faria pensar em tudo que aconteceria comigo. Eu iria casar, com um cara que tem a idade pra ser meu pai.

A porta do meu quarto foi aberta bruscamente por mim, me fazendo trancá-la o mais rápido possível. Meu ar tinha faltado, e minha cabeça estava girando, como se eu fosse cair no chão a qualquer momento.

Afastei as cortinas cinzas da porta de vidro e as abri. A porta dava para a minha varanda, que tinha a vista de trás da casa. Mostrando árvores, a pista de asfalto e algumas montanhas à frente, era o que tinha ali.

Me sentei no sofá acinzentado, me permitindo derramar algumas lágrimas. Daqui a duas semanas, eu estarei nas mãos de um completo desconhecido por mim.

Meu olhos foram fechados, e as memórias de noites passadas começaram a aparecer, me fazendo pedir em sussurros para que elas sumissem.

- você deveria me agradecer, por não ter me casado com a sua irmã, e dado um teto para vocês. - meu pai gritou para a minha mãe, que encarava o seu prato vazio com nojo.

- nós podemos comer em paz? Só essa noite? - seus olhos foram fechados.

- cadê o merdinha do seu filho? - ele bateu forte na mesa, me fazendo dar um pequeno pulo, por conta do susto. - ele acha que só por que ele vai herdar tudo isso, ele pode sair por aí, pegando qualquer uma? - ele suspirou. - pelo menos não está me fazendo passar vergonha.

Em meio ao medo, minha mãe trocou olhares comigo. Nem se quer tínhamos jantado ainda. Meu pai nos atrapalhou e continuou a contar sobre o seu dia estressante.

- acho que eu vou subir. - me levantei rápido, arrumando a peça de roupa em meu corpo.

- já disse para não se vestir assim. Temos pessoas andando pela a casa. Depois é assediada, e eu que tenho que resolver depois. - seus olhos caíram em mim, me fazendo estremecer.

- não vai acontecer de novo. - minha voz saiu trêmula, me fazendo coçar a garganta, por conta do meu tom da voz.

- culpa sua, deveria ter ensinado a sua filha, a como se vestir direito. Não como as mulheres que se encontram nas boates. - meu pai falou, enquanto tomava o seu vinho. - quer saber. - o homem se levantou, deixando sua taça na mesa. - eu vou ensinar uma lição pra você!

Meus olhos se arregalaram, enquanto o homem coçava a garganta, e segurava o meu pulso com força. O homem me arrastou para fora da sala de jantar. Eu olhei para trás, mas a única coisa que eu vi, foi a senhora Martinez, abaixando a cabeça.

As lágrimas tomaram os meus olhos, quando eu me dei conta para onde ele estava me levando.

- mãe! - minha voz saiu alta. - mãe, por favor! - mais um grito saiu da minha boca.
- ¡Mami!

Meu corpo foi jogado no chão gelado do porão, enquanto o nó se formava mais uma vez na minha garganta. A chave passou na fechadura, parecia que eu tinha levado um tiro, só de ouvir o som da chave rodando.

Me encolhi no chão, enquanto andava para trás. O homem com seu sorriso largo, começou a tirar o seu cinco, me fazendo fungar. O barulho do cinto cortando no ar e acertando a minha pele, me fez gritar de dor.

- pai...por favor...- minha voz saiu entre os soluços.

Chutes foram desferidos na minha costela, socos e tapas em meu corpo, me faziam gritar mais. O homem ficou pôr cima de mim, enquanto eu soluçava.

- não precisa chorar minha pequeña princesa...- ele limpou as lágrimas que escorriam pela a minha bochecha.

- Por favor, tá doendo...- solucei.

- é pro seu bem mi amor...- ele beijou a minha testa. - não se preocupe, seu rosto ficará bem, você terá um lugar importante para ir. - o homem beijou a minha bochecha molhada.

Os chutes pelo o meu corpo, me faziam chorar e gritar de agonia. Mais socos e chutes. Seus socos eram como se eu estivesse sendo socada por quatro garotas ao mesmo tempo. Acho que por conta da sua mão pesada no meu corpo.

Com um chute, eu acertei o meio de sua perna. Acho que deu certo, porque o homem levou as mãos até as suas partes, enquanto choramingava. Me levantei rápido, indo até a porta. Tentei abrir, mas estava trancada, o que me fez me desesperar mais.

- mãe! Por favor! Alguém! - bati na porta repetidas vezes, enquanto gritava. - mãe, me tira daqui...- minha visão foi embasada, pelas as minhas lágrimas. - Matteo...- minha voz saiu baixa, junto dos soluços.

- Vamos abrir? - um dos seguranças perguntou.

A mão do meu pai agarrou com força os meus cabelos morenos, antes mesmo que eu conseguisse responder algo.

- é a filha dele cara, se você quiser sair daqui morto, então abra - um segurança respondeu.

O homem me jogou com força no chão, me fazendo bater a cabeça com força. Um gemido de dor saiu dos meus lábios e chutes foram direcionados ao meu corpo.

Abri os meus olhos, vendo a mesma vista. Os pássaros cantaram, e os soluços saíram dos meus lábios. Meus olhos foram para o asfalto, e vi o carro do meu irmão, passar rápido ali, o que me fez suspirar pesado.

 Meus olhos foram para o asfalto, e vi o carro do meu irmão, passar rápido ali, o que me fez suspirar pesado

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Espero que o livro esteja
agradando-os! :)

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