- Tenho certeza que a casa será preta e terá caixões no quintal. - Yoko disse, bebendo seu suco, e provocando risadas, exceto de Wednesday, que a olhou emburrada.

- Sim, o primeiro caixão será o seu quando você aparecer por lá. - disse Wednesday, recebendo um gesto obsceno de Yoko em resposta.

- Sempre quis saber como é a sensação de estar em um caixão. - Yoko disse, mostrando que definitivamente faltava alguns parafusos na sua cabeça.

- Se joga na frente de um caminhão e você vai saber a sensação.

- Mas aí eu vou estar morta, não vou saber como é a sensação.

- Qualquer dia eu te enterro viva então. - disse Wednesday, arrancando concordâncias de Yoko. Divina balançou a cabeça em negativo enquanto o resto ria.

- Que horas vocês vão? - perguntou Divina, me fazendo pegar o celular para verificar as horas, que marcavam duas da tarde.

- Nosso voo é às cinco. Sairemos algumas horas antes para evitar riscos de atraso. - todos concordaram, para no segundo seguinte, todos ficarem em silêncio.

Acho que naquele momento a ficha de todos caiu, principalmente dos pais de Wednesday, que pediram licença e se retiraram da mesa. Wednesday empurrou o prato, vendo ambos subirem as escadas.

Yoko e Divina se entreolharam, com expressões tristes, o que me fez respirar fundo algumas vezes.

Não era fácil se afastar deles, mesmo que não fosse por muito tempo, já que assim que arrumássemos tudo por lá, eles viriam em seguida.

Não era fácil ter que se afastar delas, do lugar onde passei praticamente toda a minha vida, me afastar de pessoas que sempre estiveram comigo para tudo.

Doía, claro que doía. Sempre vai doer.

Mas às vezes é realmente necessário sair da sua zona de conforto.

[...]

Narradora.

A viagem até o aeroporto foi tranquila e silenciosa, a única conversa que aconteceu foi para confirmar se as garotas não haviam esquecido nada. A resposta foi unânime: não, elas não esqueceram nada.

Assim que o carro estacionou no aeroporto, Enid foi a primeira a sair para pegar as duas mochilas que estavam com elas, já que o restante das coisas já havia sido enviado para a nova casa.

Gomez e Enid pegaram as bolsas e seguiram para a entrada do aeroporto. Logo, Yoko e Divina chegaram, já que tinham ido no carro de Yoko. Morticia, Wednesday e Pugsley caminhavam em silêncio, sem trocar uma única palavra durante todo o trajeto.

A voz eletrônica soou alta pelo local, anunciando o voo de cada pessoa presente ali. Alguns estavam indo viajar, outros a trabalho, alguns para conhecer alguém que mora longe, outros para visitar parentes distantes.

Faltavam 20 minutos para o voo delas ser anunciado, todos pararam perto do primeiro portão de embarque, onde as garotas entrariam para encontrar seu avião.

Enid e Yoko conversavam enquanto o resto permanecia em silêncio. Wednesday parecia distante, algo que foi a primeira coisa que Enid percebeu desde que acordaram naquela manhã.

Enid sabia que não estava sendo fácil para Wednesday se afastar de sua família. Mesmo que a garota não demonstrasse, ela sentia. Talvez, ela sentisse mais que todos ali.

Dez minutos se passaram e a voz eletrônica anunciou que o voo das garotas sairia em 15 minutos. Era hora de se dirigirem para lá para evitar qualquer problema.

𝐂𝐨𝐧𝐞𝐱𝐚𝐨 𝐏𝐫𝐨𝐢𝐛𝐢𝐝𝐚Onde as histórias ganham vida. Descobre agora