"Não, não pode ser", pensou Zara, sentindo que o medo ameaçava paralisá-la.

Não foi capaz de ver o rosto do assassino devido à escuridão que o envolvia. A figura encapuzada ainda estava de pé ao lado do corpo, inclinada sobre ele. Embora ela não pudesse ver seu rosto sob o capuz, Zara sentiu seu olhar fixo nela. Seus olhos brilhavam com um brilho avermelhado sobrenatural, revelando olhos malévolos, gerando arrepios por todo o corpo. A pele da criatura tinha um tom acinzentado e parecia escamosa. Suas mãos se curvavam em garras afiadas, manchadas de sangue fresco.

Por um momento, Zara se viu imobilizada, incapaz de reagir. Tudo o que ela queria fazer era gritar, deixar sair o terror que a consumia.

- Eu tenho que pará-lo, ela disse a si mesma, cerrando os punhos com firmeza. - Não posso permitir que fujas.

Aquilo que julgara ser um simples Assassino agora revelava a sua verdadeira forma, levantou a cabeça e ergueu-se. Ele tinha quase dois metros de altura e sua figura musculosa era ameaçadora. Soltou um rugido gutural e depois um som parecido com uma risada sinistra que enviou arrepios por toda a espinha de Zara.

Ela deu alguns passos em direção ao assassino, mas ele ficou observando-a como se fosse sua próxima presa.

Naquele momento, o medo paralisou Zara. Tinha acreditado estar preparada para enfrentá-lo, mas agora se dava conta de que aquilo superava por muito suas capacidades. Eu não poderia vencer uma batalha corpo a corpo contra tal monstruosidade. Ela havia espancado alguns membros da máfia pelas ruas noturnas da cidade, mas isso a superava.

"Eu não posso ficar aqui", pensou Zara, sentindo o pânico tomar conta dela. "Eu tenho que fugir, voltar para casa e avisar os outros."

Ela deu uma última olhada no corpo deitado no chão, lamentando profundamente a perda daquela vida. Mas agora sua prioridade era salvar sua própria existência. Sem mais hesitação, Zara se virou e começou a correr pelos becos estreitos, implorando aos deuses que a escuridão da noite a escondesse da besta. A brisa fria batia em seu rosto enquanto seu coração batia descontrolado, a adrenalina bombeando em suas veias.

Sem mediar palavra, o gigante começou a persegui-la pelas ruas labirínticas da cidade. Zara correu desesperadamente, procurando voltar para casa, mas determinada a sobreviver. Zara conseguiria enganar a besta que a perseguia, ou cairia presa do horror que a aterrorizava? A escuridão parecia se espalhar como um manto ameaçador, pronto para devorar tudo em seu caminho.


Capítulo 2- Pesadelo sem fim

As ruas torciam-se e viravam em ângulos agudos, envoltas na escuridão da noite. Zara corria desesperadamente, ofegando enquanto os seus pés batiam nas pedras escorregadias. As ruelas estreitas pareciam emergir da escuridão para a tentar apanhar. Tropeçou num monte de entulho, mal conseguindo manter o equilíbrio. Olhou para os lados, aterrorizada com a possibilidade de o assassino a estar a alcançar.

Cada sombra parecia ganhar vida, perseguindo-a pelos cantos. Zara sentiu o medo paralisar-lhe todos os músculos, mas forçou-se a manter o ritmo, sabendo que a sua vida dependia disso.

Surgiu um beco sem saída à sua frente e ela praguejou baixinho. Teve de fazer uma curva apertada, atrasando a sua fuga. Os segundos pareciam arrastar-se, cada batida do seu coração ecoava nos seus ouvidos.

A jovem mulher conseguia sentir a presença da criatura, cada vez mais perto. A sua respiração tornou-se irregular enquanto corria pelas ruas sinuosas, rezando por um caminho de fuga.

A certa altura, quase caiu, escorregando ao dar passos incertos. As sapatilhas ficaram para trás e, só com as meias, chegou à casa a tremer da cabeça aos pés.

O SUSSURRO DAS LETRASWhere stories live. Discover now