- Sangue ruim

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Amelie Martin

Desde sempre escondi muita coisa sobre meu passado pra evangeline, eu não me orgulho disso, mas acho que foi necessário, aos 12 anos de idade comecei a fazer balé na cidade pequena que eu morava.

Éramos somente eu minha mãe e meu padrasto, além do filho dele, Hayden sempre foi um nojento comigo, me batia e fazia questão de me humilhar a cada dois segundos, um dia o centro de balé me chamou para participar de uma apresentação em outra cidade, minha mãe surtou totalmente, disse que a igreja jamais permitiria que eu me vestisse daquele modo ao público.

Ela só deixou eu ir quando disse que recebi uma proposta em uma escola, meu padrasto, Arthur, não deu a mínima, minha mãe se sentiu orgulhosa, pra resumir eu vim morar na cidade grande apenas com uma garota que conheci no ônibus.

A gente acabou transando, talvez tenha sido aí que eu despertei meus interesses em mulheres, não vou negar que foi uma loucura trepar dentro de um ônibus lotado, mas eu só queria relaxar naquele momento, no outro dia a garota nem estava mais lá.

Eu me virei assim, sempre foi eu por mim mesma, e pela primeira vez eu arrumei alguém que me amasse, me tratava como uma verdadeira mulher, mas eu tenho um dom, da destruição total.

Eu só queria estar com evangeline, sentir ela comigo me dando apoio, mas eu entendo que ela queira distancia, Eu queria me distanciar de mim também.

- Finalmente, consegui te achar - Vejo Dona Rita entrar na sala, minha mãe, ela parecia preocupada - fiquei preocupada quando me ligaram, achei até que fosse algum trote! Era sua amiga? Ela é um amor, pagou até minha viagem.

- Senti saudades - Isso é mentira, em 4 anos da minha vida mamãe nunca ao menos veio me visitar - Evangeline e um amor - Dou um sorriso forçado  - mas ela não é minha amiga mamãe

- Não é? - mamãe revira os olhos - Claro que é! A garota é um anjo amelie tenho até que agradecer a ela! - Mamãe segura minha mão - e aí? Conseguiu arrumar outro namorado? Você falou que acabou com aquele tal de Josh, não deveria ter feito isso, uma mulher não pode se submeter a um termino.

- Mãe, eu preciso que a senhora me escute - Seguro firme sua mão de volta - Evangeline não é minha amiga - eu a olho bem em seus olhos - Ela é minha namorada e minha mulher...minha garota, tanto faz.

- Sua o que? - Ela solta minhas mãos, com um grande nojo - Eu deveria ter feito como seu pai, ter te abandonado, talvez ele já soubesse a praga que eu guardava dentro de mim, por isso foi embora - Um tapa ecoa em meu rosto, eu estava fraca demais para me defender - Você e uma vergonha!

- Talvez ele tivesse certo mamãe, mas eu não me arrependo, e isso que eu amo, eu amo a Eve, e nada vai mudar isso - Outro tapa ecoa em meu rosto, ela segura firme minhas bochechas cravando as unhas em meu rosto - Mamãe! Pare - Grito e ela tampa minha boca segurando firme, sua mão vai até meu cabelo e ela o puxa para trás, meus gritos saem abafados

- Talvez assim sua alma se purifique, talvez assim aja uma salvação antes que você se torne um montro - Tento gritar mas ela continua a puxar meus cabelos, praticamente arrancando os fios de minha cabeça - Uma bela punição já que eu não vou melar minhas mãos com seu sangue podre - Ela me puxa de uma vez para fora da cama e faz questão de me chutar, bem meu estômago.

Assim que ela solta minha boca e as coisas caem no chão, os enfermeiros invadem o quarto, meu grito sai alto, tão alto, meu estômago dói, minha visão fica preta e todo meu café da manhã já foi embora.

I (not) Love YouWhere stories live. Discover now