16. O Deserto Infernal

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O escorpião berrou de dor e, sem remorso lancei minha espada em direção ao seu peito, a espada voou e entrou em seu corpo saindo do outro lado. O escorpião moveu-se descontroladamente de um lado para o outro antes de cair a minha frente.

A espada voou de volta pra as minhas mãos estava toda manchada de sangue, caí de joelhos, olhei pra meu corpo estava sangrando, minha roupa estava um farrapo e manchada de sangue.

A cada gota que saia para fora do meu corpo podia sentir minhas forças indo embora, estava abatida meu corpo tremia todo, minha visão estava enturvada não conseguia dar mais um passo e antes que eu desmaiasse eu só conseguia pensar numa única pessoa e saber que por mais que eu quisesse eu tinha estragado tudo e eu me odiei por isso e então tudo ficou preto e lentamente caí de lado inconsciente.

— Eu não preciso de ser salva! Eu não pedi pra ser salva! Eu estou cansada que me digas sempre o que fazer! Estou cansada de sempre quereres se meter na minha vida! — Subitamente despertei com mil vozes ecoando em minha cabeça.

Estava sonhando, estava no deserto a noite o clima estava todo alaranjado resultado de uma tempestade de areia. Estava sozinha e em meio aquela solidão eu só conseguia pensar em Linda será que ela estava bem?

Minhas mãos enterraram sobre a área quente.

— Ahhhhhhhhhhh!!! — Gritei em fúria sacudindo a área. Abaixei o olhar e não consegui evitar que lágrimas escorressem sobre o meu rosto.

Estava andando quando a minha frente pude ver uma figura se aproximando, no primeiro instante pensei que fosse uma miragem pois a minha mente já começara a me trair mas, quando mais se aproximava mais a figura assumia a forma da realidade.

A figura ganhou a forma de uma mulher de cabelos e olhos castanhos e a pele bronzeada que nem o deserto, a mulher usava um vestido verde e tinha o rosto angelical marcado com um olhar sereno e acolhedor.

— Estás perdida criança? — Falou a mulher estendendo a mão para mim eu agarrei.

— Não. — Respondi disfarçando a voz limpando as lágrimas rapidamente.

— Então porque choras? — Disse a mulher fitando os olhos pra mim, eu desviei o olhar.

— Por nada.

— Sabe uma vez alguém muito sábio falou: "quanto mais esconderes aquilo que te machuca mais irá te ferir"

— E porque dizes que existe algo a me machucar?

— Eu vejo nos teus olhos minha criança. — Respondeu a mulher. — Eu vejo a dor que escondes e tentas esquecer nesses olhos eu vejo o arrependimento que há neles.

No primeiro momento não respondi, por mais que eu tentasse negar sabia que era verdade.

— Tens razão! — Falei desatando em choros. — Eu tento mas, não consigo eu afastei de mim minha... minha única amiga! Eu estou sozinha e quanto mais eu tento me convencer de que sou capaz de fazer isso sozinha mais eu sinto que não sou capaz sem ela e eu a perdi... — Minha voz falhou.

— Minha querida. — Disse ela me abraçando. — Há sempre uma nova chance para uma amizade verdadeira. Quando se ama de coração um amigo, por mais brigas que possam haver, sempre se encontram formas de conseguir uma reconciliação.

Estando em seus braços eu pude sentir o conforto em seus braços e minhas forças se restabelecendo como se tivesse soprado o fôlego da vida. De repente todo o cansaço e fome que eu sentia tinha desaparecido completamente.

1.2 A FeiticeiraWhere stories live. Discover now