• Capítulo Onze - Amigos

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— Eu sei, me desculpe. — Ele me olha nos olhos. — Me desculpe por tudo o que eu falei, nada daquilo era verdade.

— Está tudo bem.

— Não, é sério, não precisa dizer que está tudo bem se não estiver. — Ele se apressa para dizer. — Me desculpe pela forma como eu te tratei, como falei com você e de você, e por ter te deixado sozinha na rua aquele dia.

Todas as coisas pelas quais ele estava agora me pedindo desculpa não haviam sido nenhum pouco legais para mim, mas eu estava vendo no rosto dele que ele estava sendo mesmo sincero.

E sem contar, que como eu poderia mesmo culpar ele por ter atitudes merdas quando estava no modo sobrevivência por causa das escolhas ruins dos nossos pais?

Justin estava num beco sem saída igual a mim, tendo que sacrificar tudo o que acredita e até mesmo o que queria para si mesmo, como forma de obter o que deveria ser dele por direito, como sua herança.

Então como não dar uma segunda a chance quando vou me casar com ele em breve?

— Eu não falaria isso da boca pra fora. — Garanto. — Eu desculpo você.

— Obrigado.

— Eu sei que não começamos tudo isso da melhor forma possível, mas sei que nós também evoluímos muito nos últimos tempos. — Eu falo devagar. — E agora que você está me pedindo desculpas por tudo e vamos finalmente deixar tudo isso de ruim para trás, será que você acha que poderíamos ser amigos?

Eu não posso negar que eu estou com medo dele negar, Justin é conhecido por mim por sempre me surpreender, pena que nem sempre é de forma positiva.

— Para ser sincero, eu estava prestes a te oferecer a mesma coisa. — Ele ri. — E com certeza poderíamos ser amigos.

— É bom ouvir isso. — Sorrio.

— Você e eu não vamos nos casar porque nos amamos, isso não é nem uma novidade para nós. — Ele suspira. — Mas isso não quer dizer que o nosso casamento, não pode ser uma parceria, certo?

— Eu concordo. — Mordo meu lábio inferior. — Mas tenho uma exigência para fazer.

— O que? — Ele me olha com curiosidade.

— Nós dois temos que escolher tudo do nosso casamento. — Digo, firme.

— Por que isso? — Ele ri.

— Se vamos nos casar, no mínimo tem que ser aceitável e principalmente, seguir o nosso gosto. — Dou os ombros. — E me fala, nossos pais já escolheram tudo por nós, quer mesmo deixar que eles tirem até isso da gente?

— Você tem razão. — Justin concorda. — Vamos planejar o nosso casamento juntos, mesmo que eu não tenha ideia de por onde começar.

— Nem eu. — Gargalhei alto. — Vamos pedir ajuda a eles, mas a escolha final será nossa, pronto!

— Combinado. — Justin concorda. — Mas me fala, o que achou do seu anel?

Olho para a minha mão e noto o anel em meu dedo, então sorrio.

— Eu amei, é a minha cara.  — Sou sincera. — Quem te ajudou a escolher?

— Na verdade, ninguém. — Justin dá os ombros. — Eu realmente olhei para ele e pensei em você, só me pareceu o tipo de anel que você gostaria.

— Certeza? — O olho, desconfiada.

— Da pra ver na sua cara, que você faria questão de algo clássico. — Ele se defende. — Não tão grosso, não tão fino, com uma pedra, mas não tão exagerada e principalmente, algo caro e único.

— Conseguiu tudo isso me observando? — Eu ri.

— Fala se eu não sou bom? — Ele se gaba.

— Algo me diz que o meu novo amigo vai ser ótimo em dar presentes. — Eu brinco com ele.

— Espero que você seja tão boa quanto eu. — Ele pisca.

— Em presentes, eu consigo ser tão boa ou até mesmo melhor que você. — Digo com superioridade. — Mas agora, eu acho impossível eu conseguir fazer um discurso mais bonito do que o seu.

— Se não for pra fazer bem feito, eu nem faço. — Ele ri. — Mas obrigado.

— Eu amei. — Sou sincera. — O pedido foi perfeito e tenho certeza que todos acham isso!

— Agora só falta fazermos o casamento perfeito.

— E ele será. — Garanto. — Temos os melhores no time, eu e você.

— Não tenho dúvidas disso. — Justin sorri.

Eu também não, sei que tudo será perfeito, é uma pena que só não será real.

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