capítulo V - Admirador secreto

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Rose deixou escapar uma leve risada.

— Oh! Minha querida, ainda és tão jovem, oportunidades não te irão faltar, caso não consigas passar no exame, e tenhas de atrasar um ano, está tudo bem. Por vezes temos de dar passos para trás, para assim conseguir dar passos para a frente. Não seria o fim do mundo Aneline, o filho de Glory também já repetiu.

— Gabe? — perguntou curiosa. — não que me interessa, mas...

Na verdade, interessava-lhe.

— Gabe Benetton em breve completará 16 anos, ele atrasou para conseguir acompanhar o irmão. Como Ben costuma ser rígido com os filhos em relação aos estudos, o fez repetir.

— Então, ele não atrasou por falta de inteligência?

Negou.

— Claro que não, ora essa. Gabe é bem inteligente e educado. A professora Clark e o marido, senhor Louis, pediram ao senhor Ben para que não o fizesse repetir de ano, pois este poderia ser o último ano de Gabe na escola de Verzin, mas Ben insiste em querer que ambos os filhos partam para uma universidade juntos.

— Deve ser muito mau Rose, ter de repetir o ano e perder as novidades que existem pela frente. É um ano perdido, eu acho que ficaria muito triste. Todo aquele ano a dar tudo de mim em estudos e depois ter de repetir. O meu deus, nem quero imaginar Rose! Eu gosto de aprender e inovar, entende? — a olhou. — Inovar o conhecimento é muito bom, pois é a abertura para novas experiências impactantes e impressionantemente esbeltas.

— Te entendo minha menina. — tirou o chapéu da cabeça dela e acariciou os seus cabelos.

— Ah Rose, são tão feios. — suspirou. — Só queria um chapéu mais seguro, no domingo passado o chapéu voou e Lucas Spencer descobriu a cor dos meus cabelos.

— Acho que deveria mostrar os cabelos, não existe problema em ser diferente, Aneline.

Aneline voltou a tapar os cabelos com o chapéu.

— O problema é, quando eu acabo por ser tão diferente. As meninas da minha idade são tão bonitas, parecem uma obra de arte pintada à mão. Ou os cabelos são loiros dourados, resplandecente de cor e vivacidade, ou os cabelos são negros como uma noite de inverno, e cabelos ruivos também são muito bonitos, parecem a estação de outono. Só queria uma cor tão bonita quanto essas.

Rose queria responder com sinceridade, mas talvez Aneline não a entendesse.

Ela parecia ter aquela ideia da sua própria imagem, tão fixa. Sentiu uma compaixão pelas experiências que a filha deveria ter passado para não ter uma base de amor-próprio.

— Eu farei-lhe um chapéu, um chapéu tão bonito que te sentirás uma princesa. — deu um dócil sorriso.

Aneline ficou tão feliz com as palavras de Rose que abraçou a cintura da mãe adotiva num impulso. Sentir aquele afeto da parte de Aneline, fez o coraçãozinho de Rose aquecer.

A ligação com a filha adotiva se tornava cada vez mais forte.

— Oh! Rose, eu estou tão feliz. És a melhor mãe adotiva de todo o universo, e olha que o universo é inexplicavelmente perfeito.

A ternura que a adulta sentia naquele momento, não tinha palavras para ser descrita.

— Mãe, chama-me apenas mãe. — pediu.

Aneline afastou-se um pouco.

— Queria tanto chamar-lhe assim Rose, mas, é a primeira vez que tenho uma mãe. — explicou inocentemente. — Ainda não consigo usar essa palavra.

A menina dos cabelos de neveWhere stories live. Discover now