Capítulo XXXVII - Dragões em Meio as Ovelhas|parte IV

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O choro da mulher era carregado de tristeza, o que fez Visenya prometer voar sobre a baía na tentativa de avistar qualquer sinal do garoto.

Infelizmente o tempo passou rápido, e o príncipe e a princesa precisaram seguir para casa. Se despediram afirmando que voltariam, e que seus pedidos e queixas seriam levadas ao conselho do rei.

Foram para a carruagem que os aguardava ali desde que tinham chegado, os guardas da patrulha da cidade que estavam presentes na praça, não desviaram o olhar de Aemond e Visenya nem por um segundo, mesmo a distância eles escoltaram o casal da maneira deles.

Sentaram-se um em frete ao outro, Visenya acenou para as crianças que chamavam por sua atenção, com a intenção de se despedirem. Quando finalmente a carruagem começou a andar, o sorriso de Visenya se desfez imediatamente, a moça soltou um suspiro e fechou os olhos, deixando sua cabeça cair para trás, encostando no estofado da carruagem.

"Isso foi cansativo...". Disse ainda com os olhos fechados.

Aemond estava em silêncio, ele não falara muito com o povo de Porto Real, apenas respondeu alguma perguntas e aconselhou Visenya em outras. Ele não entendia ao certo o  porquê Visenya decidiu tão rapidamente visitar a população, estava garantido que sua mãe fosse lembrada como herdeira como havia falado antes, ou tinha outra coisa em jogo?

"Vai me dizer o porquê de termos vindo aqui?". Ele disse chamando a atenção da moça, que abriu os olhos e o encarou.

"Eu já lhe disse, quero garantir que nossos súditos se lembrem de quem é a herdeira legítima, quanto mais gostarem da minha mãe, menos as influências de seu avô caíram sobre eles." Visenya falava observando o brinquedo de madeira em suas mãos, ela tinha certeza que Aegon, Viserys e Joffrey adorariam.

"E é apenas esse seu motivo?". Aemond perguntou novamente.
"Parecia que você estava realmente preocupada com os problemas daquela gente."

Visenya o olhou por um tempo antes de responder.

"Bom... sim, acho difícil não se importar com pessoas em problemas, principalmente crianças, você viu? A maioria delas não sabe escrever o próprio nome." O semblante da jovem era conflitante.

Aemond soltou uma risada anasalada, e se levantou, sentando-se ao lado de Visenya.

"Você daria uma ótima rainha sabia?". Aemond acariciou o rosto da sobrinha, o trazendo para mais próximo do seu.

"Quer que eu tome o trono de ferro para você? Faço isso se quiser, faço qualquer coisa." Disse distribuindo selares pelo pescoço da princesa.

Visenya soltou um risinho. "Acho que nem você e Vhagar juntos poderiam fazer isso, lembre-se tio, sua dragão pode ser grande mas é apenas uma."

Aemond parou os beijos e colocou sua testa junto a de Visenya.

"Então vai me dizer que nunca se imaginou no trono?". Ele perguntou sorrindo.

"Bem... se eu falar que nunca, estaria mentindo, mas jamais passaria por cima da minha família para isso, em hipótese alguma."

"E se o povo de Porto Real apoiar Aegon depois de tudo o que você fizer por eles... o que faria?" Aemond perguntou sério, queria saber o quão longe Visenya iria por sua mãe e irmão.

"Bom... seria uma pena, não gosto de partir para meios dolorosos." Falou com o olhar longe, não observava nada exatamente, estava apenas perdida em pensamentos.

"Eu os concederia uma escolha... caso escolhessem errado, bem... um Targaryen precisa fazer jus a sua casa, receberiam fogo e sangue."

Aemond sentiu um arrepio pelo corpo com a fala de Visenya, em um impulso ele tomou os lábios da jovem em um beijo cheio de desejo, surpreendendo a princesa no início, mas ela acabou de entregando aos lábios do rapaz.

Feitos de Fogo e  Nascidos Para Queimar Where stories live. Discover now