𝟎𝟎𝟏

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Meu nome é Dahlia, Dahlia Wisbech, ou talvez não.

Dezoito anos, corpo e altura de top model, cabelos castanho e algumas ondas por causa do babyliss, olhos castanho esverdeados, estilo? Depende. Eu sou o que o tempo me faz ser, me visto como me sinto, e atualmente não muito bem, na verdade, péssima... Desliguei tudo, acabou, sem se importar, sem sofrer por isso, sem decepções, pois já espero encontrá-las no caminho.

Decido sair para parear as idéias, colocar as coisas em ordem, ou pelo menos tentar... Tentar entender tudo que aconteceu, que vem acontecendo e deixando rastros e migalhas pelo caminho, deixando partes incompletas de uma história, a minha história, sem um rumo, sem respostas, sem saber por onde começar... Por que precisava saber?

— Podiam pelo menos ter levado esse segredo para o túmulo com vocês... — digo revoltada enquanto lágrimas rolam quentes pelo meu rosto gélido e provavelmente pálido, sem vida aparente.

Estar no túmulo dos meus pais, aqui, no meio de toda essa situação... tem sido um grande desafio, buscar respostas de perguntas que eu nem sei fazer, encontrar pessoas no meio de todo esse mundo... o que deveria fazer? Sorrir? Chorar? Tanto faz... agora não tem tanta importância.

— Desculpe incomodar... lamento pela morte de seus pais adotivos. — uma voz masculina me tira do transe em que me encontrava olhando para a lápide com os nomes deles, me fazendo virar de repente para ver quem era.

— Posso saber quem é e como sabe sobre os meus pais? — fico de pé, coloco as mãos nos bolsos traseiros da minha calça jeans e tento olhar em seu rosto que se ofusca pela luz do sol atrás de si, me fazendo semicerrar os olhos colocando uma mão à frente do rosto.

— Peço desculpas novamente. Meu nome é Alexandre Davies, muitos me chamam de Alex. Sou, uma espécie de guardião dos segredos da família, estou aqui para lhe guiar agora que sabe sobre seus pais. — ele anda para meu lado esquerdo se posicionando em minha frente, agora sem a luz para embaçar minha visão, vejo um homem alto, já que tenho um metro e setenta e quatro de altura, ele deveria ter uns um e oitenta, ou mais, cabelos castanho, aparentemente uns trinta anos, com um estilo um pouco retrô. Ele segurava uma pasta marrom em suas mãos.

— Por que nunca ouvi falar de você? — questiono, desconfiada continuo a encará-lo.

— Não havia motivos para saber quem sou, agora que seus pais não estão mais aqui, e você não é mais uma criança, menos ainda está sozinha, é meu trabalho mantê-la segura e informada para o que possivelmente possa surgir. Agora que seus protetores não estão mais aqui, novamente, é meu dever guiá-la para a segurança, algum lugar onde possa estar segura pelo menos. Isto é tudo que tenho sobre você, seus pais, e tudo que precisa saber, talvez encontre as respostas que procura aqui, ou talvez não. Terá o tempo que precisar para ler e entrar em contato comigo caso queira saber mais sobre isso, e talvez até encontrar certas pessoas... mas para isso, precisará se concentrar no que quer. — ele diz, com firmeza e segurança naquilo tudo. Não acreditar nele era uma escolha minha, e acreditar também... o que quer dizer que qualquer coisa que fizer me levará à consequências de minhas próprias escolhas.

Porque não?

Eu não tinha muito com o que me preocupar, muito menos com quem. A verdade era tudo que eu queria, e eu já sabia daquilo, sempre soube.

— Tudo bem. Irei ler tudo, assim que terminar decido se entro em contato, mas quero que saiba uma coisa dês de já. — pego a pasta que o mesmo me ergue e a seguro enquanto penso. — Querendo saber do que tudo isso se trata ou não, eu quero a verdade, independentemente do que tiver aqui, espero que seja verdade. Então se realmente é quem diz ser... agradeço pelo que está fazendo.

— É apenas o meu trabalho senhorita. Espero que esteja pronta, pra encarar tudo que terá de enfrentar. Meu número e e-mail para contato também estão aí, quando estiver pronta, ou decidir que deve ligar... Apenas entre em contato, e deixe o resto comigo. — ele diz e sorri gentilmente antes de sair do cemitério.

— Senhor Davies. — o chamo e ele se vira para mim. — Obrigada. — ele acena e se vira novamente, até sair do meu campo de visão.

Encaro aquela pasta cheia de mistério, toda uma vida. O que eu saberia assim que chegasse em casa?

Pego minha bolsa a colocando no ombro, encaro a lápide dos meus pais, sorrio e agradeço por terem estado comigo em todo o tempo, toda a minha vida, pois todos esses anos eles nunca saíram do meu lado, nunca.

Saio do cemitério e pego meu carro para ir para casa, chegando lá, entro acendendo as luzes da sala e trancando a porta, coloco minha bolsa sobre a bancada que divide a entrada da sala da cozinha, ponho a pasta ao lado da bolsa e a encaro. Não estava preparada, precisava colocar meus neurônios para relaxar, então resolvo tomar um banho antes de começar tudo isso. Nada melhor do que relaxar com lavanda e água gelada.

Duplicata | Baseado na Saga "The Vampire Diares"Where stories live. Discover now