Percebi Hobbs se levantar da escada onde estava sentado junto com Letty e dar um soco na porta de metal no caminho.

Tinha tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que eu não conseguia tempo para assimilar e engolir tudo. Quando eu acho que as coisas vão se normalizar, lá vem o Dom e ferra com tudo.

Sinto falta do Brian.

Sinto falta do Han.

Sinto falta da Gisele.

Sinto falta da Suki.

Eu sinto falta de tudo antes disso acontecer. Sinto falta de uma vida parcialmente normal, diferente da que estamos tendo agora.

— Quer algo pra comer, Summer? — Ninguenzinho perguntou e eu bufei.

— Veneno, por favor. — murmurei e abaixei a cabeça na mesa.

— Consegue o vídeo do sujeito no beco? — Letty perguntou.

— Câmeras de trânsito! — Ramsey exclamou e Tej prontamente concordou.

— Eu sabia! — exclamou e eu levantei a cabeça, olhando para a tela de televisão que aparentava a imagem de um homem ruivo. — Eu reconheço esse cara. É Connor Rhodes. Conheci ele quando trabalhei com o irmão do Shaw. Ele queria que pegassemos a Nightshade pra ele.

— Connor Rhodes...— Ramsey murmurou —Ele também tá ligado a alguém que eu gostaria de esquecer.

— É Mose Jakande. O mercenário que tentou roubar o olho de Deus. — Hobbs disse em tom alto, se aproximando de nós.

— O que significa que o Dom já atrapalhou os negócios da Cipher dias vezes. — falei, cruzando os braços.

— O problema pra rastrear a Cipher é que não tinha o que rastrear. Mas agora temos a informação do Rhodes. — Ramsey explicou.

— E estamos baixando esses dados antes que sejam apagados da internet. — Tej comentou, enquanto teclava o laptop.

— Isso parece a conta corrente de alguém, então porque a gente não...— Roman insinuou, mas foi cortado com Hobbs.

— É uma longitude. Considerando o fato de que o Dom atacou o comboio russo, da pra dizer que é a Rússia. Pode abrir o mapa? —pediu e eu apertei uma tecla no tablet que estava jogado ali e a imagem de um mapa apareceu na tela da televisão. — Vamos começar por aqui e ver as possibilidades.

— Yalta, Poltava...Tá parecendo uma sopa de letrinhas! — murmurei, sentindo fome — Kronyurt.

— É Vladovin. — disseram derrepente e eu me virei rápido, vendo Ninguém descer as escadas.

— O que tá fazendo aqui? — Ninguenzinho perguntou.

— Que foi? Eu disse que ia visitar vocês de tempos em tempos pra ver como estão indo. A propósito, nada bem.

— Mas não tem nada em Vladovin. — murmurei, após dar uma olhada no Tablet. — Só gelo.

— Que engraçado! Eu podia jurar que tinha uma base secreta naval russa, onde recindicionavam submarinos da Guerra Fria. Bom, tecnicamente não são mais russos, a base foi tomada por um grupo terrorista de  militares separatistas há um mês e os russos ainda não retornaram, então temos uma janela de oportunidade.

— Submarinos russos. Códigos nucleares. Parece que não importa o que a gente faça, a gente vai acabar queimando as pernas. — Roman murmurou e eu balancei a cabeça concordando.

— Parece que você ainda continua o décimo primeiro da lista. — Tej concluiu e eu gargalhei.

— Tá tão engraçadinho desde que começou a usar essa penugem de adolescente na cara! —revidou e Tej passou a mão de forma sarcástica na barba.

— Para de falar da barba do meu homem, faz favor?! Invejoso. — murmurei, também passando a mão na barba de Tej.

— Gente, gente! — Ninguenzinho chamou nossa atenção — Olha, temos que informar isso. Avisar a central de comandos!

— Essa é uma boa ideia, garoto. Só que, infelizmente, o Ministro de Defesa russo se envolveu em um pequeno incidente em território americano e os dois governos não estão conversando. Quando voltarem a conversar, será tarde, então...alguma sugestão?

— É...eu tenho. — Hobbs concordou. — Que tal nos mesmos pararmos eles?

— Pra você é fácil falar, né...tem esses bíceps aí! — murmurei.

— Você tá falando de uma base militar russa! —Ninguenzinho revidou.

— Separatista. — comentei, lembrando da fala de Ninguém.

— Tanto faz, Summer! É suicídio!

— Vai impedir a terceira guerra mundial. — Hobbs explicou e encarou o garoto. — Como vai ser, novato? Vai fechar os olhos para isso também? Rezar para que o apocalipse não bata na porta da sua mamãe? Ou vai se preparar como um homem de verdade e vai salvar o mundo inteiro?

— Depois dessa até eu me considero um homem. — murmurei baixinho, brincando com a barba de Tej.

— Olha, finalmente eu entendi. — se gabou.

— Entendeu o que? — Ninguém perguntou.

— A regra número três.

— Ou seja?

— Não existem regras. — respondeu e bateu com o pé de cabra na caixa de vidro que guardava as chaves de todos os carros do estoque.

— O que eu disse, Luke? — Ninguém perguntou, rindo — Eu disse que ele ia cair na real.

— O transporte aéreo sai em uma hora. Peguem os veículos que quiserem. A sorte tá lançada.

— A sorte tá lançada? — Tej, Roman e eu levantamos e perguntamos juntos.














MINA RALÉ - TEJ PARKER Where stories live. Discover now