𝐓𝐡𝐞𝐫𝐞 𝐚𝐫𝐞 𝐌𝐨𝐧𝐬𝐭𝐞𝐫𝐬 𝐀𝐫𝐨𝐮𝐧𝐝 𝐇𝐞𝐫𝐞 | Soolia

Capítulo Seis

LIA E MATTHEW desceram as escadas do prédio em completo desespero, ela parou no meio da escada se encostando em uma parede para recuperar a respiração por ter descido às pressas. Era muita coisa para assimilar em tão pouco tempo, seu namorado estava morto porque ela não conseguiu se defender, as pessoas lá foram estão se atacando e sua mente perdida não sabia o que fazer.

—É-é tipo zumbi!_ Matthew disse com certo medo em sua voz, pela pequena janela que havia na escada, ele pôde ver as pessoas atacando umas as outras, era algo tenebroso de se ver.

Lia estava estática, sua mente parecia ter parado de funcionar, deu um pulo de susto quando seu telefone no bolso começou a tocar.

—"Lia! O que está acontecendo? Eu vi que algo estranho está acontecendo, tá' passando na TV!"_ Sua irmã ligou preocupada, a notícia já havia se espalhado em alguns países, se perguntou se aquilo realmente era real.

—Acho melhor você falar com Matthew primeiro._ Tentou esconder sua voz chorosa, o que não deu muito certo. Passou o telefone para seu sobrinho e se escorou na parede daquela escadaria, "Que merda está acontecendo?".

Sem perceber, suas mãos tremiam, e o peso da mochila em suas costas pareciam pesar o dobro por conta da sua tensão. "O que eu vou fazer?" "Minha família está bem?" "Meu namorado está morto "

Mas naquele momento, apenas uma frase permaneceu em sua cabeça, uma frase que vinha do fundo de sua mente medrosa e negativa:

"eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer,eu vou morrer, eu vou morrer,eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer,eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, EU VOU MORRER!"

...

..

.

—TIA LIA!?_ Matthew estava balançando a mulher que parecia ainda desnorteada, ficou segundos sem dizer nada, pegou o celular de sua mão e escutou sua irmã dizer:

—Lia?!. Ah meu Deus, sinto muito pelo que aconteceu com Christopher, não imagino como deve se sentir agora._ Ela não respondeu, mas seu soluço fez eco naquela escadaria, foi o único som que sua garganta conseguiu fazer._ Os aeroportos estão interditados, fiquei sabendo que não terá mais vôos._ Sua voz apreensiva fazia Lia ficar mais agoniada a cada segundo._ Irmã, por favor se cuide, se proteja e lute até o último segundo._ Seu choro no telefone fez pensar que seria a última vez que falaria com sua irmã._ Proteja o Matthew, ok?_ Choi olhou para ele que olhava assombrado pela janela_Por favor cuide dele, cuidem um do outro, tá?. Não importa o que aconteça, sobreviva maninha._ Ela desligou o celular sabendo que sua irmã mais nova não o faria.

Se levantou do chão que estava sentada e segurou o rosto de seu sobrinho, fazendo com que ele parasse de olhar para a janela.

—Matthew..._ Seus olhos encontraram os deles que se enchiam de lágrimas._ Eu não queria que fosse assim, mas a gente tem que sobreviver.

Matthew segurou sua mão e com a outra mão segurou firme sua mochila nas costas.

—Tia Lia, pode contar comigo. _ Uma lágrima desceu de seu rosto.

[...]

A cidade estava um caos. Pessoas corriam de todos os cantos fugindo dessas "coisas que a perseguiam". Gritos, sangue e explosões por todos os lados, tudo aquilo estava acontecendo muito rápido.

Os dois que acabaram de sair do prédio, corriam de mãos dadas desviando de tudo e todos que viam pela frente.

—OLHA AQUILO!_ Ele faltou alto o suficiente para que ela ouvisse, era algo anormal de se ver. Uma pessoa estava com quatro braços em cima de um carro capotado.

Querendo sair do centro de toda aquela destruição, Choi puxou Matthew para um mercadinho mais próximo dali.

Assim que colocou os pés para dentro, percebeu que lá dentro estava tão ruim quanto lá fora.

—O que está fazendo!? Tem que pagar por isso!?_ Muitos pegavam várias coisas e saíam do lugar, fazendo todos se empurrarem._ Ei!_ O que parecia ser o dono do estabelecimento puxou agressivamente um homem pelo ombro, que virou com tudo em sua direção, mordendo seu pescoço.

Lia viu aquela cena de olhos arregalados, Matthew a puxou para perto de uma porta que parecia ser uma outra saída.

—Tia Lia, a gente precisa fugir daqui.

Bem naquele momento, ela percebeu que seu sobrinho estava a levando para todos os cantos, e que seu corpo não obedeceria tão facilmente.

Foi naquela dia, naquela hora e naqueles exatos segundos que ela percebeu que não poderia sentir mais medo.

Medo, é algo natural do ser humano, mas nesse momento, ela teria que lutar contra esse sentimento invasivo e tomar coragem para sobreviver naquele caos que a Coreia estava se tornando.

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823 palavras