Five Points of a Pentagram- Cotl fanfic

Cinco que viram quatro...

Passos agitados são ouvidos do corredor do templo, não, digo, deslizares agitados interromperam o silêncio da sala de estudos do bispo aranha.

Kallamar movia seus tentáculos rápido pelo piso negro do templo, chegando a porta da biblioteca sequer pensou em bater, a abriu a empurrando.

" Shamura!" Gritou, porém o chamado não moveu sua face do livro que lia, pelo contrário, permaneceu com o olhar sereno enquanto movia a página com a mesma lentidão de antes.

" Irmão Kallamar" começou enquanto terminava de ler o parágrafo que havia começado antes da invasão da lula ao seu espaço de estudos. " O que lhe aflinge?" Perguntou rolando duas de suas múltiplas órbitas na direção das costas, usando os olhos localizados nas laterais da cabeça para visualizar o bispo mais novo que chegou em seus ombros.

" Acharam outra coroa, nas terras desoladas." Falou sem rodeios, com a mesma pressa que clamou o nome do irmão. " Há um portador com ela Sham, uma criança." A aranha parou de mover a página em suas garras, e mexendo suas patas em um som estralado.

" Qual cor?" Perguntou devolvendo a folha ao lado direito do livro donde a havia movido.

" Vermelha." Disse a lula com a mesma urgência de quando entrou.

O bispo mais velho apertou a folha do livro em mão, e com uma mão extra saindo de seu manto fechou o livro em um baque seco.

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Um gato de pelagem preta, um filhote, segurava o artefato em mãos assustado, com a cauda entre as pernas, olhando os seres encapuzados segurando lanças e tochas lhe cercando.

Ele estava assustado, seus pelos macios estavam rígidos, uma espécie de instinto animal felino, uma necessidade de ser maior, mais ameaçador que as criaturas da antiga fé. Suas garras eram menores que suas lâminas, seu rosnar era mais baixo que seus risos, ele ainda era criança, ele ainda era... Pequeno.

" Criança!" Chamou uma voz firme, vinda de trás de suas orelhas, o pequeno tremeu, abraçando o artefato com mais força, o olho vermelho em sua coroa brilhou a medida que passos suaves invadiam a lama formada pelo sangue daqueles que antes o cercavam.

A criança teve medo, porém, virou sua orelha na direção dos passos e logo abriu os olhos, era uma carnificina.

Os encapuzados jaziam no chão, degolados, estripados, desmembrados e decapitados, era um banho de sangue, que melava a terra seca e infértil das chamas " terras desoladas" antigamente, um campo de batalha, uma arena cruel de deuses contra deuses, que se mataram e se consumiram naquele solo. Contaminando-o com seu icor, com seu sangue pútrido condenando aquela terra rica com infertilidade e morte, não havia sequer uma flor, sequer um rebento, até os animais que moravam ali, já nasciam doentes ou sem vida.

O filhote de gato no meio daquele banho de sangue, com certeza fora concebida naquela terra maldita, era magro e nu, suas costelas mesmo em meio a pelagem poderiam ser contadas, era fraco, fraco demais para ter causado aquela chacina.

" Não temas..." Disse a aranha caminhando suavemente até o garoto, desviando dos corpos no caminho até chegar no felino, que abaixou ainda mais as orelhas diante do ser que para ele era gigantesco. " Sou Shamura, bispo da guerra... Este é meu irmão Kallamar." Estendeu a para na direção da lula que não se atreveu a passar pelos corpos, com uma expressão cautelosa. " Não viemos lhe ferir." Afirmou estendendo a pata esquerda para o gato, que chegou a mostrar os dentes, mas a mão da aranha não recuou.