Como saber que está apaixonado

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Só podia ser você

Como saber que está apaixonado

A semana arrastava-se dolorosamente, cada dia ampliando a sensação de distanciamento entre mim e Johnny. Na escola, ele circulava entre os colegas do time ou acompanhando Victoria em busca de apoio para suas campanhas, imerso nos mesmos protestos de sempre. Nossos olhares se encontravam nos corredores, mas os dele pareciam desprovidos do brilho que outrora eu identificava quando ele me encarava. Nos ensaios, sua atenção mal se voltava para mim, como se fôssemos dois estranhos cruzando suas vidas sem sequer considerar a existência um do outro. E Johnny, a cada dia, parecia menos afetado por isso.

Sentia-me perdido, sem rumo. Sempre que uma oportunidade de abordá-lo surgia, percebia-o se esquivando. Precisava agir, encontrar uma maneira de dialogar com ele e expressar tudo o que me consumia. Somente assim descobriria se ainda havia espaço para o que um dia compartilhamos, ou se tudo se dissipara no vento do tempo.

A terapia vinha me ajudando a reconhecer muitas coisas erradas que fiz comigo mesmo e com os outros, principalmente. Mas a coisa mais importante no momento eu ainda não estava conseguindo lidar. Minha psicóloga me pediu para ter paciência e falar com ele em um momento oportuno, mas eu estava quase tendo um surto a cada dia que ficávamos sem nos falar.

Na sexta-feira, após as aulas, decidimos reservar a tarde para relaxar e "fortalecer os laços da equipe", como Mark costumava dizer, fazendo algo divertido. Já fazia um tempo desde a última vez que saímos juntos, então aproveitamos ao máximo a oportunidade. Mais uma vez, eu nutria a esperança de poder resolver as coisas com Johnny.

Convidamos as meninas do Aespa para se juntarem a nós, e a ideia foi recebida com entusiasmo por todas, exceto Ningning, que tinha um compromisso naquela noite. Assim, as outras três seguiram conosco animadas.

— Está todo mundo pronto? — Johnny perguntou antes de entrar na minivan.

O pai de Johnny se ofereceu para nos levar em sua minivan, então fomos um pouco apertados atrás. Mark, Ten, Yuta e Johnny tinham decidido que queriam patinar e jogar na pista de gelo que tinha sido aberta há poucos dias. Por isso, a van estava entulhada de equipamentos de patinação e hóquei.

— Que frio! — disse Karina soprando as mãos para aquecê-las. — Talvez essa ideia não tenha sido das melhores.

— O frio faz bem para você — falou Winter, entrando na van e se apertando ao lado da namorada.

— Clareia as ideias. É disso que precisamos para nos impulsionar para o festival. — disse Giselle.

Enfiei patins, protetores e capacete na traseira do carro e fiquei só com o casaco azul, o cachecol e as luvas. Johnny ia no banco da frente, ao lado de seu pai. Esperava sentar no banco atrás dele, mas Ten entrou primeiro.

— Ei, Ten — cochichei enquanto Johnny falava com seu pai e fechava a porta traseira. — Importa-se se a gente trocar de lugar?

— E onde eu vou sentar?

— Do lado de Giselle, no banco de trás — falei rápido. Johnny e seu pai se aproximavam do carro.

Ten virou-se para conferir, ponderando minuciosamente os prós e os contras da situação. Enquanto isso, minha impaciência se manifestava nos batimentos nervosos dos meus pés no chão. Não seria óbvio o suficiente que eu queria sentar atrás de Johnny?

— Acho que não — respondeu Ten finalmente, fazendo uma careta. — Tem muita coisa aí atrás. Vou ficar apertado.

Johnny abriu a porta e sentou em seu banco.

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⏰ Last updated: Feb 15 ⏰

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Só podia ser vocêWhere stories live. Discover now