Capítulo 4- '' VOCÊ NÃO PERDEU NADA!''

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— Ótimo, porque é tudo que você nunca terá. Nosso perdão e misericórdia — Daemon disse bufando, erguendo novamente o caolho atirado no chão e o fazendo se manter ajoelhado diante de uma Rhaenyra quieta e furiosa.— O que você quer fazer, por agora?

— Leve-o imediatamente para prisão e o faça clamar pela morte — foi a ordem da Rhaenyra e Aemond se manteve com os olhos no piso, sem encará-los  diretamente. — Vou ir atrás do que é meu por direito. E você vai ver isso acontecendo, Aemond. E não poderá impedir nada.

Aemond não disse nada, nem se sentiu no direito de implorar por misericórdia. No fundo, ele esperava que sua morte ou a tortura que sofreria fosse o suficiente para acalmar Rhaenyra e seus familiares, mesmo que isso não fosse o suficiente e nem que trouxesse Lucerys de volta.

E ele foi levado para uma prisão, deixado sem blusa e descalço, com os tornozelos e os braços acorrentados por aço, fazendo com que Aemond ficasse em pé com os braços para cima, como um animal prestes a ser despenado.
A posição era ruim e cansativa, totalmente desconfortável e Aemond esperava por isso, então ele não estava preocupado e nem temia por sua vida, afinal sabia que não morreria tão fácil.

Realmente não seria tão fácil morrer.
E ele já esperava sessões de torturas, porque Daemon era, bem, Daemon.

Aemond ficou parado, em silêncio, até um guarda vir e jogar contra ele um balde de água fria apenas para deixá-lo estremecendo ali, novamente, saindo e deixando o Targaryen sozinho.
E ele queria estar sendo machucado, porque assim não teria tempo para ter pensamentos.

Os pensamentos eram ensurdecedores, deixando Aemond num mar de culpa, arrependimento e dor.
Ele não sabia porque agiu da maneira que agiu e sabia que não deveria ter feito nada, ele apenas tinha que ir até a Casa Baratheon, conseguir ou não o apoio e ir embora.
Só que quando ele viu o sobrinho chegando, com seus cabelos escuros e cacheados, seu olhar astuto e confiante.

Algo chamou a atenção do Targaryen e ele tentou não pensar muito sobre o que significava.
Desde muito cedo, ele sempre teve essa obsessão inútil e tóxica com Lucerys.

Ele tentava pensar que era por causa do maldito olho, mas nem ele conseguia se convencer disso tão facilmente.
Aemond não estava nem aí para vingança, nem para o olho arrancado dele naquela época.

Ele tinha ganhado Vhagar, afinal.
E isso foi a causa do fim, para ele e para o sobrinho.
O começo e o fim, parecia ser algo feito pelo destino.

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Lucerys estava exausto e faminto, poderia facilmente comer por três pessoas, mas ele não pediu por comida e tampouco fez corpo mole. Ele realmente precisava de dinheiro para sair daquela aldeia e ir embora.
E não poderia simplesmente ir de apé, pois levaria dias a mais no percurso.

O tal Martin, o dono do bar, realmente parecia alguém bom e no fim do dia, mesmo que Lucerys não tivesse pedido por nada, por medo de receber a menos e demorar mais tempo ali, não tinha comido nada e mal havia bebido água.
O garoto lavou e lavou, limpou mais do que um dia pensou possível e realmente se sentiu grato pela vida que levava antes disso tudo.

O dono do bar serviu uma porção generosa de pão e alguns peixes, mesmo que o pão estivesse duro como pedra, Lucerys comeu com alegria e agradecimento em seu olhar.

— Então rapaz, você é um daqueles bastardos Targaryen? — perguntou Martin suspirando, se sentindo com pena e curioso sobre o garoto com cabelos prateados que comia tão desesperadamente que era quase melancólico de se ver. — Você pode comer devagar, tem mais comida. Por conta da casa, já que você é meu empregado temporário.

O Despertar Do Dragão.Where stories live. Discover now