7º Minha Irmã

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"Ela não te ama
Como eu amo
Ela não tem meu nome
Mesmo que ela tente agir
Como se tivesse
Ela não vai ser a mesma que eu
Mas ela é nova e bonita
Vocês nunca tiveram uma briga
Agora está tudo
terrivelmente perfeito"

➸❥ Zara Larsson - She's Not Me (Part 1 & 2)

___________❥____________

*POV's Miranda*

Rolei na cama diversas vezes, tive a famosa insônia me acompanhando, não só ela, mais Clarice estava ali e alegava não conseguir dormir também.

Depois do que aconteceu, o clima no quarto mudou totalmente, parecia haver uma nuvem densa de estranhamento no cômodo.

Ela estava com o olhar fixo no teto e toda hora que eu tinha a vontade de observar, seu sorriso convertido em faíscas de felicidade me deixava intrigada.

Engoli seco e uma certa preocupação me desceu a mente, cometi o pior erro dentro dos meus 18 anos de vida.

A noite foi a mais fria e preocupante de todas. Até as sombras do teto que refletiam a luz dos faróis dos carros que passavam na rua de madrugada estavam diferentes. Não existia uma resposta exata e desejei, pela primeira vez, que eu dormisse logo, pois a inquietação não era por motivos bons.

Agradeci mentalmente o amanhã repleto de coisas para acontecer

Comecei a imaginar se seria diferente caso eu mesma tivesse aparecido nas câmeras, se as possibilidades das reações dele iriam me machucar ou confortar, caso fosse a primeira opção, essa noite seria da mesma forma, mais eu queria engolir a segunda de qualquer jeito.

- Você acha que ele vai querer outra chamada de vídeo? - Clarice pergunta, quebrando o silêncio implantado a séculos ali.

- Não sei - respondo, totalmente sem vontade de voltar com contato, sendo o que pude de seca.

Ela bufa em reprovação:

- Estúpida - Clarice sempre tem seus jeitos de reprimir alguém.

- Não tenho muito o que dizer - dou os ombros, enquanto enrolava o cabelo nas pontas do dedo, tentando demonstrar que eu realmente não me importava.

Ela revira o olhar e me mostra o dedo do meio

- Depois eu sou a estúpida - murmuro, enquanto me virava na cama, ficando de costas para ela.

Ouço Clarice grunhir de raiva e reprovação, depois, seu corpo se movimentando na cama, provavelmente se cobrindo até a cabeça.

As vezes eu tinha dó dela, conseguia ser vazia por si própria, sem muitos esforços, mas também não contive o sorriso das respostas bem dadas por mim.

Bocejei uma vez e essa foi suficiente para tomar consciência de que eu precisava de uma noite pesada de sono, só que, não sei se era por necessidade mesmo ou, para esquecer por algumas horas os acontecimentos de hoje.

(Ao Amanhecer ☼)

O despertador com seu barulho frenético e ensurdecedor me acordou em ponto, não precisei do humor matinal do meu pai dizendo que eu estava atrasada, desta vez, não.

Tomei meu banho e me vesti confortavelmente como sempre, só que desta vez, soltei os cabelos e escovei, eles eram acostumado a ficar presos em coques secos ou em rabos de cavalo embaraçados.

Assim que desci as escadas, ouvi meu pai e minha mãe conversando na cozinha com as vozes num tom mais baixo que o normal.

Me aproximei da parede e me atentei:

skype • rafael lange  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora