Invisible String

0.1

- Você mal pisou aqui e já arranjou confusão. Você atrai confusão. A senhorita Montt estava inconsciente até 30 minutos atrás. Recebi cartas, várias cartas, dos pais da Charlotte. Eles deram essa ideia e eu achei muito interessante... já que a senhorita Montt não conseguirá comparecer ao torneio devido às atuais circunstâncias, você também não vai. E ponto final.

Meu mundo parou.

- Você ouviu as coisas que ela falou? - Digo desacreditada. Charlotte Montt, uma máquina de falar merda - E outra, VOCÊ disse que eu TINHA que participar. VOCÊ disse que EU traria orgulho à Durmstrang e ao meu pai!

Inacreditável. Inacreditável.

- Parando pra pensar, essa situação toda é sua culpa! - Digo frustrada enquanto reclino as costas na cadeira.

- Minha culpa? Não fui eu que violentei uma aluna - diz severo.

Se tivesse violentado, estaria atrás das grades. Se bem que isso seria bem interessante. Quem sabe a Charlotte não solta uma bomba sobre o fato do nosso querido diretor ter manipulado uma história pra livrar a barra dele e essa simples manipulação ter praticamente destruído a vida de uma de suas melhores alunas. Ou melhor, quem sabe ela não fala sobre o fato do fofinho ser um comensal da morte. Como sei disso? Eu acidentalmente vi a marca.

- Sua culpa! Se você tivesse punido o Alex pelas coisas horríveis que ele me fez, essa situação não aconteceria. Se você tivesse feito o mínimo, aquela sirigaita não teria falado aquele tanto de merda - mentira, ela teria. Essa menina só abre a boca pra falar besteira, chega a ser um dom - Se você tivesse feito o mínimo, EU não seria considerada a vilã dessa história! - Grito. O próximo passo é pular no pescoço dele - Mas não, não... o senhor preferiu mexer todas as pecinhas do tabuleiro para me deixar como vilã e Alex, seu querido Alex, como o mocinho...

Acho que Voldemort não gostaria de ver um de seus comensais mandar o filho de outro comensal para Azkaban... imagina isso em um programa de TV.

- Ele não fez nada! NÃO VOU TOLERAR ESSE TIPO DE COMPORTAMENTO!

"Ele não fez nada!"? Sério mesmo? Vai meter essa?

- VOCÊ SABE MUITO BEM O QUE ACONTECEU! QUEM NÃO FEZ NADA FUI EU! - Respiro pesadamente. Sinto meus olhos lacrimejarem - Sabe o que seria muito engraçado? Se essa situação toda saísse no profeta diário... nossa, isso iria repercutir - digo irônica. É óbvio que não iria expor isso tudo - Se bem que tem outra história muito mais interessante...

- Esse é seu último ano nessa escola, senhorita Rowle. Estou farto da sua inconsequência. E você só permanecerá estudando aqui esse ano pois tenho o mínimo de consideração pelo seu pai - diz me encarando seriamente - Agora saia daqui.

Me levanto e logo faço o que ele mandou. Começo a andar pelo corredor. Sinto uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto. Essa merda não é justa.

(...)

Estava com as costas apoiadas em uma árvore. Observava o navio de Durmstrang que acabara de voltar de Hogwarts. Esperava uma pessoa específica sair de lá. Alguns babacas que já haviam saído, olhavam para mim e cochichavam. Pelo visto, ainda não esqueceram a fofoca da expulsão. 4 meses já se passaram, superem.