Capítulo 14 - Atitude Generosa

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Droga, as sensações já estavam presentes.

Abro um sorriso involuntário enquanto adentro o elevador, paro ao seu lado e de soslaio vejo o seu sorriso aparecer.

— Boa tarde, doutor Evans!

— Boa tarde, senhorita Carson!

— Fico feliz que voltou ao trabalho.

— Sentiu minha falta?

— Eu? Porque sentiria?

— Porque eu senti a sua.

Ao ouvir a sua confissão meu coração dispara, como se eu fosse ter um ataque cardíaco a qualquer momento, e a minha respiração se acelerou, aquela adrenalina tomou conta do meu corpo. Eu sabia o que era aquilo, mas eu me nego a aceitar tal sentimento.

Eu me recuso a amar novamente.

Permaneci calada até às portas se abrirem e eu sair correndo dali, sem olhar para trás caminho depressa e entro em uma sala qualquer. Me encosto na porta e deixei o ar sair, começo a respirar fundo para tentar me acalmar e assimilar o que estava acontecendo comigo. Sinto minhas mãos tremerem, mas eu não me sentia incomodada com aquilo, e era estranho.

— Não Mavie. Não faz isso com você, Rick foi um babaca, o que te faz acreditar que Victor será igual?

Eu dizia aquilo para mim mesma, me convencendo de que meu coração merecia amar outra vez, mas não era fácil, e nunca será. A dor que eu senti naquela noite veio a tona, me fazendo lembrar o porque eu não podia me apaixonar outra vez.

— Isso não vai acontecer de novo, nem que pra isso eu tenha que me afastar de Victor.

Era dolorido dizer aquilo, quando o meu coração queria outra coisa.

Saio do quarto seguindo para a sala de Lucy, antes de entrar respiro fundo e solto devagar, coloco um sorriso no rosto e por fim, bato na porta. Escuto sua voz balbuciar um "entra". Assim que adentro a sala consigo vizualizar Lucy sentada em sua cadeira, de frente para o seu computador. Ele me enxerga e sorri gentilmente para mim.

Atravesso a sala e me sento no sofá que havia ali, apoio a bolsa em meu colo, Lucy se aproxima de mim e se senta na poltrona que havia em minha frente. Seus olhos percorriam meu rosto tentando decifrar algo, Lucy me conhecia muito bem, afinal ela era a minha psicóloga.

Sua testa franzida e os lábios torcidos mostravam que ela percebeu algo diferente.

— O que houve?

— Nada! — respondo ríspida.

— Não tente mentir pra mim, Mavie. Me conta, o que houve?

Começo a esfregar as mãos por conta do nervosismo.

— O problema é o Victor.

— Victor? O meu amigo Victor?

— Sim, ele mesmo.

Ela se inclina para me ouvir melhor.

— Ah meu Deus, ele está te importunando? O que ele fez?

— Não, ele não fez nada, na verdade o problema nem está focado nele; talvez esteja focado mais em mim.

— Porque você acha isso?

— Eu sinto umas coisas estranhas quando estou com ele, eu sei o que é, mas não quero aceitar. Eu não posso aceitar. — Afirmo, me lembrando da conversa no elevador.

— Tudo bem, não vamos entrar em detalhes. — concordei com a cabeça e Lucy muda de assunto. — E como está na sua casa?

Olho para ela e segurar o choro e inevitável, coloco as mãos no rosto para tentar esconder o meu fracasso, porque eu me sentia uma fracassada. Lucy apenas me olhava, e me deixou chorar tudo o que estava entalado na minha garganta. Depois de alguns minutos sinto que estava pronto para falar, pelo menos tentar.

A Garota dos Meus Sonhos Where stories live. Discover now