As palavras ditas por minha mãe ainda ecoam bem vivas e nítidas em minha cabeça, tão real que é quase como se ela estivesse ali ao meu lado, parada em frente aquela loja, o olhar fixado na peça diante de mim." Me pergunto se um dia serei capaz de vê-la vestida de noiva um dia, Ah-reum. Se um dia seu pai poderá realizar o sonho de levá-la até o altar. Estamos envelhecendo a cada ano que passa. Só queria saber quando, querida. "
Naquele tempo quando ela me disse exatamente essas palavras eram só isso que pareciam: palavras.
Até que a descoberta do câncer de estômago do meu pai surgiu, trazendo consigo as piores sensações que nunca pensei em sentir nem em meus mais detestáveis pesadelos. A doença veio para mostrar o quão frágeis todos nós somos, independentemente de quão bem cuide da sua saúde. Eu quase nunca agia por impulsividade e sem pensar, mas se meu pai pedisse eu seria capaz de arrancar meus próprios órgãos para dá-los a ele. E ainda não seria suficiente para pagar por tudo o que ele fez por mim.
Então, todas as vezes em que lembro a partir daquele momento da minha vida em que eu sabia que meu pai poderia nos deixar a qualquer minuto nos seis meses seguintes penso que eu deveria ser irracional pela primeira vez na minha vida, se isso significasse que eu o faria e o veria feliz mesmo que uma última vez.
Por isso decidi que ele irá me levar ao altar e me verá casar como sempre sonhou.
Minha mãe estava certa ao me lembrar de como eles estavam envelhecendo a cada dia que passava, que a idade e o tempo não esperavam para ver o que os outros queriam, eles apenas seguiam o seu rumo sem parar. A idade vinha e com ela também vinham as doenças, na maioria das vezes. Era o caso de papai. Aquela infeliz doença que me assombra até mesmo quando estou de olhos abertos.
Eu respiro fundo, tomando um fôlego longo e cansativo. Quero me encher de coragem e me lembrar constantemente do por quê de estar fazendo o que pretendia fazer.
Por ele, Ah-reum.
Solto a respiração e começo a subir as escadas até a porta do ateliê. O sino bate quando a porta se abre e eu passo por ela, atraindo a atenção da moça no balcão de recepção. Ela abre um sorriso e me cumprimenta educadamente.
Eu espero estar sorrindo igualmente educada quando falo para ela:
── Aquele vestido de noiva no manequim. Poderia pegá-lo para mim?
oi gente!
desejo uma boas-vindas a todos vocês que vieram dar uma espiada na minha história! espero que todos vocês gostem!
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𝒞𝐀𝐒𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎?
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