2|You Are Home

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Quando você perde algo insubstituível, quando você ama alguém, mas é em vão

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Quando você perde algo insubstituível, quando você ama alguém, mas é em vão. O que poderia ser pior?

—Fix You, Coldplay

O luto tem estágios, fases. A negação, o isolamento, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação.

Mas Sana só estava ali, existindo, respirando e viva. Sempre esteve preparada para aquele momento, o momento em que suas almas se dissipasse, que estive leve e em paz. Foi preparada a vida toda para aquilo; para a morte.

Sua mãe tinha uma definição mais ampla da morte; ela dizia que era como sossego, como estar liberta de todas as algemas que lhe mantiveram presa por tanto tempo, sufocada em seu próprio corpo, em sua mente. Sana percorreu as pontas dos dedos finos e pálidos pelo próprio braço, absorvendo aquele arrepio que atingiu seu corpo. Sentada no amadeirado chão frio, com as costas encostadas em sua própria cama, pensava em seu amarelo; aquele que virou preto, que assistiu se desvanecer sob a escuridão, tornando-se seu pior pesadelo.

Ergueu os olhos, perdendo-se na cama à sua frente, no mesmo instante, como um instinto, sentiu o cheiro dela. Levantou-se e se aproximou do móvel arrumado, tocando delicadamente o lençol. Em um eco distante, como um sinal do além, uma voz soou a chamando;

Tarefas, meu amor!

Sana virou-se lentamente, caminhando até a porta, hesitando ao atravessar. Lá estava ela. Vestindo o longo vestido amarelo e os cabelos castanhos úmidos, sentada sobre a cadeira em frente a mesa de estudos, segurando um lápis e escrevendo no papel. Não era possível. Sana piscou e no mesmo instante a mulher virou-se para ela. Se levantou e Sana arregalou os olhos, dando um passo para trás.

Minha querida, o que foi?

Sana entreabriu a boca assustada como um filhote de cachorro, como Lili ficava quando ouvia barulhos muito altos.

— Eu não sei — sussurrou — Eu não sei.

Minha querida...

A mulher se aproximou, estendendo as duas mãos até ter o rosto de Sana entre elas, acariciando seus cabelos loiros. Sana perdeu o fôlego por um momento, descontrolando a respiração no mesmo instante.

— Não sei...

Pensamentos ruins de novo?

Sana assentiu, sentindo seu rosto molhado e os olhos ardendo. Esqueceu seu medo e pôs-se a observar todos os detalhes dela, perdendo-se em seu olhar cansado. A mulher colocou uma mecha de seus fios loirinhos atrás da orelha e acariciou sua bochecha.

Meu amor, está tudo bem. Está tudo bem, minha querida. — Sana colocou suas mãos sobre as dela em seu rosto, e sentiu quando a mulher deixou um beijo carinhoso em sua testa — Meu amor... — ela colou suas testas a fazendo fechar os olhos, sussurrando — Inspire e expire minha querida, você está indo muito bem... 

Amarelo Como o Sol|SaHyoWhere stories live. Discover now