Capítulo 1- Despertar

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A chuva era forte, assim como os ventos e havia também raios. O que tornava tudo mais caótico e animador para um dos lados, que se deleitava com a perseguição, sem perceber o quão perigoso aquilo realmente era.
Dois dragões estavam no céu, em meio a tempestade furiosa e incessante.
Um dragão enorme e antigo, o maior dos dragões atualmente. O outro dragão era jovem e sem experiência, assim como seu montador.

Ambos eram parentes.
Aemond, o príncipe Targaryen contra o Príncipe Lucerys Velaryon.
Era injusto, muito injusto tudo isso.

Lucerys se sentia angustiado, ameaçado e apavorado, mesmo que tentasse acalmar a si e o próprio dragão através da ligação deles. Porém, era impossível se sentir confiante diante de tal situação, com aquela monstruosidade atrás de si e o seu tio rindo loucamente, como se estivessem brincando.
Não era algo desse tipo para o Velaryon e ele estava se sentindo muito arrependido de ter saído da casa dos Baratheon.

Se fosse ver pelo lado de agilidade, Arrax, o dragão menor e do Velaryon tinha vantagem na mobilidade e velocidade no céu, mesmo contra o tamanho intenso de Vhagar.
Mesmo na chuva, era para o jovem dragão conseguir, mas ele nunca passou por isso e obviamente se desesperou, como seu montador.

Arrax ateou fogo em Vhagar, mesmo com os protestos de Lucerys, que clamava para o pequeno dragão sair dali imediatamente, querendo desesperadamente fugir logo do tio.

Obviamente não saiu como era o planejado. Aemond era imaturo e se sentia incapaz de deixar Lucerys sair, como se algo o puxasse para perto do Velaryon e isso atiçava raiva no Targaryen que não queria pensar muito sobre esses sentimentos ou talvez essa obsessão.

Talvez fosse porque o garoto tirou seu olho.
Seja lá o que fosse, não importou mais no fim.

Lucerys subiu para cima das nuvens, observando atentamente o seu redor, tremendo de medo e com os olhos cheios de lágrimas, implorando para os Deuses para que o deixasse voltar para casa logo.

Sua mãe o esperava.
Sua família o esperava.
Lucerys queria voltar para seu lar e se sentir seguro nos braços de sua mãe.

Vhagar subiu de repente, mesmo com os protestos altos de Aemond, como se sentisse o medo palpável do outro dragão e talvez fosse mesmo isso. A enorme estrutura subiu para cima, abriu a boca e estraçalhou o pequeno dragão em uma mordida, mesmo perante os gritos do montador acima dele. O Velaryon conseguiu se atirar de cima do dragão no meio do ataque, caindo dos céus tão rápido que foi impossível para Aemond perceber isso.

Aemond encarou o nada por algum tempo, até olhar para os pedaços de dragão caindo, totalmente em pânico e com visível dor em seu peito. 

Lucerys morreu diante dele, por sua culpa. 

Não havia sobrado nada, apenas restos do que um dia fora um dragão e um humano.

Era isso que ele pensava.


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A maré estava forte, assim como a chuva que não parava de cair e quando os restos mortais do dragão caíram no mar foram tomados, afundando e prontamente de fundindo na água.
O sangue do dragão foi derramado no mar tempestuoso, onde não achariam seus restos, não diante aquela chuva.

Lucerys Velaryon desmaiou ainda na queda livre, incapaz de gritar e clamar pela ajuda do tio no céu. No fim, ele caiu com tudo no mar, sendo afogado e pego nas ondas violentadas. Ele iria morrer ali mesmo,  desacordado e provavelmente tomado pela tempestade e pelo mar salgado.

Havia uma caverna escondida a olhos comuns, selada e escura. Muitas das vezes ficava submersa por conta do mar que adentrava a caverna extensa, fazendo ecos soarem.
Os restos e o sangue do dragão foram atraídos pela caverna misteriosa, como se algo estivesse clamando por aquilo, como se algo puxasse aquilo para si. O corpo adormecido e frio também foi puxado em direção aquele lugar estranho.

O coração mal batia, o ar era escasso e o garoto estava desmaiado, incapaz de conseguir vencer as ondas que o afogava pouco a pouco. Os Deuses foram bondosos em deixa-lo viver por mais um instante, afinal ele deveria morrer logo na queda e mesmo que não soubesse, era um milagre estar vivo e não no fundo do mar.

Ainda vivo.

Não sobrou muitos, mas ainda havia o sangue presente ali, o sangue do dragão emanava uma áurea mágica e única.

Na caverna escura, extensa e misteriosa, que não tinha sido explorada por vários e vários séculos passados, havia pouca vegetação, o ar era frio e a água do mar deixava o cheiro de maresia forte dentro daquele ambiente tão estranho. Parecia ter uma coisa estranha circulando no ar, tenso e frio.

Quando os restos mortais do dragão  e Lucerys caíram até o fundo da caverna, o cheiro de sangue de Arrax dominou o ambiente e o corpo de Lucerys permaneceu imóvel, na água, afundando. No fundo da caverna estava uma coisa enorme, parecia ser uma enorme estátua de dragão, preso em forma de pedra, como se fosse apenas uma enorme estátua esquecida por vários milênios.

Um par de olhos dourados se abriram de repente, sendo olhos enormes e obscuros. A enorme estrutura de pedra se rompeu, caindo pouco a pouco, como se estivesse se desintegrando.
No lugar da estrutura havia um dragão majestoso, com escamas brancas e brilhantes, reluzindo na escuridão da caverna.

Lucerys que estava na água abriu os olhos de repente, olhos dourados que refletiam pânico e incerteza. O garoto Velaryon sentiu algo se possar de seu corpo, logo se debatendo e percebendo estar na água, numa espécie de caverna.

Lucerys não percebeu o que aconteceu e rapidamente se retirou da água, tossindo água e sangue, sentindo seu corpo esquentar e doer em todos os lugares e ele gritou em dor, como se algo o rasgasse por dentro.

Seus cabelos cacheados estavam bagunçados e molhados, extremamente brancos, como um legítimo Targaryen. 

Ele despertou algo e nem sabia ainda o que o salvou, como ele sobreviveu diante a isso.

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— VOCÊ O MATOU?! O QUE SE PASSA NESSA SUA CABEÇA, AEMOND?! — os gritos da rainha viúva eram ouvidos pelos corredores do castelo, como se fosse gritos de horror e de certa forma era. Alicent estava apavorada diante isso. — O QUE VOCÊ ACHA QUE FARÃO AGORA?! FICARAM AO LADO DAQUELA PUTA, APENAS PORQUE VOCÊ NÃO SE CONTROLOU E FOI ATRÁS DESSA SUA OBSESSÃO INÚTIL PELO BASTARDO!

Aemond ficou quieto, imóvel e totalmente alheio aos gritos histéricos da sua mãe-rainha. Ele não sabia o que exatamente sentia, porém tinha um sentimento ardente dentro de si, como se algo estivesse completamente incerto, doendo em si. O Targaryen não queria machucar o Velaryon, talvez não ao ponto de vê-lo morrer por sua causa e por seus atos.
Nem mesmo Aemond se entendia, não sabia o que sentir com o fato de que, ele matou seu sobrinho.

Era seu sangue, por mais bastardo que fosse.
Por um olho que ele já tinha ganhado um dragão.

O que ele pensou? Claro, ele não achava que Vhagar não o ouviria, e no fim, aconteceu tudo da pior forma possível.

Ele matou o garoto e agora a guerra era inevitável, em todos os aspectos possíveis. 

Algo dentro dele não parecia certo, como se lamentasse profundamente.
E por mais que ele tivesse apoio dos Verdes, no fundo, ele não queria apoio e nem mesmo desculpas.
Ele queria se entregar, ser punido por ser tão inconsequente.

Aemond não estava feliz com a morte do Velaryon e se fosse sincero, nunca estaria.

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OPA
Sim, brotei com uma fanfic nova.

Em minha defesa (que eu não tenho), essa fanfic está em desenvolvimento há algum tempo e eu até mesmo fiz um vídeo sobre para o tiktok.

É algo que envolve Lucemond e magia e bem, é romance gay com dragão, o que poderia dar errado?

Ha ha

Espero que gostem.
Até!

O Despertar Do Dragão.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora