National Anthem

Começar do início
                                    

Dessa vez foi Noriaki quem analisou Jotaro de cima a baixo, com um olhar sacana e prestando atenção em cada detalhe.

ㅡ Eu senti seu olhar queimando minha pele, Doutor. ㅡ o ruivo falou olhando diretamente dentro dos olhos azuis de Jotaro, como se conseguisse ler todas as suas intenções. ㅡ Eu gostei.

ㅡ Eu não sei o que tem em você, mas no primeiro momento em que te vi, me senti extremamente atraído. ㅡ Jotaro era sempre sincero e também não tinha medo de arriscar, tudo que ele disse era verdade.

Noriaki sorriu, seus olhos violeta com um brilho quase místico. Sem receio algum, ele se aproximou de Jotaro, que era alguns centímetros mais alto que ele. Uma de suas mãos foi até a nuca do homem, ele se aproximou e sussurrou no ouvido dele.

Se quiser, nós podemos festejar mais tarde. ㅡ Noriaki propôs.

Mas é claro que eu quero. ㅡ Jotaro respondeu.

E assim eles passaram a noite conversando e se provocando discretamente com olhares e palavras sutis. Ainda sim, era quase palpável a tensão que existia entre aqueles dois. Jotaro nunca havia sentido nada assim, tampouco Noriaki. Mas os dois estavam gostando, não havia motivos para não aproveitar.

A noite foi quente. No apartamento do oceanógrafo, eles se deixaram levar pelo desejo. Por mais que estivessem completamente entorpecidos pelo desejo e tesão, Jotaro não deixou de ser carinhoso e cuidadoso. Ele distribuía beijos pelos ombros de Noriaki, causando arrepios. Suas mãos espalmaram firmemente as coxas do historiador e assim ele mergulhou entre as pernas do rapaz. Noriaki também não deixou barato. Seus dedos longos e finos prenderam os fios negros de Jotaro e assim ele ditou o ritmo. Ele arranhou, bateu, mordeu Jotaro e ele amou isso. A frenesi dos corpos indo e vindo, se chocando um contra o outro, o barulho da cabeçeira da cama batendo, o gemidos. Tudo parecia música.

Ao fim, os dois estavam jogados na cama, nus e ofegantes. Suados e cansados, o cheiro de sexo impregnava o quarto mas eles não se importaram.

ㅡ Está tarde, durma aqui. ㅡ Jotaro falou. Ele se virou e encarou Noriaki, apreciou a beleza de seu rosto suado, o cabelo bagunçado e o sorriso cansado e sonolento que ele exprimiu ao concordar em silêncio.

Pouco tempo depois, os dois adormeceram. 

Aquilo era diferente demais, incomum a realidade dos dois. Jotaro não era desses de ter casos de uma noite. Ele conseguia contar com quantas pessoas havia ido para cama desde que perdeu a virgindade com sua primeira namorada, aos 19 anos durante o primeiro ano da faculdade. Todas as vezes em que transou por alguém, não foi apenas por tesão. Sempre existia um sentimento a mais. O que não fazia muito sentido até o momento foi o desejo avassalador que surgiu quando viu Noriaki naquela festa, e que o desejar tê-lo em seus braços tão logo. 

Noriaki também não era um cara de casos de uma noite. Em 30 anos de vida, ele teve apenas 2 relacionamentos sérios e esses dois ex-namorados haviam sido, até então, as únicas pessaos com quem ele havia transado. Ele desejou Jotaro quando o viu, sentiu vontade de poder beijá-lo enquanto encarava seus lábios ao invés de prestar atenção em suas palavras, ele ponderou sobre como aquelas mãos que lhe serviram uma taça de Moet Chandon poderiam segurá-lo firme.

Os dois ficaram, não quiseram fugir dos sentimentos estranhos e, da mesma maneira que adormeceram, eles acordaram.

Jotaro envolveu o corpo de Noriaki em seus braços como se ele fosse uma pelúcia e era tão confortável estar ali. Era possível ouvir os batimentos cardíacos do moreno e a maneira com que ele ressonava baixinho. Por que era tão bom e parecia ser tão certo estarem assim, se haviam se conhecido a menos de 24 horas? Nenhum dos dois sabia, só sabiam que era bom.

National AnthemOnde histórias criam vida. Descubra agora