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BIANCA. Nova Iorque, EUA.
QUATRO MESES EM NOVA IORQUE, confesso que me adaptei fácil a cidade que, era completamente agitada e não parava nunca. Meu apartamento ficava no Uper East Side, graças as condições da minha mãe, sempre pude ter tudo que quis. Meu pai também era muito bem financeiramente, todo mês ele depositava uma quantia mesmo não sendo obrigado, dinheiro esse que, já passava dos milhões, sequer utilizei um real.
Sei que era uma tentativa de se redimir, por ter abandonado a minha mãe quando ela mais precisou. Mas, eu ignorava tudo, não queria contato com ele, mesmo acreditando que, rancor era algo ruim para manter dentro de si. Eu simplesmente não consigo, eu presenciei tudo, tive que ser amparada pela minha avó porquê não me sentia bem em ficar com ele.
Mas, eu sentia falta, de ter um pai presente, de ter alguém comigo.
Entro no elevador do prédio e vejo alguém pedir pra parar. Levo um susto ao ver Matheus Martinelli na minha frente, entrando no cômodo, todo desajeitado.
— O que? Você?
— Recebi uma proposta do New York City e vim.
— Inacreditável que, você vai ser meu vizinho até aqui.
— Pensei que, já tivéssemos resolvido isso.
— E resolvemos.— ri.— Seja bem vindo, Matheus. — eu saio quando meu andar chega e ele para o elevador com a mão.
— Jantar de boas vindas?
— Você não desistiu disso ainda?— ri.
— Claro que não.— ele se aproxima.— Olha que engraçado, atravessei do sul para o norte só pra jantar com você.
Ele sorriu igual o gato do filme Alice no País das Maravilhas.
— Conta outra, vai.
— Não consegui convencer com essa?— ele faz biquinho, fazendo-me rir.
— Eu podia me vingar e fechar as portas do elevador.— ele me olha divertido.— As nove. No seu apartamento.
Não permito que ele responda, então entro em minha casa sorrindo com aquilo. Meu celular vibrava com uma chamada de vídeo no WhatsApp da Yasmin. Atendo rapidamente e sorrio ao vê-la tão iluminada e com uma barriga enorme.
— Oi amiga. Você está muito linda.— ela sorri pra mim.— Como estão as coisas por aí?
— Minhas semanas estão sendo agitadas demais, Bi, até um casamento eu fui obrigada a ir.
— Casamento?— pergunto confusa, tentando me lembrar de quem do nosso ciclo de amizade iria casar.
— Eu me recusei a ir.— diz com uma certa mágoa, eu estava ficando confusa.
