Capítulo 12 - Alex

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Nos dias que se seguíram Alex e Henry não desgrudaram. Durante as aulas o loiro tentava irritar o de cabelo cacheado enquanto o mesmo prestava atenção nas aulas - e vez ou outra apertava a mão do garoto por debaixo da mesa. Era gostosa a sensação de ter alguém alí do seu lado pra perturbar e trocar carinhos ocasionalmente

Nos horários livres. Alex tentava focar na academia e nos estudos, mas não demorava muito pra pegar o celular e trocar mensagens com Henry. Ele descobriu que o britânico não é tão babaca assim. Na real, ele é babaca sim, mas só pra disfarçar seus monstros do passado que o perturbam. Por trás de toda aquela cara fechada existe um garoto lindo, inteligente, que vê prazer nas pequenas coisas da vida. Henry é um desafio e uma caixinha de mistérios. Alex sempre amou os dois

Durante as noites, eles se encontravam na casa de Henry para estudar. Lá geralmente era mais silencioso do que na casa dos Claremont-Díaz, mas Alex já estava começando a se sentir intruso demais. Essa noite, eles tentariam algo diferente

- Tá nervoso? - Henry pergunta do banco do passageiro, observando o cenho franzido de Alex enquanto este dirige pelas ruas de Nova York em direção a sua casa
- Não... - o britânico arqueia uma sobrancelha para ele - Tá, um pouco. É só porque minha família pode ser meio intensa às vezes. Eu tô com medo de você cair no meio de uma confusão
- Não se preocupe, sweet heart, a gente só vai estudar. Não é como se você fosse apresentar um namorado pra sua mãe

Alex abre e fecha a boca. Henry percebe o que disse e seu corpo se tenciona. É a primeira vez que o termo "namorado" é usado numa conversa entre eles. Na real, eles estão ficando a pouco tempo, o que é muito cedo pra selar um compromisso, embora eles não tenham se desgrudado desde que começou

- Então... - Henry tenta aliviar o clima - Quem vai estar lá?
- Bom, hoje é folga da minha mãe, então é pra ela tá. Minha irmã June trabalha durante o dia na Angelo e fica a noite em casa, então só terão as duas hoje. Às vezes a Nora aparece, mas hoje ela vai sair com o irmão dela
- Perfeito. Sem problemas então, né?
- Exato

Mas Alex logo percebeu que errou feio. Quando abriu a porta da sua casa encontrou o problema brigando com o outro problema sobre algum problema

- Eu só queria UMA noite com a minha mãe - June está em pé ao lado do sofá, praticamente gritando
- Acontece, meu amor, que outras prioridades surgem e a gente precisa dar atenção à elas - Sua mãe permanece com sua típica postura firme e inabalável, sentada na poltrona próxima à escada. Ela está vestindo um blazer azul-marinho. Uma vestimenta nada comum para quem ia ficar em casa de folga
- Claro né, porque qualquer coisa tem mais prioridade que a sua própria filha - June rebate. Sua postura é quase tão firme quanto a da mais velha. A genética criou duas máquinas de brigar. Alex puxou o jeito calmo e o cérebro de seu pai
- Você está sendo emotiva. Já tem quase 27 anos. Deveria estar procurando alguma cama pra transar por aí. Eu com certeza faria isso se eu pudesse. Faz muito tempo que eu não brinco de pula-pula
- MÃE!!! - Alex grita, trazendo a atenção das duas para si. Até então elas não tinham visto os garotos. Sua mãe se levanta da poltrona e encara-os de boca aberta parados na porta
- Ah, oi... não sabia que ia trazer visita hoje, fiho. Prazer, Helen Claremont - a mais velha estende a mão para Henry que aperta com educação e dá o melhor sorriso, mesmo sem graça. Alex quer enterrar a cabeça num buraco - Certo... eu vou precisar ir trabalhar. Beijos, filhos

A loira sai, deixando os três jovens em casa. June sai do sofá e pega suas chaves na mesinha da porta. Ela diz a Alex que vai dar uma volta para esfriar a cabeça e depois procurar Nora. A morena tem sido sua melhor companhia e apoio nos últimos tempos

- Legal a sua família - Henry quebra o gelo que se formou na sala de estar depois da saída da garota. Alex o encara com o olhar de quem a alma já deixou o corpo

Sunshine ☀️Where stories live. Discover now