Princesa Tiana

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Gabriel

As lágrimas inundavam meu rosto, enquanto eu tinha minha cabeça apoiada em meus braços e os meus braços abraçavam meus joelhos.

Sentando em um banco meio acabado de uma praça qualquer, eu sentia o vento frio bater em meu corpo, me fazendo tremer.

Até sentir uma mão em meu ombro, e uma voz doce e calma me fazer saltar do banco de susto.

"Você está bem?" — Perguntou uma garota me olhando preocupada, por um momento me perdi em sua beleza. Ela era morena e lembrava muito a princesa da Disney. Tiana. Seus cachinhos eram tão lindos, que senti vontade de esticar a mão para tocar, eram perfeitinhos que nem parecia ser de verdade.

Até que mais uma vez sou desperto de meus pensamentos.

"Ei garoto...você não me respondeu" — disse estalando os dedos em frente dos meus olhos. "Perdeu a língua?...Ah meu Deus, não me diga que é mais um babaca racista... só pode ser mesmo, olha pra você, branco, olhos azuis e loiro....puta merda só acho pro meu rabo" — bufou revirando os olhos, me fazendo lhe olhar interrogativo.

"Ei, eu não sou racista e nem babaca, você nem me conhece maluca e nem lembro mais o que você perguntou, falou um monte de coisas que até esqueci a pergunta" — respondi, vendo a maluca me olhar com uma cara surpresa.

"Olha só, você fala" — disse rindo e logo sentando ao meu lado. "Perguntei se você estava bem, já que estava chorando como um bebê"

"Eu não sou bebê" — respondi revirando os olhos, nem percebendo quando havia parado de chorar, e enxuguei meu rosto com a manga do moletom que eu usava.

"Não? Tem certeza? Você parece um, tá até fazendo biquinho...tipo assim ó" — Tentou me imitar, logo rindo em seguida me fazendo dá um sorrisinho. "Mas então, qual foi em? Pra você tá aqui sozinho cheio de mala e chorando? Fugiu de casa por acaso?"

"Que? Eu não faço bico" — respondi cruzando os braços. "E não, eu não fugi de casa...eu fui expulso na verdade" — Respondi me lembrando o porque eu está alí.

Algumas Horas atrás....

Tinha acabado de chegar da casa de Matheus, meu melhor amigo.

Minha cabeça estava explodindo, eu nunca havia bebido tanto como bebi, na verdade eu nunca havia colocado uma gota de álcool na boca, até o dia de ontem.

Era o aniversário do Matheus, e como ele não queria passar seu aniversário sozinho, me arrastou para uma balada onde me fez beber, até eu vomitar quase minhas tripas para fora.

Mas eu sabia que não deveria ter ido, eu sabia que não deveria ter deixado minha mãe aquela noite. Seu estado tinha piorado e os médicos havia falado que ela só tinha alguns dias.

O câncer já estava avançado e não tinha mais o que fazer. Eu poderia ter ficado ao seu lado, mesmo ela insistindo para eu ir com Matheus, eu poderia ter ficado ao seu lado aquela noite nos seus últimos suspiros.

Mas assim que pus meus pés em casa, apenas senti a ira de meu pai, a raiva em seus olhos vermelhos e o nojo estampado em sua cara. Era sempre assim que ele me olhava, desde quando descobriu que eu era gay.

"Sua culpa seu viadinho, é tudo sua culpa...se não fosse por você, ela ainda estaria aqui e estaria viva" — Falou vindo para cima de mim, com olhos cheios dágua e seus punho fechados.

"Papai eu não sei do que está falando,eu...." Senti meu rosto queimar, quando sua mão veio aberta em meu rosto, eu podia sentir seus cincos dedos e as lágrimas caírem de meus olhos.

"Cala a boca seu viado...eu te odeio, você acabou com a minha vida, e agora perdi a pessoa que eu mais amava e tudo por sua culpa... E não me chame de pai, porque você não é meu filho, eu não tenho um filho viado como você" — Disse irritado.

•O DONO DO MORRO || Destinados •Donde viven las historias. Descúbrelo ahora