9. Ódio

488 31 1
                                    

Narrado por Valerie Gray:

Levantei-me no meio da noite, a escuridão ao meu redor destacando a dor latejante em minha cabeça. Com passos silenciosos, me dirigi ao banheiro do dormitório, buscando alívio para a enxaqueca que martelava minha mente.

Ao sair, encontrei James na porta, segurando uma poção. Seus olhos encontraram os meus, e uma tensão sutil pairou entre nós. O silêncio disse mais do que palavras, revelando as complexidades não ditas que a noite embriagada trouxera à tona.

Aceitei a poção, agradecendo com um aceno de cabeça. A presença de James naquele momento incerto desencadeou uma avalanche de lembranças, emoções antigas e uma conexão que, por mais que tentássemos negar, ainda persistia em nossas vidas.

James me guiou até sua cama, e lá nos sentamos. Ao tomar a poção, fiz uma careta, reforçando o quão horrível ela era. Respirei fundo e encarei James.

— Eu odeio. Odeio você por ter me largado para ficar com Evans. Às vezes, ainda sinto algo por você, mesmo com toda essa confusão.

Ele colocou sua mão sobre a minha, e um silêncio carregado pairou entre nós antes de ele concordar, como se nossas emoções compartilhadas fossem um segredo que apenas nós entendíamos.

— Nosso romance foi inesquecível, Val. Mas agora, estou com a Lily. Não posso simplesmente ignorar o que construímos.

Percebi o peso das palavras dele, mas a complexidade do momento era inegável. Enquanto tentávamos racionalizar nossos sentimentos, o passado se entrelaçava com o presente de maneira delicada e perturbadora.

James:
— Valerie, ainda podemos ser amigos...

— Amigos? James, você sempre soube como estragar um momento perfeito. Amigos? Como se fosse tão simples...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, fui até o banheiro. Ao alcançar a porta para trancar, James a segurou e entrou, fechando-a atrás de si.

— Não é fácil ser amiga de alguém que eu era loucamente apaixonada.

Comecei a falar sobre o ódio que crescia dentro de mim, cada palavra carregada de ressentimento. James, irritado, interrompeu:

James:
— Cale a boca, Valerie.

Num gesto inesperado, ele me puxou pelo pescoço, seus olhos encontrando os meus em um silêncio tenso. Em um movimento lento, ele me beijou, desencadeando uma mistura confusa de emoções que flutuavam entre o ódio e a paixão não resolvida.

Me afastei por alguns minutos e o encarei.
— James, você sempre soube como surpreender. Mas e quanto à Lily?

James, sorrindo de volta e me puxando para mais um beijo:
— Lily não precisa saber de tudo, Valerie.

A proximidade entre nós, intercalada com sorrisos e beijos necessitados, gerava uma tensão palpável no ar. Em meio a esse momento, aproveitei para questionar, com um toque de ironia:

— E pensar que você me deixou para ficar com ela, e agora estamos aqui nos beijando. Ironia do destino, não?

James, rindo:
— O destino é um mestre em surpresas, Val. Às vezes, ele nos leva por caminhos inesperados.

— James, o que estamos fazendo? Não podemos deixar ninguém saber que nós ficamos, você está com Lily...

James, olhando nos meus olhos:
— Acho que é melhor mantermos isso entre nós. Não quero complicar ainda mais as coisas com Lily.

A tensão no ar era palpável, e o silêncio que se seguiu carregava uma mistura de emoções. James, tomando a iniciativa, sugeriu:

James:
— Talvez seja melhor seguir cada um o seu caminho por enquanto. Isso não precisa ir além disso.

— Tem razão, James. Vamos manter isso em segredo.

E assim, em meio a um entendimento mútuo, decidiram encerrar aquele momento clandestino, cientes de que precisavam lidar com as complexidades de suas vidas e relacionamentos existentes.
Ao abrir a porta do banheiro nos deparamos com Sirius sentado na cama.

Sirius, com um sorriso irônico:
— Parece que o grande James Potter não é tão discreto quanto pensa. Ouvi cada palavra, mas não irei contar a ninguém.

Valerie e James trocaram olhares nervosos, percebendo que seu segredo estava agora nas mãos de Sirius.
Por trás do sorriso de Sirius, escondido cuidadosamente, estava o peso de um sentimento que ele preferia manter escondido, sua paixão secreta por Valerie, agora revelado pela situação delicada em que se encontravam.

Sirius, com um ar de despreocupação:
— Relaxem, como eu disse, não vou contar nada a ninguém. Considerem meu silêncio um presente.

Enquanto a tensão diminuía, todos voltaram a suas camas, e Valerie, diante da falta de opções, deitou-se novamente com Sirius. O dormitório voltou ao silêncio, mas agora carregado com segredos compartilhados e sentimentos ocultos que persistiam nas sombras da noite.

Narrado por Sirius Black :

Ao sentir Valerie deitar ao meu lado, meu coração começou a pesar com o fardo de um segredo que mantive desde a infância. Amar Valerie sempre foi um sentimento escondido, guardado a sete chaves entre mim e Regulus. Éramos melhores amigos, e eu jamais poderia arriscar estragar essa amizade, especialmente quando James, meu irmão de coração, namorou Valerie.

Quando James e Val terminaram, admito, uma parte de mim se sentiu feliz, pois a esperança de que algo pudesse acontecer brotou. No entanto, ao ouvir os dois no banheiro, uma tristeza sutil se instalou em mim. Amava Valerie mais do que queria admitir, e agora, ter ouvido a proximidade entre ela e James, meu amigo mais próximo, despertou uma complexidade de emoções que eu preferia não enfrentar.

Fechei meus olhos e tentei dormir.


Continua...

_____________________________

NOTAS DA AUTORA.

Digam aí o que vocês estão achando.

Me perdoem por qualquer erro ortográfico!

Por favor votem para eu continuar a escrever.

𝗠𝘆 𝗹𝗼𝘃𝗲 𝗳𝗼𝗿 𝘆𝗼𝘂 𝗶𝘀 𝗿𝗶𝗱𝗶𝗰𝘂𝗹𝗼𝘂𝘀 - 𝑆𝑖𝑟𝑖𝑢𝑠 𝐵𝑙𝑎𝑐𝑘Where stories live. Discover now