Lizz
Me virei e o encarei.
James estendeu uma garrafinha de água.
—Deve estar com sede, doutora.
—Não estava jogando, obrigada -dei as costas e antes que pudesse levantar o pé para o meu primeiro passo para longe do moreno, James segurou meu pulso e encaixou a garrafa na minha mão.
—Mas também estava debaixo do sol, como nós. E torcendo fervorosamente... Pelo time adversário, eu suponho -cruzou os braços e arqueou a sobrancelha.
É óbvio que ele não esperava uma resposta verbal pra essa pergunta, mas estava buscando alguma tipo de confirmação na minha reação.
—Eu torço para o São Paulo, SENHOR James. E todos que estavam em campo jogam pelo São Paulo -puxei sua mão que agora estava em repouso e devolvi a garrafa.
Me afastei do colombiano alguns metros, mas não podia sair sem repreende-lo pela sua atitude mesquinha.
—A propósito: no tricolor nós levantamos uns aos outros, não derrubamos. Espero que Calleri tenha deixado isso claro hoje.
Não esperei por sua resolução.
Mas, enquanto me afastava do campo e adentrava as instalações, escutei algo que soava como uma garrafa sendo estourada contra o chão.
"Mimado..."
-•Dois dias depois•-
Graças aos céus nos últimos dias tenho estado mais ocupada com a papelada do que com os atletas em si.
Não tive mais contato com James, mas mesmo assim meus nervos não puderam relaxar.
—Ô dotorinha, o Dorival tá te procurando! Já tá todo mundo no ônibus te esperando -Rafinha estava só com a cabeça esticada na porta da minha sala.
—Como assim Rafa?! Ué... Me disseram pra ir depois na van com os preparadores...
—É pra ontem dotora, adianta aí! -saiu correndo.
O time deixava o CT sentido ao Morumbi para enfrentar o Atlético mineiro. Lucas e James seriam apresentados a torcida hoje e, com minha melhor atuação encenando uma cólica, Casares havia me liberado da obrigação e me dado a opção de ir com a equipe caso me sentisse melhor.
A cólica pode ter sido uma invenção, mas não estava me sentindo bem de verdade.
É estranho pensar em James pisando na casa do meu time, sendo saudado pela torcida, com o escudo que tanto amo carimbado em seu peito...
Não sei dizer se é uma espécie de ciúmes ou nostalgia dos tempos em que sonhava com isso... Mas é que naquela época parecia muito mais doce do que é agora.
Tiro o jaleco rapidamente e pego os cadernos que preciso para fazer as anotações durante os jogos. Minha maleta de instrumentos já me espera encima da mesa, a agarro e disparo para embarcar no ônibus.
—Professor! -me apoio nos joelhos e respiro ofegante após minha pequena maratona —Desculpe pelo atraso, achei que o senhor Casares tivesse me liberado.
—Mas ele liberou -coçou a cabeça confuso —Porque estava correndo?
Olhei para Rafinha, que subia o primeiro degrau da escada do veículo.
O safado estava rindo da minha cara.
—Eu vou matar o Rafinha professor!
Corri atrás dele.
YOU ARE READING
Si No Estás (James Rodriguez)
Fanfiction"La verdad es que ya van mil noches malditas sin tu abrazo" história inspirada na música Si No Estás de Íñigo Quintero.