CAPÍTULO 7 | Thomas Scott

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Acordo com um peso sob os meus braços, mas não me dou ao trabalho de ver quem é, pois já sei que é a Maya que está deitada sobre eles.

Como pode uma pessoa ser tão linda igual ela? Parece um anjo dormindo, mas acordada é pior que o capeta.

Eu ainda não entendo todo esse ódio que ela sente por mim, nunca fiz nada para a machucar, pelo contrário, tudo o que eu fiz até agora foi para proteja-la.

Quando éramos crianças, fizemos uma promessa, que eu a protegeria de tudo e todos. E que eu sempre iria permanecer ao lado dela, independente de qualquer coisa ou pessoa.

Mas quando completei 12 anos tudo mudou. Eu me afastei dela, não porque eu quis, mas porque eu precisava, pela segurança dela.

Ele me fez afastar dela. Caso contrário, ela sofreria as consequências.

E foi aí que Hilary entrou na minha vida, porque ele disse que se a Maya me visse dando atenção a outra pessoa, ela passaria a me odiar. E de fato acho que foi isso que aconteceu.

Ela me odeia, e porra, saber que ela me odeia dói como o inferno. Eu achei que eu aguentaria o ódio de qualquer pessoa por mim, mas eu não aguento, não quando a pessoa que me odeia é ela.

Ela fala pra mim a deixar em paz, mas eu não consigo, não quando é ela que me pede isso.

Eu quero a reconquistar, nem que pra isso eu tenha que mover o céu e o inferno, mas irei fazer dela minha, nem que seja a última coisa que eu faça.

Ele não pode saber que eu ando frequentando a casa dela, e muito menos que eu dormi com ela na mesma cama.

Eu não temo por mim, e sim por ela. Se alguém tentar machuca-la, pode se considerar um homem morto.

A Maya é o meu porto seguro, meu ponto de paz. Ela é a única coisa boa que existe na minha vida. Pois o resto da minha vida é coberto de cicatrizes repugnantes e de pensamentos sombrios.

Ela é a pessoa que ainda me mantém de pé, eu tô aguentando esse inferno todo por ela, simplesmente por ela e ninguém mais.

Por ela eu dou a minha vida, por ela eu sou capaz de queimar o mundo, por ela eu sou capaz de matar quem for e se ela me pedir o mundo, faço questão de matar todos só para ela ter o mundo todo. Eu sou dela para quebrar, moldar, reconstruir e servir.

Não medirei esforços para vê-la feliz e com aquele sorriso radiante que eu tanto amo.

Quando eu penso na infância que eu passei perto da Maya e do Matt, eu fico feliz. Pois são memórias felizes, memórias que eu recordo até hoje.

Tenho tantas fotos, álbuns, cartazes que fizemos na infância. Quando eu olho para eles, eu sinto cheiro de casa, de vida, de alegria.

Não quero que eles saibam da minha vida de merda.

Meus pais não param em casa, sempre estão ocupados demais com o serviço, sempre estão ocupados demais com os negócios. Nunca tive amor materno ou paterno.

Eles tentam substituir esse amor com presentes, dinheiro, carros de luxo.

Isso não é o bastante, nunca foi, não pra mim. Eu sempre quis ter a minha mãe nas minhas apresentações de escola, mas ela nunca ia.

Correr ou Morrer Where stories live. Discover now