Capítulo 2- Um passo acima

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Guilherme, o teu nome, embora Gui era como eu te preferia chamar. Já tinham passado quatro meses desde aquele nosso primeiro encontro, nada tinha mudado, eramos verdadeiramente felizes, cúmplices e sinceros, tudo o que um namoro precisa.

Depois das aulas vinhas ter comigo sem hesitar, enchias-me de beijos e repetias diariamente que nunca tinhas conhecido alguém como eu. A nossa ligação não era apenas um elo, era um tecido de confiança e amor que se entrelaçava e se fortalecia a cada batida dos nossos corações apaixonados.

Um dia convidaste-me a ir jantar a tua casa. Naquele momento eu estava num misto de sensações. Queria ir, mas será que a tua família ía gostar de mim? Insegura é o meu nome do meio... É como uma tempestade silenciosa que se forma sem aviso prévio, uma nuvem carregada de dúvidas que me deixam com a cabeça feita num nó. Eu fui.

A fachada de tua casa era um abraço acolhedor de tons claros, as grandes janelas inundavam o interior de luz e o cheiro suave e verde do jardim um eco de natureza. As flores e as árvores eram uma pincelada de cores vivas e os pássaros cantavam as melodias mais tranquilas. Quando atravessei a porta senti uma onda de paz, o ranger da madeira do chão criava em mim uma certa nostalgia, fazia-me lembrar a casa da minha avó onde fui realmente feliz. Fui recebida com um abraço apertado da tua mãe.

-Olá minha querida, que bonita que tu és! É um prazer conhecer-te e bem-vinda a nossa casa. Disse a Senhora Anabela, uma mulher bonita de cabelos claros e encaracolados.

-Olá, o prazer é todo meu e obrigada! Respondi com a minha timidez. Sentei-me no sofá macio da tua sala, um tecido macio coberto de felicidade em cada fibra. Os móveis testemunhas silenciosas de vários momentos e histórias passadas. Os tapetes um oceano de texturas e os quadros nas paredes uma janela carregada de beleza e emoção.

Viver na Incerteza do amorWhere stories live. Discover now