Capítulo 54 - A Penúltima Defesa

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Urzer pilotava um dos veículos Gah'win, liderando aquela tropa formada por mais outros nove. Além do apoio dos residentes de Devenber, rebeldes que antes permaneciam dispersos esperando por uma oportunidade haviam se juntado a causa. Era como Agnélga havia falado. Quem é que tivesse salvado Brielle, fizera bem mais do que apenas mantê-la de pé. Havia convencido as pessoas a lutar e acreditar no impossível. Apesar de todas as suas diferenças.

"Ela sabia de alguma forma que todos estariam prontos para lutar, pensou Urzer quase na entrada do Complexo. Não era por acaso que conhecia o local onde eles se escondiam."

Não devia querer aquilo, mas teria preferido que Mylar permanecesse ao seu lado. Entretanto, a Liderina tinha sido direta ao frisar sobre a importância de que Brielle também entrasse na briga. "Alvos múltiplos os forçarão a dividir o poderio deles. Todos estarão em risco, mas suas chances de sucesso serão maiores", avisara Agnélga.

Assim, seguindo o plano dela, um dos dois precisaria instigar os mercenários a entrarem na partida, uma vez que, não haviam sido contratados pelo inimigo. Só pela proposta de recompensa de Argazon e que não dera em nada. "Não terão como pagá-los, mas eles não terão muita escolha. Afinal, todos também querem a mesma coisa: sobreviver."

Sabia que Mylar seria eficiente em tratar qualquer assunto com eles, pois não era por acaso que eram conhecidos como representantes da concórdia por onde quer que fossem agora.

Urzer planou à frente da multidão armada.

— Já estamos nos aproximando da entrada, Mylar. – avisou, com o equipamento de transmissão plugado a nave. — Por enquanto tudo parece bem. Tempo estimado de chegada até o alvo é de dois minutos.

— Tenha cuidado, Urzer. – respondeu Mylar. — Também estamos prontos para invadir, mas vocês serão os primeiros a fazer contato com Rosendal.

— Positivo. Continuarei seguindo nossas ordens até que elas não sejam mais necessárias. Aguarde o meu sinal antes que possa prosseguir atacando com o segundo batalhão em curso.

— Eu sei. Todos apenas o esperam.

— Isso é uma grande maluquice, sabia!? – Ela calou-se do outro lado da linha. — Nem parece que estamos realmente aqui. É tão estranho estar na linha de frente. Admito que estou nervoso e com medo.

— Sempre fomos de buscar a paz e não a guerra.

— É verdade – Ambos riram e então permaneceram brevemente em silêncio. — Darei início a investida. É melhor que esteja preparada quando atacarem, pois certamente eles virão com tudo para cima de nós. Ouviu bem?

— Sim. Independentemente do que venha, siga sempre o combinado. – Ela repetiu, demonstrando que não se esqueceria tão facilmente de seu aviso.

— Ótimo! Então vamos começar.

Os muros do Complexo estavam sem defesas, percebeu.

— Ralak, siga pela entrada. Faça o reconhecimento da área.

— Já que é a hora, que seja a pior para eles!

O homem acelerou com uma moto comum rumo a entrada se afastando depressa de todos, e logo, a colocou em modo automático, fazendo que com ela prosseguisse sem ele. Após saltar dela, todos a observaram cruzar o limite do acesso até atravessar os pátios e ser abatida por disparos vindos de canhões perimetrais que surgiram sobre toda a extensão do muro de defesa.

Parece que eles morderam a isca. Um novo grupo de motos sem pilotos foi dispersada por toda aquela área, obrigando que mais e mais delas explodissem quando detectadas. O plano até então era se concentrar em deixar os muros livres de suas defesas para que pudessem criar um buraco colossal nele. Contudo, os residentes do seu grupo que vinham armados, teriam que esperar um pouco mais.

O Chamado de AndrômedaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora