One time

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...

Tudo havia ficado escuro de repente, após algum tempo abrir meus olhos lentamente. Sentei-me na cama devagar, sentindo uma dor na região posterior da minha cabeça, estava um pouco zonza ainda e procurava entender melhor o que havia acontecido.

Por mais que estivesse chateada com minhas amigas, acho que tinha que concordar com elas, eu precisava de ajuda profissional. Por que uma coisa era sonhar com o Axl outra era vê-lo na minha frente como se fosse real.

- Ah vejo que já acordou. Você caiu com tudo no chão, foi um baita tombo. - Noto ele tentar segurar o riso.

Novamente eu fiquei estática olhando para ele.

Não, não, não e não...eu só podia estar louca. Não podia ser, não podia ser ele.

- Você está bem? Foi essa mesma cara que você fez antes de desmaiar. - Ele se abaixou a minha frente.

Cara...como ele era lindo. Seus olhos verdes cristalinos mirando fixo pra mim, seu rosto delicado, seus lábios desenhados, seus cabelos acobreados bem lisinhos...

Por impulso levei minhas mãos junto ao seu rosto, mas antes de tocá-lo ele se esquivou, se levantando e me olhando com a testa franzida.

- Des...desculpa. Foi... - Balancei a cabeça tendo a certeza que não...aquilo não era um sonho.

- Deve ter sido a queda. - Ele disse sério indo até uma pequena mesa pegando um copo com água para mim.

Ai que vergonha! Eu não acredito que eu caí na frente dele. E para deixar claro, diferente dos filmes, desmaiar não é nada legal. Tô sentindo um puta galo na minha cabeça.

- Pegue! - Estendeu o copo.

Eu tomei devagar, olhando o local a minha volta. Era um quartinho minúsculo, tinha apenas uma cama de solteiro e essa pequena mesinha de apoio.

- Onde estamos?

- Tower Records. - Ele respondeu para mim como se fosse óbvio. - Aqui é um quartinho de descanso que fica aos fundos da loja. Se já estiver melhor, preciso voltar para a loja. - Disse.

- Sim. - Concordo e o sigo.

Ele vai para detrás do balcão e eu fico na área da frente olhando o tamanho daquela videolocadora. Quantos milhares de filmes não havia ali.

- Afinal...você não me disse o que veio fazer aqui. - Ele me fitou intrigado.

- Eu...eu...

- De onde você é? - Perguntou desconfiado.

- Eu sou...do interior. - Ele franze o cenho, mas depois dá de ombros.

- Há quanto tempo está em Los Angeles?

- Cheguei hoje. - Exatamente a alguns minutos, penso.

Ele me encara por um tempo, mas não diz nada.

- Você passou a ceia de Natal aqui? - Pergunto.

- Ainda faltam 10 dias para o Natal. - Responde.

- Hoje é 15 de dezembro? - Estranho. Por que voltou 10 dias? Penso.

- Sim, há alguns minutos. - Ele reafirma olhando seu relógio.

- De que ano? - Questionei. Ele estranhou minha pergunta, me olhando surpreso.

- Você usou alguma coisa? - Me fitou.

- Acho que foi a queda. - Dou um sorriso amarelo e o vejo novamente segurar o riso. Poxa, ele tinha mesmo que ficar rindo de mim. - Mas que ano estamos? - Insisto.

Meia-noite eu te contoWhere stories live. Discover now