Idéia 4: Lê Chateau

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↻シ🧁── QUEM deu a idéia para essa história foi: t-tsuji. Suas palavras escolhidas foram: floresta, bebidas alcoólicas e barco. <3

O artista está satisfeito. Sua obra-prima brilha mais que todos os matagais. Nem uma flor ou vaga-lume tira a atenção do astro principal. Sua pele pálida como uma madrepérola do mar, travessura em veias, articulações. A um êxtase que faz a beleza pulsar, o rosa já se foi a muito tempo. O azul intoxicado enche a mais pura etérea nuvem que líquida o seu palco. Não tem momento ruim para fechar os olhos, você não vai perder nenhum detalhe. E nem pode. Ela está lá, paralisada. Para todo o sempre. ─ Talvez. Talvez. Se você olhar pela curva de olho ela se levante. ─ O aperto não brinca em serviço, límpida de qualquer vestígio que não envolva o lilás do sufocamento. Tão adorável na sua pele de porcelana, sapecando com as cores do arraial. As coloridas de verão já se foram a muito tempo, sobrando sombras de sombreio sombrio. Coisinha bonita, nua. Risadinhas. Mamãe não deixaria você ficar assim na frente de um bom rapaz. Já se foi a época que bons conselhos entraram na sua cabeça. Entupida de miolos soltos e minhocas que confundem a malogragem. É a beleza da vida que deixa toda sua musa mais bonita.

O vermelho que escorre pela sua pele, chorando por seus vasos sanguíneos que deixa tudo subjetivo demais. É esse olhar de quem não sabe se tá- Risadinhas. Se tá viva ou morta. Destruída ao ponto de não restar dúvidas e brilhante o suficiente para puxar um segundo olhar. Nudez sinônimo de boa vontade. E ela parecia tão a vontade, seu pescoço arregaçado numa posição (des)confortável, e suas mãos que parecem flores de tanto rosa? E tem todos essas varizes que caminham a procura do ponto estopim para extinguir-se. E seu artista atento não perde um movimento da vida, jorrando gotas salgadas; reluzente como lágrimas e pervertidas como- risadinhas. O lampejo da noite, faz com quê todos os choques de luz crie vivacidade em cima da sua pele. Jovialidade em espírito. Ele pensou em tudo. O castelo da genialidade está implícita em sua arte.

O conjunto completo de horror e pulcritude. Então ele decide brincar. Sua musa recatada foi aberta. Envolvida pelo poderoso som de gach! trambolhos crocantes que confundem de ossos á grama. Você não sabe, ninguém ia saber. Só ele. O que fez, criou, envolveu, abriu, sofregou, jorrou, destruiu. Pedaços de fúschia escorrem de seu ventre aveludado como bebidas alcoólicas. Ela sempre foi bonita, por dentro e por fora. Até suas estranhas eram vibrantes, que fazia seu fio de sanidade fraquejar. Tão intimamente seu que o fazia querer a torná-la pública; geral, popular, vulgar da forma que ela nunca foi mas estava a um passo de ser se sua virgindade não fosse tal qual mais saborosa. Por miseros segundos sua obra pensou estar no controle. Brincou de ter asas como Dédalo mas queimou-se como Icarus. E seu criador era o sol. A secou como burro no deserto e a chamou de flor de cerejeira. Caída, amassada, digna de ama-la, ele não conseguiu conter sua emoção e a transformou na floresta de seu anseio, esparramada na selva como uma árvore milenar.

A Musa Selvagem, esse seria o nome do quadro. Os tolos admiradores iriam acreditar em todos os tipos de suposições, desde uma luta sangrenta até o estudo da paisagem. Mas ninguém saberia da sua tolice. Da sua burrice. De sua expressão de terror. Iriam confiar no seu desleixo e na sua suavidade de expressão que adormeceu heroicamente. Menos... O deus que a fez deitar na terra, que abaixou seus olhos e pintou sua imagem. ENGRANDECIA-SE no prazer de te-la abaixo de si. Tola, mortal, ingênua como nenhuma garota jamais fora. Sorriu como o rei do espaço, ergueu seu coração como taça de vinho e disse:

Vinda longa ao rei. 

E a bebeu. Tirando sua única arma, a beleza. A tirou as últimas gotas de permanência em sua pele de papel azedo. Sugou até sua linda princesa virar carcaça. Pois só podia imaginar do que tê-la exposta. A inveja destrutiva de seu artista a matou. E nem em sua morte a deixou em paz. Por ser: A. Obra-prima. Perfeita. Então a apagou da existência como um barco naufragado. Fadado a afundar com todo o mastro, pinturas e mapas. Uma locomotiva de histórias que foi quebrada pelo ego de um homem faminto. Faminto pelo castelo elegante do seu corpo.

BRINCANDO DE ESCREVER.Where stories live. Discover now