— Hermione apenas me entregou essas mochilas, deu as coordenadas para aparatarmos e disse para seguirmos ao Norte. — Potter segurou a mão do Malfoy ao se impulsionar para frente, quase tropeçando durante o percurso. Ele não era muito bom em atividades ao ar livre, como a trilha que faziam naquele instante.

— Ao norte até quando? — Malfoy impediu que o namorado caísse segurando-o pela cintura, dando um tapinha na bunda de Potter após equilibrá-lo. O baixinho respondeu com um olhar assassino que gelou a espinha do sonserino.
— Até morrermos por desidratação?

— Ela disse que saberíamos quando...— Harry afastou dois galhos fartos de folhas que cobriam toda a visão do caminho de pedras a frente, tentando abrir espaço para que continuassem. E o que ele viu do outro lado fez com que seu queixo caísse e os olhos brilhassem. — ....chegássemos.

— O que foi? — Draco perguntou, notando a mudança no tom de Harry. Mas não foi necessária a resposta, pois ele também viu.

A frente de ambos havia uma clareira espetacular. O caminho de pedras levava até a entrada do campo florido, circundado por centenas de milhares de lâmpadas amarelas penduradas cuidadosamente que pareciam as estrelas do céu. No centro do gramado coberto de flores, todas amarelas, vermelhas e roxas, havia uma grande cabana já montada, e ao lado dela um projetor estava posicionado no chão, apontado para uma tela branca há alguns metros à frente.

E tudo aquilo, aquele paraíso na terra preparado apenas para eles, estava no topo da montanha. Ao redor, tudo era o mar. Um mar azul como os olhos de Draco, tão azul que a linha do horizonte se confundia com a linha da água. As nuvens rosas e alaranjadas sinalizando o fim do dia já se acumulavam ao redor, grilos e vagalumes cantavam em algum lugar, e os garotos suspiraram.

— Não acredito. — Harry caminhou, olhando para tudo como se não fosse real. Era perfeito, e ao mesmo tempo continha uma familiaridade intrínseca. — Acho que já sonhei com este lugar.

Draco retirou a mochila pesada das costas de Harry, que gemeu pela dor muscular. Mas eles não estavam se importando com a dor, ou o suor, ou os pés destruídos pela caminhada. Fariam tudo de novo, tudo para que pudessem ver aquele lugar uma única vez.

— Acho que vamos acampar. — Draco sussurrou, espiando o conteúdo nas mochilas e depois a barraca. — Temos roupas, toalhas e sabonetes aqui. Granger e Weasley preparam tudo.

Harry se virou para o namorado, sorrindo como um idiota bobo e apaixonado.

— Então vamos. Eu não quero perder um mísero segundo.

[...]

A barraca era muito maior por dentro que era por fora. Tinha cozinha, um quarto, uma sala de estar e banheiro. Os garotos se revezaram desfazendo as malas e tomando merecidos banhos gelados. Quando finalmente conseguiram organizar tudo, estavam cheirando a shampoo e sabonete, vestindo simples camisetas largas e bermudas. O cabelo molhado de Draco o deixava tão lindo que Harry teve de desviar o olhar.

Eles pegaram uma toalha enorme e almofadas e correram para fora, a estendendo no chão ao lado do projetor, amassando as pobres flores.

Hermione havia separado uma seleção inacreditável de filmes para que decidissem. Ação, suspense, romance, terror e até fantasia. O Malfoy deixou que Potter escolhesse, deitado na toalha observando as flores e o céu.

Harry escolheu um filme e o colocou no projetor, que emitiu seu poderoso feixe de luz contra o telão. Os garotos deitaram lado a lado, jogando pipoca na boca um do outro enquanto assistiam.

Na metade do filme, Draco se virou para o namorado e disse, completamente revoltado:

— Sério, a Bella não tem amor a própria vida. Sabe quando eu entraria em uma casa cheia de vampiros? Jamais! E o jeito que o Edward olha para ela é simplesmente macabro. Minha filha, este homem quer te devorar!

O Garoto Que Foi Esquecido • DrarryWhere stories live. Discover now